Hugo Forte
O FC Porto tem,
independentemente de todas as condicionantes, um plano A para atacar o mercado
2020/2021. Sérgio Conceição, treinador dos portistas, estruturou, naturalmente,
uma estratégia com base nas possibilidades e nas necessidades, identificando
aquilo que precisa mesmo de ser reforçado, independentemente de eventuais
saídas suplementares ao abrigo da necessidade de fazer dinheiro para não
arranjar novos sarilhos com a UEFA e as suas apertadas malhas de fair-play
financeiro.
O mercado português pode ser
solução mais forte para encontrar, no meio de uma crise sem precedentes,
jogadores para diversos setores, estando a baliza, que pertence a Marchesín, à
margem, por agora, de qualquer intervenção urgente. O mesmo se passa com o eixo
defensivo, pelo menos enquanto nada for assinalado em relação a saídas de
Marcano e Mbemba. Pepe está de pedra e cal.
Urgente, pois, por agora são
as faixas laterais da defesa, claramente em défice, mais a mais quando se sabe
que Alex Telles deve abandonar o Dragão e Corona representa igualmente uma das
melhores hipóteses de entrada de dinheiro para o FC Porto. E o mexicano, um
extremo de excelência, tem revelado qualidade para honrar as necessidades
defensivas da equipa de Sérgio Conceição. Manafá, como se sabe, faz lado
direito e esquerdo, mas os azuis e brancos entendem que é preciso encontrar um
defesa-direito e outro canhoto para preencher as lacunas.
Mais à frente, há lugar para
dois novos médios e ambos para posições centrais. A diferença, porém, é que um
terá de estar preparado para desempenhar posições defensivas (e se for
box-to-box, melhor), o outro terá de saber organizar, jogar como um 8 ou um 10,
com versatilidade ofensiva.
O ataque não está,
naturalmente, descurado, numa fase em que o FC Porto está disponível para abrir
mão de Aboubakar e Zé Luís, uma vez mais para fazer alguns milhões de euros. No
plano estruturado e do qual damos conta há, pois, espaço para um jogador de
linha, um extremo-direito, que seriam alternativas a Corona e a Marega e
compensaria saída do mexicano ou do maliano, e um ponta de lança. Jogador
forte, de área, mas diferente de Soares. Menos posicional. Ainda assim, sendo
provavelmente a contratação mais cara, haverá flexibilidade nas exigências
técnicas dos dragões.
Título e Texto: Hugo Forte,
A Bola, 25-4-2020,
13h06
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