sábado, 4 de setembro de 2010

Lula menospreza a oposição: "o bicho anda com raiva"

Fidel Castro e Lula, foto: Reuters

Discurso fascistóide — Lula cobra a divulgação dos dados de sigilos invadidos; quer o crime completo. E chama Serra de “bicho”

Com alguma freqüência, eu poupei este blog das palavras de Lula. A partir de agora, acho que elas têm de ser expostas na sua plena clareza, no seu pleno obscurantismo. Leiam o que informa Malu Delgado no Estadão Online. Comento em seguida.
“Cadê esse tal de sigilo que não apareceu?”, questiona Lula em comício
Em comício de apoio à candidata Dilma Rousseff (PT) na manhã deste sábado, 4, em Guarulhos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o uso eleitoral da quebra de sigilo de políticos tucanos pela campanha do candidato do PSDB, José Serra. Para o presidente, a exploração do caso, que colocou a filha de Serra, Verônica, como um dos alvos do vazamento, é jogo “rasteiro” da oposição.

“O bicho anda com uma raiva eu não sei de quem. O programa está pesado, está baixando o nível, está rasteiro. É próprio de quem não sabe nadar, cai na água e fica se debatendo até morrer afogado”, disse o presidente ao comentar a propaganda eleitoral de Serra, que nos últimos dias passou a criticar a quebra de sigilo de sua filha na TV. “Ninguém precisa tentar transformar a família em vítima. Cadê esse tal de sigilo que não apareceu até agora? Cadê esse vazamento? Mentira tem perna curta”, questionou.
Lula acrescentou que quando os adversários começam a procurar culpados para seu próprio fracasso, é “evidente” que a campanha não vai bem. Para o presidente, a “loucura” dos tucanos é o êxito de seu próprio governo, liderado por um torneiro mecânico.
“É por isso que nosso adversário está nervo, mas o importante é que o povo não gosta de ligar a televisão e ver gente nervosa”, ironizou. O discurso foi marcado por uma mudança de tom do presidente, que voltou a pedir votos para Dilma e para o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante. Nos comícios anteriores, os petistas já tratavam Dilma como eleita no primeiro turno.
Avó
Dilma não compareceu a comício, pois estaria em Porto Alegre para acompanhar o nascimento de neto. O ato com a presença do presidente Lula foi divulgado na última quinta-feira, pela assessoria de Dilma, e mencionava a participação da presidenciável. A ausência da candidata foi justificada pelo mestre de cerimônia do evento como uma “causa lindíssima”, de uma “mãe dedicada”.
A candidata do PT ao Senado por São Paulo, Marta Suplicy, também criticou o uso do caso pela campanha de Serra. “Quem está na frente tem que estar blindado”, disse, acrescentando que os paulistas, que eram chamados de conservadores, vão votar no PT e eleger Dilma e Mercadante.
Comento
Notem que se trata de uma fala pautada pela marquetagem - “povo não gosta de ligar a televisão e ver gente nervosa…”. Lula está feliz porque considera que as lambanças de seu partido induziram o adversário a erro.
A sua indagação — “Cadê esse tal sigilo que não apareceu?” — vai ao extremo da delinqüência política. Em primeiro lugar, porque o de Eduardo Jorge apareceu, sim, na mão dos petistas que faziam a campanha de Dilma. O de Verônica Serra era usado em blogs que contam com o apoio do PT e do Palácio do Planalto.
A fala de Lula incita os fascistóides a saírem por aí vasculhando a vida alheia e divulgando na Internet o que acharem conveniente. Sua fala oficializa o fim de qualquer sigilo no Brasil e confere a seu partido o direito de investigar a vida de qualquer um.
Vocabulário
Imaginem se, presidente da República, FHC se referisse ao presidenciável do PT como “bicho”. A coisa seria tomada como evidência de sua arrogância, do desprezo pelos adversários, de seu elitismo — não faltaria quem desse um jeito de acusá-lo, sei lá, de racismo.
Lula pode tudo. Seu partido viola direitos protegidos pela Constituição, e ele sobe no palanque e faz chacota da vítima. Querem saber? Isso tudo tem seu lado positivo. Esse é o PT de verdade. Esteja o partido no governo ou na oposição, esses fatos instruem a maneira como deve ser tratado e combatido.
O presidente da República acha que o serviço não foi bem feito. Já que invadiram os sigilos, ele exige de seus militantes que agora os divulguem amplamente. Ele quer o crime completo.
Por Reinaldo Azevedo

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