Maria João Ribeiro
Lamentavelmente, muitos dos casos da
intransigência para com Trump moram na inveja. Trump nasceu branco, rico e
apreciador da beleza feminina. Para muitos, Trump seria o candidato perfeito se
tivesse nascido negro, pobre e homossexual.
Enquanto se escrevem estas
linhas poucos factos haverá tão previsíveis como Trump estar neste momento a
ser acusado, criticado e gozado por algo que fez ou disse, ou por algo que
ainda não fez ou não disse. Não há, para breve, qualquer previsão sobre quando
passarão a obsoletas as censuras a Donald Trump.
Não sou mais a favor ou contra
Trump do que fui a favor ou contra Obama quando este subiu ao poder. De um
recém-empossado Presidente dos EUA o que faço é esperar. Espero que compreenda
a responsabilidade do cargo para o qual foi eleito e a repercussão que as suas
decisões terão para o mundo. O que tento não fazer é antecipar-me ao porvir e
ajuizar levianamente temas para os quais tampouco tenho competências. Para já o
que vejo é um candidato improvável que provou ser o escolhido dentro do sistema
eleitoral do seu país e que ultrapassou muitas calúnias. Trump e a família são
constantemente parodiados nas redes sociais com a manipulação de imagens e
comentários. Já o vimos transformado em porco, macaco, urso e palhaço. Tudo
imagens muito divertidas que não teriam a mesma graça se zombassem, por
exemplo, com a família Obama. Aí, os ativistas não seriam complacentes e
ergueriam cartazes de luta e protesto contra o racismo, a xenofobia e o bullying.
Lamentavelmente, muitos dos
casos da intransigência para com Trump moram na inveja. Trump nasceu branco,
rico e apreciador da beleza feminina. Para muitos, Trump seria o candidato
perfeito se tivesse nascido negro, pobre e homossexual. Tão academicamente
versado como outros presidentes, Trump é, para além disso, exímio gestor de
empresas onde empregou (e despediu) muitas pessoas… Num mundo cada vez mais
competitivo os resultados não se compadecem com laxismo ou compaixão. Assim
como à condição de rico não vai apensa a beneficência, tampouco ao estatuto de
Presidente dos EUA vai anexada a obrigatoriedade de pugnar pela paz no mundo,
mas sim zelar pelos interesses americanos.
Foi isso que fez o Presidente
“eleito”, que foi acusado de ter o mesmo discurso do “candidato” (a isso
chamamos coerência) e de ter sido votado pelos “pobres e ignorantes” – como se
tal desvirtuasse a democracia que é transversal aos “ricos e sábios” que fazem
estes comentários. Enquanto a rudeza de Trump foi sempre posta em evidência, a
resposta dos seus polidos opositores foi injuriar a irmã transexual da jovem
escolhida para cantar o hino americano na tomada de posse. A escolha recaiu
sobre esta jovem porque os “complacentes” artistas sondados não se quiseram
associar ao “intransigente” Trump. Ademais, os mesmos que argumentaram que
Trump se alimenta de show off, foram os que não perderam tempo a
dar o espetáculo de colocar nas redes sociais as fotografias que mostram que
Obama captou mais afluência na sua cerimónia! Enquanto isto, os “muito cívicos”
detratores de Trump trataram de envergar educados “pussyhats”, ao mesmo
tempo que partiam montras, destruíam caixotes do lixo, arremessavam pedras e
garrafas à polícia, vandalizando tudo à sua volta.
O que mais custa é que o
“ignorante”, “mentiroso” e “sexista”, não é um produto apenas de si próprio,
mas do fracasso de Hillary e, sobretudo, de Obama. Parece que o combate à fome,
à injustiça, à guerra, à desigualdade e à pobreza da administração do afável
Obama não foram suficientes para impedir uma mudança. É certo que nem todos
podem ter a superioridade do Papa quando diz que “não podemos ser profetas de
calamidades” ou o discernimento do Dalai Lama que espera que Trump e Putin
trabalhem em conjunto pela paz global, mas não é preciso ser muito espiritual para
perceber que se odiamos as pessoas odiáveis, então, estamos a ser tão odiáveis
como elas. Até Bernie Sanders, candidato democrata derrotado nas primárias por
Hillary e forte opositor de Trump, o elogiou referindo que se este “for sério
em relação a uma nova política para ajudar os trabalhadores americanos, então
eu adoraria trabalhar com ele”.
De quem vou mesmo ter saudades
é de Robert Sherman…
Título, Imagem e Texto: Maria João Ribeiro, Cofundadora da
IdeaCan, Jornal Económico, 28-1-2017
O bom de vivermos dentro de uma democracia plena sao os direitos preservados. Entre esses, o de emitir opiniao, mesmo sendo tao estapafurdias...
ResponderExcluirEsse artigo me pareceu muito interessante... É realmente para refletir. Parabéns a autora.
ResponderExcluirPQP! Tem mais:
ResponderExcluirFrituras e gordura saturada: conheça a dieta de Donald Trump – Mesmo com cinco chefs de cozinha à disposição, o presidente americano alimenta-se mal, muito mal
Parabéns, Maria João. Enfim leio um texto sobre Trump coerente, objetivo e imparcial. Passei a prestar atenção no então candidato, quando percebi que a mídia internacional - toda de viés esquerdista, juntamente com mídia brasileira não informavam o que acontecia, mas agiam como torcida organizada pela vitória da democrata Hilary. Como por aqui, os mesmos artistas e intelectuais que chamam de "golpe" a deposiçaõa da presidente por improbidade administrativa e ascenção de Temer que por 2 mandatos foi o vice da presidente deposta, deu pra perceber qual era o lado certo. O lado de Trump. Por outro lado Obama o queridinho do Movimento comunista Internacional cujo objetivo de destruir a América no que ela tem de mais genuino e que a diferencia do restante da América Latina: a crença e defesa de 3 valores básicos e inegociáveis: a vida, a liberdade e a propriedade, deixou um legado nefasto.
ResponderExcluirVide:NUMBERS, OBAMA'S LEGACY OF FAILURE - LINK: http://m.hannity.com/articles/election-493995/by-the-numbers-obamas-legacy-of-15435863/
Quanto ao Partido Democrata vide o esclarecedor filme: "A América de Hilary - a história secreta do Partido Democrata"
Helena Maria de Souza
Muito bom!!
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