segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

[Atualidade em xeque] Sieg Heil

José Manuel

Os discursos nacionalistas são sempre iguais e facilmente identificáveis; xenofobia, misoginia e racismo, fazem parte do contexto nacional populista, mas ninguém quer prestar atenção na história recente e no passado o que significaram cada um desses discursos.

Oitenta e quatro anos são passados, e a humanidade continua acreditando em discursos egocêntricos e narcisistas.

Cronologia das similaridades:
Logo no primeiro dia após a posse o novo presidente americano;
(seu homólogo fez a mesma coisa em 1935);

Assinatura de um decreto instituindo dia nacional do patriotismo, atropelando o dia nacional pátrio oficial de 4 de julho. Se for oficializado o dia 20, fica claro a intencionalidade narcisista do decreto, remetendo-o a salvador da pátria.
(Leis raciais de Nuremberg em 15 de setembro de 1935, logo após a sua posse como chanceler, atropelando o Estado alemão e como salvador da pátria.)

Declara-se em guerra com a imprensa, a qual chama de mentirosa, principalmente a CNN.
(com a tomada do poder, é declarada a lei de imprensa do Reich e o Ministério de propaganda do Reich submeteu todas as áreas da imprensa. O Münchner Post (como a CNN, hoje) era o jornal que o Führer odiava.

Declara-se abertamente contra as Nações Unidas, que no seu entender, não servem para nada. Quer se retirar da Otan.
(Em outubro de 1933, a Alemanha retirou-se da Sociedade das Nações, precursora da ONU, uma organização que o Führer desprezava.)

Novo site da Casa Branca, após a posse, elimina seções sobre clima, direitos civis e LGBT e página em espanhol.
(Homossexuais, ciganos, são sumariamente banidos do 3º Reich.)
(Direitos civis nunca existiram, clima nem se fala.)
(Deutschland Über Alles)

"Vamos erguer um muro na fronteira com o México, porque as nossas fronteiras tem que ser protegidas".
(Áustria, Sudetos, Checoslováquia, o mesmo discurso.)

"Não comprem produtos que não sejam americanos, não usem serviços não americanos".
(não comprem em lojas judias, nem usem bens de serviço Judeus.)

"Vamos expulsar todos os imigrantes".
(Somente arianos puros são alemães, o resto será expurgado.)

"Vamos fazer a América grande novamente".
(vamos criar um Reich de mil anos.)

"Vamos fazer a América brilhar e todos seguirão o seu brilho."
(A Alemanha triunfará sobre o mundo. Lançado o filme o triunfo da vontade, premiado com a medalha de ouro na feira Mundial de Paris recebendo também premiações nos Estados Unidos e Suécia. O filme é tão nocivo à sociedade, que está banido da Alemanha atual.)

"Vamos exterminar o Estado Islâmico da face da terra."
(Vamos exterminar os judeus da face da terra.)

Isso foi só no primeiro dia e agora vamos aguardar o desenrolar das suas atitudes. O mais interessante e antagonista à sua ideologia de campanha e discurso de posse, é que o novo presidente americano é atualmente casado com a terceira mulher, que é imigrante, natural da Eslovênia.

A primeira mulher, também é imigrante e natural da Checoslováquia.

Sua mãe era natural das terras altas, Escócia, e emigrou para Nova Iorque em 1930. Chegou à América com um visto de imigrante para depois com o casamento obter a residência permanente.

Seu avô alemão emigrou para os Estados Unidos em 1885.

Resumindo, o novo presidente americano é neto de imigrante, filho de imigrante e casado duas vezes com imigrantes, no entanto, assim como o Heil alemão que também era imigrante austríaco, agora, como Heil americano, esquece suas origens colocando toda a força da sua xenofobia nata contra os não naturais.
Prestemos atenção aos detalhes, pois o Heil alemão era altamente xenófobo, misógino e racista, exatamente como o novo Heil americano.

Para o biógrafo Timothy L. O'Brien, em seu livro Trump Nation: The Art of Being The Donald

"Trump é uma pessoa perigosa", alerta O'Brien. "É perigoso porque é intencionalmente ignorante e profundamente intolerante. Porque é inseguro sobre quem ele é, e exagera em suas reações. Alguém que tem acesso ao 'botão nuclear', mas não tem nenhum senso sobre parâmetros dos assuntos globais é, por natureza, uma pessoa perigosa." 

"Beati monoculi in terra caecorum" 
Título e Texto: José Manuel, a mim, como cidadão do mundo, não engana. 23-1-2017

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Um comentário:

  1. É... os tempos mudaram! A Alemanha hoje é uma potência, não tem nada de nazismo! E creio que Trump tbm não! E o Nazismo onde estiver será combatido! E outras fobias também.

    É uma lástima a Europa deixar e misturar-se com povos que deveriam estar em seus Países. A conta chegará!
    Abs,
    Heitor Volkart

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