quinta-feira, 30 de novembro de 2017

[Versos de través] G(r)ata manhosa

Haroldo P. Barboza

O homem se rotula
De esperto e criador
Quando da natureza
É o maior predador.
Pensa que é o rei e só.
Mas esquece que é pó.

Iludido, repete sempre 
Que só ele tem razão
E que seu único amigo
É o domesticado cão.
Seu pobre subconsciente
Repele o gato independente.

Todo animal da terra
Do rato ao condor
Se tratado com carinho
Nos devolve amor.
Ainda que coió indigente
Com o gato não é diferente.

Não se furta ao afago
Depois de alimentado
Brinca e se esfrega
Até sentir-se cansado.
E quem não deixa o amigo
Quando a pele corre perigo?

Pequeno telhado de zinco
Torna-se um palco rico
Onde nas noites sem chuvas
Qualquer gato paga mico.
Estando amando, ele mia
Compondo uma g(r)ata sinfonia.

Título e Texto: Haroldo P. Barboza, janeiro de 2001


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