Vitor Cunha
Jornais, televisões e
restantes meios de comunicação, a sacra simbiose entre comunistas e
capitalistas que trocam escrutínio por liberdade nos negócios, continuam a
incansável guerra que divide a humanidade em três facções: os estúpidos, os que
tratam todos como se o fossem e os espectadores. Desde que a facção dos
espectadores venceu as eleições americanas, somos presenteados com hipérboles
coloridas do apocalipse e respectiva subida da Besta dos confins da Terra. Em
parte, por falta de sexo, em parte pelos prazeres terrenos serem inaceitável
resquício da condição humana, a comunidade que trata todos como estúpidos
decidiu que é uma obrigação global o acolhimento de indivíduos que, tal como
eles, desejam o Homem Novo. Fora dos seus condomínios, naturalmente. A
diferença entre progressistas e bárbaros é que uns querem quotas para mulheres
em cargos públicos, outros querem incluir mulheres na contagem de vacas que
constam no curral. Tirando a forma de catalogação, é tudo a mesma coisa.
O apoio patológico de progressistas
à islamização do ocidente é fácil de perceber: tudo que seja abolir herança
cristã é bem-vindo, nem que tal implique mudarem o nome para Mimosa e deixarem
a ocupação de justiceiros sociais em biquíni e daiquiri numa mão e iPhone na
outra para matéria prima de espetaculares explosões de vísceras.
Se todos são o Hitler, ninguém
é o Hitler. Com, pelo menos, uma notícia por dia – quota mínima – a tentar
explicar que Trump é o novo führer, corremos o risco de, um dia, e
caso Trump decida criar fornos crematórios para jornalistas, aplaudirmos a
iniciativa. Nunca um grupo, o dos que nos tratam a todos como estúpidos, se
esforçou tanto para aniquilar o respeito pela dignidade humana no seu desejo de
obliteração.
No mesmo dia em que o idiota do primeiro-ministro canadiano, em resposta a uma não notícia, se coloca em bicos de pés para abrir a porta a quem quer esteja impedido de entrar nos Estados Unidos, leva com um tiroteio numa mesquita no Quebec, que é por causa do cheiro das tintas.
Leva, não, levou meia-dúzia de
desgraçados inocentes da leviandade com que os governantes-hollywood,
os vulgarmente designados homens de carisma, dizem bojardas. A
haver gente para levar um tiro, é de lamentar que não sejam os que nos tratam
como estúpidos, como o próprio Trudeau, já que, ao menos, só se estragava uma casa.
Jornalistas, estais a tornar
Trump em herói. Não fazeis a mínima ideia do que estais a criar. Recordai: os
espectadores começaram a tomar uma posição. Não vai ser bonito.
Título, Imagem e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias,
30-1-2017
Muito bom. Por causa do cheiro das tintas.
ResponderExcluirZazie