quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cristina Kirchner, Lula e Dilma: o beijo da morte!


Cesar Maia                 
1. Cristina Kirchner vir ao Brasil se encontrar com os presidentes Lula e Dilma e imaginar que o prestígio de Lula possa lhe dar votos em outubro, é um grave erro. Fere a memória argentina. Alguém já imaginou um presidente ou ex-presidente chileno ir ao Peru ou Bolívia apoiar um candidato? É morte eleitoral certa. A memória da guerra do Pacífico está mais que nunca viva.                   
2. Brasil e Argentina disputaram as fronteiras numa guerra que só terminou em 1828 com a criação de um estado tampão, o Uruguai. Antes, Portugal, via Brasil, ocupou naquela região, a Colônia do Sacramento. D. João VI determinou ao general Lecor - herói da expulsão dos franceses de Portugal em 1808  -, ocupar a banda oriental e anexou ao Brasil como Província Cisplatina. Brasil queria expandir as fronteiras sul, nas barbas de Buenos Aires.                   
3. Em 1852, o ditador argentino Rosas foi derrubado na Batalha de Monte Caseros pelo general Urquiza, com ajuda do Brasil. O exército brasileiro exagerou, e desfilou no centro de Buenos Aires. Na segunda guerra mundial, as opções de Argentina e Brasil terminaram excluindo a Argentina das preferências estratégicas dos EUA. A rivalidade aumentou. Essa rivalidade passou a outros campos, e o futebol é um exemplo disso.                   
4. Os litígios comerciais atuais entre Argentina e Brasil ganham destaque na imprensa argentina. Os brasileiros flanam com seu dólar baratinho em Bariloche e na "calle" Florida, como primos ricos dos argentinos. E as gracinhas são ouvidas nas esquinas. Para quem, durante boa parte do século 20, era o primo rico, esses desfiles doem no peito portenho.                   
5. É claro que o nacionalismo argentino e suas rivalidades com o Brasil estão vivos e presentes. Dessa forma, dizer que Cristina Kirchner se espelha no exemplo brasileiro de Lula e Dilma, para governar, é mexer com a memória "porteña". Fotos, jornais, imagens e TVs destacaram "los amigos". O eleitor sentiu o golpe. E dará a resposta na eleição de outubro. "Fué el beso de la muerte". Quem viver, verá!
Título e Texto: Ex-Blog do Cesar Maia, 03-08-2011

Do filme "O poderoso chefão"

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