José Carlos Bolognese
A impressão é a de que para
fazer o passeio, é preciso ceder em algumas coisas como a de incluir uma parente
chata, senão a viagem não sai. Não sei se é a melhor definição, mas viver no
Brasil de hoje fazendo ou tendo feito a coisa certa, obriga a aceitar um monte
de malandragens que vão se tornando uma segunda natureza na sociedade, que vai
aceitando tudo o que não presta como normal.
Quando as pessoas param de
pensar e questionar a partir da satisfação das coisas mais imediatas, elas não
percebem que o espaço do imediatismo fica cada vez menor. É o célebre “bode na
sala” que, quando retirado, causa enorme alívio, embora o ambiente logo volte a
ficar pior do que quando ele – o bode – foi colocado.
Nós, ao longo de sete anos, temos tido muitos bodes no recinto de nossas esperanças toda a vez que somos bombardeados pelas persistentes más notícias sobre o nosso futuro como aposentados da Varig. E, vez por outra, aparece uma “boa” notícia sobre esse ou aquele passo que nossa causa parece ter tomado rumo à solução. É a retirada ilusória do “bode” que logo volta com seu odor nauseante. Desconfio que essa história de bode tem tudo a ver com um certo “cabra”...
Nós, ao longo de sete anos, temos tido muitos bodes no recinto de nossas esperanças toda a vez que somos bombardeados pelas persistentes más notícias sobre o nosso futuro como aposentados da Varig. E, vez por outra, aparece uma “boa” notícia sobre esse ou aquele passo que nossa causa parece ter tomado rumo à solução. É a retirada ilusória do “bode” que logo volta com seu odor nauseante. Desconfio que essa história de bode tem tudo a ver com um certo “cabra”...
Mas não vivemos um mau efeito
sem que haja uma causa má. Exemplo disto é como são consideradas as prioridades
pelo governo. A nossa presidente – primeira mulher e também a primeira demagoga
– a governar o país, tentou ganhar uma queda de braço com as hidrelétricas em Estados
governados pela oposição com o único propósito de facilitar, por meio de
populismo barato, sua agenda eleitoral para 2014, já que nunca “desceu do
palanque”, conforme guinchou uma sinistra de suas ministras, mais conhecida
como “um berro à procura de uma ideia”. Assim, a soberana, dando uma no prego e
outra na ferradura, acusa esses governos estaduais de negarem uma redução nas
tarifas para o povão, ficando ela então sozinha como mãezona do cidadão
consumidor. Mas se os governadores cedem e descapitalizam as empresas, o apagão
que vier antes da eleição também será culpa deles, maus gestores que serão... e
Sua Excelenta ganha de um jeito ou de outro! Ou então, disse que fará essa
redução das tarifas recorrendo ao tesouro nacional o que, se vier a ocorrer,
vamos ter de deletar todas as piadas de português que contamos em cinco
séculos, pois pagar (ao tesouro todos pagamos, n’est-ce pas?) para ter descontos é mesmo para otários.
“Consta que um gajo achou uma conta de luz na rua e foi ao banco pagar.
- Mas como é que fazes uma coisa destas, o pá? - A conta não era tua!
-Ah, pois, mas havia lá um desconto!”
Não riam, pois o “gajo” aí somos nós.
Bastava gastar menos
irresponsavelmente. Poderia tirar da cascata dos impostos absurdamente altos em
tudo o que se paga, inclusive contas de energia elétrica. Recorrer ao tesouro
para populismo eleitoreiro pode. Devolver o dinheiro dos trabalhadores e aposentados
da Varig e Transbrasil... ah!, aí já é “grave dano de difícil reparação”!
Talvez nós, da aviação
comercial, sejamos os coadjuvantes involuntários dessa briga de foice entre o
desgoverno petralha e os ministros – não todos – do Supremo Tribunal Federal.
Que vença a justiça e por
consequência nos devolvam o direito de viver com dignidade.
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 11-12-2012
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Plagiando um comentário sobre Helio Pellegrino, digo que o J.C. Bolognese "é de uma inteligência de dar raiva..."
ResponderExcluirMarcio V. Oliveira
Prezado amigo, saudações!
ResponderExcluirSofro com a nossa impotência para promovermos as mudanças que o país precisa, uma situação que praticamente nos impede de termos esperança em dias melhores.
Desejo que o ano de 2013 traga notícias positivas e que todo este sofrimento tenha um final feliz.
Juntos Somos Fortes!
Coronel Paúl