segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

[Atualidade em xeque] Limão, fascismo, limonada

José Manuel

Os seres humanos atravessam um período extremamente difícil em sua existência. São guerras regionais, atentados com centenas de perdas de vidas, a Europa lutando pela sobrevivência de um belo momento de civilidade que não se via em séculos com as suas fronteiras abertas, a fuga de famílias inteiras que do dia para a noite se transformam em refugiados tendo perdido tudo e se submetendo a uma sobrevida infame, ditadores sem o menor escrúpulo jogam seus países e naturais em aventuras de selvageria, numa política de terra arrasada.

A África com raras exceções continua falimentar, desnutrida, com crises imensuráveis de fome e assistência médica, mais ditadores que roubam o que ainda resta de bom a esses pobres povos, tudo visto ao vivo e a cores sem que possamos fazer nada, apenas e em última instância contribuindo financeiramente para grupos de heróis voluntários que minimizam como podem o sofrimento humano nessas regiões.

A América Latina, da Argentina ao México continua atrasada, com a sua politicalha de ocasião enriquecendo políticos corruptos cada vez mais, enquanto milhares estão abaixo da miséria, mais ditadores com tentativas de se eternizar no poder levando seus países à miséria ou a graves crises sociais como a que o Brasil atravessa após governos criminosos por quatorze anos.

América Latina é sinônimo de corrupção, carteis de drogas e terríveis gestões fraudulentas, mesmo apesar de seus cinco bolsões de crescimento econômico através do Brasil, Chile, Peru, Colômbia e México. São apenas cinco num universo de vinte nações de línguas latinas.

Na Ásia, apesar do grande desenvolvimento dos tigres e no momento a Índia despontando como a terceira potência comercial, ainda resistem alguns bolsões de tirania como a Coreia do Norte com seu ditador tresloucado querendo apertar um botão atômico, e a Tailândia que não consegue conviver com a democracia plena. A Rússia com a sua imensidão gelada da Sibéria estando localizada entre a Ásia e a Europa, é eternamente um complicador pois entra ano, sai ano não passa sem criar algum problema ao mundo.

A China no contexto moderno, é um caso à parte pois apesar de ser um regime ditatorial, hoje está muito empenhada em democratizar a sua economia, num vigoroso esquema industrial e comercial, classificando-se como a segunda economia mundial, e agora graças ao protecionismo americano, em véspera muito próxima de vir a ser a primeira.

No momento em que vários países ao redor do mundo como a China por exemplo, se conscientizam de que não há mais espaço para um passado atrasado, ideológico nem beligerante, aparece repentinamente algo novo, logo naquele país cuja democracia é um exemplo para o mundo desde a declaração de independência em 1776. País confrontador, defensor de vários episódios contra a humanidade, mas que agora e do nada, oferece ao mundo em êxtase, sedado pela incredulidade, um vigoroso limão.

A economia mundial mais uma vez terá que se reinventar e só terá duas alternativas: chupá-lo ou fazer dele uma boa limonada.

Ainda sob o impacto da posse do novo presidente americano, o mundo e nós como seres humanos do século XXI estamos estupefatos com suas declarações fascistóides, xenófobas e de possíveis e certos atritos futuros com outras nações. 

Em menos de uma semana após a posse retira os USA da parceria do Pacífico, diz que vai rever e possivelmente até sair do Nafta, o qual culpa pela grande queda comercial com perda de empregos, e esta semana acaba de anunciar o início da construção do muro na fronteira com o México.

O mais incrível é ouvi-lo dizer que os mexicanos enganaram seu pais, em transações comerciais, mas esquece de dizer que esse país enganado, é o mesmo país que roubou 50% do território mexicano.

Então, Louro, quem enganou quem? Além de tudo é mentiroso.

Considerações à parte, é histórico, pois em situações semelhantes, países ficam atônitos, sedados por algum tempo, com tanta mentira e verborragia inútil (vide o Brasil em quatorze anos de papo furado).

O país em questão certamente irá ficar anestesiado com tanta irracionalidade repentina e levará muito tempo até que a ficha caia e aí, talvez o mundo acaba de receber esse limão, não como um problema, mas como uma dádiva de Deus, porque o tiro deverá sair pela culatra.

Por exemplo, o Brasil e a maioria da América Latina provavelmente irão chupar esse limão pela excessiva dependência comercial aos americanos, endividamento interno e convulsão econômica. A Europa irá fazer uma bela e refrescante limonada expandindo os seus negócios para países que até então transacionavam muito com os USA. Quanto mais o protecionismo se consolidar por lá, mais as portas da UE se escancaram rumo ao sucesso.

