Alberto de Freitas
Há dias, assisti a uma
reportagem na televisão, em que uma empresa de fabrico de tijolos indicava
algumas das soluções para resistir à crise do sector. Permitir a
competitividade no objetivo de exportar, tinha obrigado a decisões “criativas”:
toda a administração baixou o salário em 50% e a produção passou a ser durante
à noite e, durante o dia de domingos e feriados. Não despediram ninguém e estão
a exportar.
Razão? A eletricidade é mais
barata. O custo de produção que mais pesa na atividade.
Porém, quase posso garantir,
são decisões nauseantes para qualquer “intersindicalista” que se preze e razão
de protesto da esquerda-pelo-crescimento.
Será que as alterações
decididas na dita empresa serão solução de futuro? Penso que não, mas são a
solução do momento. Se os trabalhadores – a todos os níveis – se recusassem ao
abrigo de direitos, seria mais uma empresa fechada e o “mercado” do desemprego
a aumentar.
O que sucederia ao político
que abordasse solução semelhante? Basta assistir ao linchamento de António Borges, devido a ter-se referido à necessidade de baixar os
custos de produção. Referindo a baixa de salários, não como política de futuro,
mas como razão de emergência pontual.
Mas, pela opinião publicada,
exigimos que político minta. Não mentir, é o chamado “tiro no pé”, arrogância,
ou falta de sensibilidade social. E quando alguém, como Rui Rio, põe o dedo na
ferida, insurgimo-nos. Recusamos a verdade em que políticos reféns da gula das
clientelas partidárias e sondagens eleitorais, não têm condições para não
mentir.
Veja-se a diferença da Itália
e Espanha. Monti expõe a situação como ela é, enquanto Rajoy utiliza truques no
verbo.
Tal como denunciar as más
práticas de elementos do clero não é atacar a cristandade, fazê-lo a políticos não
é atacar a democracia. Os antidemocráticos são os que em nome dela se
“banqueteiam” e mentem.
Os que nos trouxeram até aqui são
os que aqui nos querem manter: no
terreno pantanoso que tudo lhes permite.
E a todos os portadores de
soluções ocas, deve-se perguntar, como? Porque todas as propostas de
crescimento “já” se resumem numa única: o crescimento da dívida.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 12-06-2012
A propósito, ontem, segunda-feira, 11 de junho,
assisti na TVi 24 ao programa “Olhos nos Olhos”,
apresentado por Judite Sousa e animado por Medina Carreira. Ontem, o convidado
foi José da Silva Lopes, ex-ministro da Finanças, ex-Governador do Banco de Portugal,
que defendia “políticas de crescimento”… e não conseguiu responder às insistentes perguntas de Medina
Carreira “de onde virá o dinheiro?” e “o que fazer com esse dinheiro?”.
Curioso, fui pesquisar a cor desse senhor: está
logo na wikipédia.
Ah, tá! Entendi!
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