sábado, 10 de março de 2012

Luanda: manifestantes reprimidos pela polícia

Tentativa de concentração dos manifestantes em Luanda corrida à bastonada pela polícia
Foto: Miguel Madeira/Público
Lusa/Público
A primeira tentativa de concentração para a manifestação antigovernamental marcada para hoje em Luanda foi corrida à bastonada pela polícia, disse à Lusa um dos organizadores.
“Tivemos que dispersar, porque logo que nos começámos a concentrar, a polícia, e civis que consideramos serem agentes à paisana, começaram a bater e a prender”, disse Adolfo Campos.
A carga policial provocou pelo menos um ferido – Luaty Beirão, o conhecido rapper Ikonoclasta, que sofreu ferimentos na cabeça – e número indeterminado de detidos, acrescentou Adolfo Campos.
A Lusa contactou a comandante provincial da Polícia Nacional, comandante Bety Franque, que disse estar a receber informações do responsável policial no local, pelo que não dispunha de informações que pudessem confirmar as alegações dos manifestantes.
Organizadores do protesto atacados por encapuzados
Convocada pelo autodenominado Movimento Revolucionário Estudantil, para exigir o afastamento da presidente da Comissão Nacional Eleitoral e a demissão do Presidente José Eduardo dos Santos, o primeiro acto da manifestação era a concentração no Cazenga, bairro popular situado a norte de Luanda, com os manifestantes a tentarem progredir em direcção à Praça da Independência, no coração da capital.
A manifestação vai realizar-se 24 horas depois do mais recente ataque perpetrado por desconhecidos (alguns encapuzados) contra alguns dos organizadores do protesto.
A iniciativa visa protestar contra a designação de Suzana Inglês para a presidência da CNE, que desencadeou uma série de iniciativas dos três maiores partidos da oposição com representação parlamentar, UNITA, PRS e FNLA, junto do Conselho Superior da Magistratura Judicial e do Tribunal Supremo, onde interpuseram uma providência cautelar, e que foram liminarmente rejeitadas por estes dois órgãos judiciais.
Os organizadores pretendem ainda, com o protesto, exigir a demissão do Presidente José Eduardo dos Santos, a quem acusam de se manter há 32 anos no poder sem ter sido eleito.
Texto: Agência Lusa/Público

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