Almir Papalardo
Nesta incômoda crise política
e financeira em que só se ouve falar na tão encantada Reforma da Previdência,
fica evidenciado de forma contundente o desespero do governo federal para
tentar tapar o buraco deixado pelo descaso de muitos imprudentes e acomodados
políticos brasileiros! Novamente e de modo oportuno, nos vêm à baila um binômio
para reflexão: "Quantidade ou Qualidade"? Qual o quesito que se
adaptaria melhor para um funcionamento menos confuso e muito mais vantajoso
para todos e, principalmente, para o social do nosso país?
Com total falta de visão
administrativa por parte de um número considerável de congressistas, deixaram
os cofres da Previdência chegar ao ponto crítico em que chegou, quase no fundo
do poço. Empurraram com a barriga por duas décadas seguidas as providências
e/ou medidas saneadoras que se faziam necessárias para manter-se o equilíbrio
financeiro e sustentável da Previdência Social, o Anjo da Guarda de todos os
trabalhadores tanto os ativos como os inativos.
Concordaram que fossem feitos
desvios astronômicos nos cofres da Previdência para finalidades que não tinham
nada a ver com o respaldo dos trabalhadores! Estatísticas apontam que os
desvios ultrapassaram a casa dos "três trilhões de reais", sem que tal
soma assustadora retornasse aos cofres da Previdência! Por falta total de um
pulso firme, permitiram e ainda permitem que caloteiros contumazes mantenham
débitos bilionários com a Previdência, sem nenhum efetivo estudo para que tais
débitos sejam resgatados! Em razão desta incompetência, pagam o pato os pobres
e indefesos aposentados, a categoria mais fragilizada e de menos
representatividade política da sociedade!
Existe ainda uma privilegiada
turma de trabalhadores que nada descontam para a Previdência, não deixando de
relacionar também, e o mais importante, é que o teto máximo pago pela Previdência
não funciona para uma imensa casta de poderosos, que estão isentos de
submeter-se a uma simples rotina que norteia as regras funcionais do sistema
previdenciário.
Diante de tantas e nefastas
inconsequências, procura-se fazer uma reforma tipo "Tapa Buraco" da
Previdência, que sabemos, será mais uma utopia, tirando mais direitos do que
repondo! Nunca se ouviu falar em todo tempo de discussões de como tornar a
Previdência mais justa e igualitária, de um mecanismo que corrigisse as injustiças
feitas a um terço dos aposentados do RGPS, quando, tiveram o desvinculo do
reajuste dos seus benefícios à correção do salário mínimo, excluindo da torpe
medida os outros dois terços de segurados que recebiam apenas o piso,
resultando para os primeiros, uma defasagem forçada que ultrapassa o percentual
de 80% que nem o Estatuto do Idoso conseguiu evitar!
Como excluir numa eventual
Reforma da Previdência os aposentados que foram dura e injustamente
prejudicados, o que se constituiu no maior furo e injustiça, quando tiveram
indevidamente seus benefícios honestamente conquistados pela média dos
seus maiores descontos para o INSS, terrivelmente degradados? Quem se aposentou
com 08 salários mínimos, com o covarde desvínculo, recebe hoje apenas 03 pisos
da Previdência! Onde foram parar 05 salários mínimos que da forma
"Doril", sumiram dos seus proventos?
Façam a tal reforma não
esquecendo de corrigir a falha apontada acima e ela será melhor aceita pela
sociedade, principalmente por aposentados que foram duramente vitimados e
perseguidos! Como o Legislativo tem a mesma força jurídica do nosso Supremo
quando no uso das suas atribuições, façam prevalecer o novo Artigo inserido no
Estatuto do Idoso, dando maior prioridade para os "Octogenários",
entre as prioridades que é dado a todos os cidadãos idosos! Ressuscitem a
Previdência Social, ressuscitando também o adormecido Estatuto do Idoso. Com
uma só cajadada, matem dois coelhos ao mesmo tempo! Aí está a
amostra de uma gestão da mais alta Qualidade...
Título e Texto: Almir Papalardo, 26-11-2017
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ResponderExcluirÉ por essa e outras razões que o Sistema Previdenciário não funciona bem, está quase falido, eximindo-se de culpa os aposentados do RGPS que até mantém sua Previdência superavitária. Mas, são justamente estes que servem de "bode expiatório" e capachos de equipes econômicas, que além de manterem um critério injusto de distribuição de renda, contribuem para a parafernália existente no sistema, onde o uso de privilégios injustificáveis causando um mal estar geral entre os previdenciários, gera também um inconformismo social entre todos os segmentos de trabalhadores. Como se não bastasse o RGPS ser o regime mais prejudicado, os governos insensatos criaram um outro tipo de preconceito dentro do mesmo segmento, discriminando àqueles que conquistaram com suas maiores contribuições mensais uma aposentadoria melhorada, desvinculando os seus reajustes anuais da correção do salário mínimo. Em outras palavras: Vêm atualizando as aposentadorias do RGPS com dois percentuais diferentes na obscenidade de nivelar todas as aposentadorias ao piso pago pela Previdência. É muita sujeira junta, resultando que, esta má gestão acumulada de duas décadas, teria que, inevitavelmente, um dia explodir! EXPLODIU!!! Um abacaxi a mais que agora precisa ser descascado...
Almir Papalardo