Roque Sponholz
Meu pai me registrou como
Roque Sponholz. Portando este é meu nome. Sou uma porção de já fui e outras
tantas de pretendo ser e continuar sendo. Já fui piá de andar descalço,
estilingue no pescoço, na minha pequena grande Imbituva. Já mijei em vidro, que
meu Vô Eduardo mandou para o laboratório de análises, como se fosse o mijo
dele. (Claro que os médicos não o proibiram de continuar bebendo e comendo tudo
o que lhe aprazia).
Gosto de estudar. Ainda não
consegui me livrar de universidades. Numa delas, a Federal do Paraná, em
arquitetura e urbanismo me formei. E desde então, em outra, a Estadual de Ponta
Grossa, ministro aulas de planejamento urbano para o curso de engenharia civil,
e de desenho técnico para o curso de engenharia de alimentos (aposentado já há
algum tempo). Já ganhei concursos de logomarcas, símbolos, cartazes, pinturas,
cartuns, arquitetura e até de frases. Milito na Política, (com “P” maiúsculo),
com mandato ou sem mandato, desde a infância.
Atuei em diretórios
acadêmicos, fui vereador, presidente de autarquias de habitação popular e
urbanismo, e de pesquisa e planejamento urbano. Tive a satisfação de ser eleito
por duas vezes presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de P. Grossa,
a qual vi nascer, forte crescer e para a qual, criei sua logomarca, fiz seu
projeto e construí sua sede. Em dezembro de 2019, completo 44 anos de exercício
profissional, e nestes quarenta e quatro, já projetei quase de tudo em
arquitetura e urbanismo. com obras espalhadas por alguns Estados.
Exalto o traço do Loredano, o
cérebro do Millôr, o trabalho e o caráter do mestre Niemeyer. Acho o automóvel
a praga deste e do passado século. O transporte individual é o cancro de nossas
cidades. Abomino áulicos e covardes. Sou criativo: Crio brigas, confusões e não
fujo delas.
… Enfim, não tenho nada. Só
tenho o que me falta. E o que me falta, é o que me basta. Sem lenço e sem
documento, nada nos bolsos e só grafite nas mãos, eu quero seguir vivendo pelos
campos, cidades, em pequenas ou grandes construções, caminhando, desenhando,
projetando e seguindo a canção.
Título, Imagem e Texto: Roque
Sponholz, arquiteto/urbanista, ex-professor universitário, chargista,
cartunista e avô em tempo integral. Facebook,
13-7-2019
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