Valdemar Habitzreuter
Capengando, mas aos poucos se
chega lá... No meio de tanta balbúrdia e rumo incerto de um país esfacelado,
vez ou outra deixa-se entrever uma brecha de luz que pode mostrar uma saída a
este caos traduzido em crise econômica, política e, preponderantemente,
notabilizado negativamente pela corrupção pandêmica em todos os níveis:
federal, estadual e municipal, e não menos nos setores privativos da vida
brasileira.
A Lava-jato foi o início de
uma tomada de consciência que despertou a sociedade da letargia e mostrou a
severidade da situação ruinosa a que está sujeito o país, acometida por
lideranças políticas sem afinação com a ética da reta governança. A Lava-jato,
nesse sentido, é o farol que brilha no meio da escuridão para nortear os poucos
homens e mulheres que, destemidamente, se propõem a combater a morbidez
política corruptora patrocinada por políticos e governantes
inescrupulosos.
Vivemos eminentemente num país
cristianizado onde supostamente a ética e a moral cristãs deveriam ter um papel
diretório do reto e justo procedimento no desempenho das funções públicas por
parte daqueles que foram investidos do poder de nos representar e governar. Mas
o que vemos é uma imoralidade, uma indecência, valendo toda espécie de
subterfúgios de lesa pátria.
Infelizmente, o Brasil de hoje
retornou novamente ao status de uma simples republiqueta de bananas aos olhos
do mundo, como, outrora, era considerado. De um país emergente, parecendo
cavalgar rumo ao desenvolvimento sustentável, para um país pré-falimentar onde
tudo conspira contra, impedindo seu restabelecimento e avanço: economia
estagnada, falta de líderes de visão - os que estão à frente do governo não
inspiram confiança e altamente comprometidos por atos ilícitos no passado
apegando-se ao cargo público unicamente como arama de defesa; e por aí la nave va...
É tanta podridão que atravanca
a engrenagem da máquina pública que o povo se apega a qualquer sinal de luz que
possa passar alguma esperança de dar um basta a este inferno de sofrimento a
que está sujeito: falta de segurança, desemprego, Estados quebrados, salários
de funcionários públicos atrasados, mobilidade urbana de péssima qualidade,
rebeliões em presídios; tudo isso em consequência de falta de governo
eficiente...
Assim, a ministra Cármen
Lúcia [foto], que homologou a delação dos 77 executivos da Odebrecht, sem mais delongas, pode ser mais
uma luz de esperança de passar o Brasil a limpo, indo ao encontro do que a
Lava-jato se propôs: uma nova República com a expulsão dos ladrões que a
desfiguram. Oxalá que este tempo não demore...
Foto: Renato Costa/Folhapress |
Carmen Lúcia, uma nova Heroína
despontando? (Só não concordo com ela manter o sigilo das delações)...
Saiam debaixo, que agora vem
chumbo grosso... e as minhas borboletinhas a esvoaçar!...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 30-1-2017
Colunas anteriores:
Os olhares do mundo voltados para os Estados Unidos…
Fim do recesso... Começo de surpresas?... Uma voz no deserto...
Fim do recesso... Começo de surpresas?... Uma voz no deserto...
Muito bem Habitz, tomara que você esteja certo.
ResponderExcluirA Ministra Carmem Lúcia, desde o início, lá atrás, vem nos provando que é uma pessoa corretíssima e você se lembra do julgamento da tarifária da Varig, a surra que ela deu nos dois que não devem ser nomeados por serem a vergonha do judiciário.
Enfim teremos boas notícias a partir de agora
José Manuel