segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

[Para que servem as borboletas?] O despontar de uma heroína?

Valdemar Habitzreuter

Capengando, mas aos poucos se chega lá... No meio de tanta balbúrdia e rumo incerto de um país esfacelado, vez ou outra deixa-se entrever uma brecha de luz que pode mostrar uma saída a este caos traduzido em crise econômica, política e, preponderantemente, notabilizado negativamente pela corrupção pandêmica em todos os níveis: federal, estadual e municipal, e não menos nos setores privativos da vida brasileira.

A Lava-jato foi o início de uma tomada de consciência que despertou a sociedade da letargia e mostrou a severidade da situação ruinosa a que está sujeito o país, acometida por lideranças políticas sem afinação com a ética da reta governança. A Lava-jato, nesse sentido, é o farol que brilha no meio da escuridão para nortear os poucos homens e mulheres que, destemidamente, se propõem a combater a morbidez política corruptora patrocinada por políticos e governantes inescrupulosos. 

Vivemos eminentemente num país cristianizado onde supostamente a ética e a moral cristãs deveriam ter um papel diretório do reto e justo procedimento no desempenho das funções públicas por parte daqueles que foram investidos do poder de nos representar e governar. Mas o que vemos é uma imoralidade, uma indecência, valendo toda espécie de subterfúgios de lesa pátria.  

Infelizmente, o Brasil de hoje retornou novamente ao status de uma simples republiqueta de bananas aos olhos do mundo, como, outrora, era considerado. De um país emergente, parecendo cavalgar rumo ao desenvolvimento sustentável, para um país pré-falimentar onde tudo conspira contra, impedindo seu restabelecimento e avanço: economia estagnada, falta de líderes de visão - os que estão à frente do governo não inspiram confiança e altamente comprometidos por atos ilícitos no passado apegando-se ao cargo público unicamente como arama de defesa; e por aí la nave va...  

É tanta podridão que atravanca a engrenagem da máquina pública que o povo se apega a qualquer sinal de luz que possa passar alguma esperança de dar um basta a este inferno de sofrimento a que está sujeito: falta de segurança, desemprego, Estados quebrados, salários de funcionários públicos atrasados, mobilidade urbana de péssima qualidade, rebeliões em presídios; tudo isso em consequência de falta de governo eficiente...

Assim, a ministra Cármen Lúcia [foto], que homologou a delação dos 77 executivos da Odebrecht, sem mais delongas, pode ser mais uma luz de esperança de passar o Brasil a limpo, indo ao encontro do que a Lava-jato se propôs: uma nova República com a expulsão dos ladrões que a desfiguram. Oxalá que este tempo não demore...  

Foto: Renato Costa/Folhapress
Carmen Lúcia, uma nova Heroína despontando? (Só não concordo com ela manter o sigilo das delações)... 

Saiam debaixo, que agora vem chumbo grosso... e as minhas borboletinhas a esvoaçar!...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 30-1-2017

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Um comentário:

  1. Muito bem Habitz, tomara que você esteja certo.
    A Ministra Carmem Lúcia, desde o início, lá atrás, vem nos provando que é uma pessoa corretíssima e você se lembra do julgamento da tarifária da Varig, a surra que ela deu nos dois que não devem ser nomeados por serem a vergonha do judiciário.
    Enfim teremos boas notícias a partir de agora
    José Manuel

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