Os países que fazem parte da TPP (parceria comercial trans-pacífica) agora em número de onze, irão deter sem a ingerência americana 20% do PIB mundial, 26% do comércio internacional,10% da população do planeta, num mercado estimado em 600 milhões de consumidores. É claro que com a saída dos USA, esse mercado sofrerá um grande baque momentaneamente, porém, se souberem fazer uma boa limonada, terão pela frente um mercado promissor e farão frente à China que está comemorando com uma grande queima de fogos de artifício, a saída americana.

Se preferirem chupar o limão, se retraírem com o episódio e ficarem com medo da saída intempestiva americana do bloco, a China passará como um rolo compressor por cima deles.

Ou seja, limão ácido ou limonada açucarada? A hora das menores economias parece que chegou ao futuro com grandes acordos e sob os auspícios de um fascista rico e com idade mental não definida.

O fascismo compartilha certas características comuns, incluindo a veneração ao Estado, a devoção a um líder forte com ênfase em:

Ultranacionalismo (a América vai brilhar e todos seguirão o seu brilho).

Etnocentrismo (visão do mundo de quem considera a sua nação ou nacionalidade, socialmente mais importante do que os demais)

Militarismo (Vamos varrer o Estado Islâmico da face da terra).

O fascismo também vê a violência política, (contra o México), a guerra (contra o estado islâmico), e o imperialismo como meios para alcançar o nirvana do Rejuvenescimento Nacional (América great again) afirmando que as nações e raças consideradas superiores devem obter espaço, deslocando ou eliminando as fracas e inferiores, (imigrantes).

Título e Texto: José Manuel - Oito dias, foi o que a Suprema Corte americana levou para mostrar ao cacique penacho amarelo, como se constroem barreiras. Ao que tudo indica seu muro começa a desmoronar antes de ser construído. 30-1-2017

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2 comentários:

  1. Sou um visionário.
    Não há o que inventar em economia.
    Perdoem-me, mas a África continua escravagista e corrupta, os negros de tribos de etnias ou castas mais altas enriquecem e matal o resto de fome.
    A China continua sendo a maior comuna do mundo, onde cerca de 1 milhão vivem nababescamente e mais de 1 bilhão são escravos do sistema.
    O México perdeu 50% de seus desertos para os americanos que fizeram o estado mais poderoso dos Estados Unidos na Califórnia e o Texas.
    Já escrevi aqui e no meu blogue que só existem dois sistemas econômicos, o CAPITALISMO e o FAIR TRADE.
    FAIR TRADE é em resumo as trocas de necessidades.
    Como um país de 240 anos de República pode ser maior que um país de 4700 anos como a china?
    Como um país tão grande quanto os Estados Unidos, de 195 anos é tão pequeno quanto Portugal?
    Não valorizamos nossa pátria o suficiente.
    Ninguém busca o futuro aqui.
    Aqui não se pode ter projetos de vida, nós abemos porque destruíram os nossos.
    É no Brasil que existe etnocentrismo.
    O suposto celeiro do mundo não produz comida suficiente para seu povo.
    Somos pequenos porque não somos ULTRA NACIONALISTAS.
    Aliás perguntem aos chineses, que assim o são pela força.
    A América LATRINA, só produz traficantes e corruptos desde o México "hasta la Argentina".
    Levando em conta os produtos genuinamente nacionais que produzimos, tais como:
    Políticos corruptos descendentes de diversas etnias latinas, asiáticas e do leste/oeste Europeu.
    São tão patriotas e nacionalistas que enchem as burras em parcerias de um clube fechado;
    Os homens são frutos do meio.
    O Brasil é um país que os indivíduos gabam-se de terem duplas nacionalidades.
    Se não existissem passaportes e vistos 99% de Minas Gerais estaria em território americano.
    Tiradentes não emigrou para os Estados Unidos porque não existia.
    Dom Pedro II era tão brasileiro que levou para o túmulo, pequenas bolsas de terra de cada estado brasileiro. Levava em sua mochila em suas viagens areias da praia de Copacabana. Morreu no exílio.
    Não somos grandes porque culpamos os americanos pelas mazelas nossas.
    Depois de 389 anos de colonização portuguesa, estamos a 27 anos sob o jugo chinês. Até nossos peidos fedem a comida chinesa e soam "ding ling ding"


    Wǒ Xièxiè

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  2. São duas visões paralelas.
    De qualquer modo obrigado por sua participação, o que valoriza o nosso trabalho e nos estimula a continuar
    José Manuel

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