
É isto mesmo: a estatal
liberou a bolada de R$ 7,6 milhões para que a ONG Grupo Ecológico Humanista
Papamel restaurasse a igreja Santo Antônio de Cairu, na cidade de Cairu, que
fica a 294 km de Salvador. A tal entidade foi escolhida a dedo, sem nenhum
processo de seleção. Como se sabe, a Petrobras não se preocupa com essas
bobagens. Entre 2011 e 2013, a maior empresa brasileira executou obras no valor
de R$ 90 bilhões sem fazer licitação.
Qual a experiência do tal
“Papamel” em restauração? Nenhuma! Nunca chegou a colar a cabeça ao corpo de um
santinho de barro nem com Super Bonder. Trata-se de um grupo de militância…
ambiental, entendem? Por isso, a ONG subcontratou uma empresa chamada Patrimoni
para realizar a tarefa. Aí pensará o leitor: “Essa, sim, sabia tudo de
restauração, né?”. Engano! Também não sabia nada. Embora nos relatórios da
Petrobras haja a informação de que 100% da obra foi concluída, isso é… mentira!
A grana foi repassada à tal
Papamel entre 2005 e 2009. Segundo a Controladoria-Gral da União, além de ter
havido direcionamento na escolha da ONG, houve um prejuízo de R$ 1,7 milhão em
decorrência de serviços previstos e não prestados, e há nada menos de R$ 2,5
milhões de gastos sem origem conhecida — não se sabe em que o dinheiro foi
empregado: nada menos de 33% do total de recursos.
Segundo o relatório da CGU, um
certo Manuel Telles, engenheiro, que responde pela Patrimoni, teria tido acesso
a informações privilegiadas dentro da Petrobras. Pois é… Telles e o então
responsável pela Papamel na época, José Renato Santana Souza, dizem que a obra
ficou inacabada porque imprevistos aumentaram o orçamento inicial e que seriam
necessários aditivos. Claro, claro! O “aditivo” num contrato em razão de
“imprevistos”, como sabemos, é o sal da terra para essa gente.
E pensar que estamos há quase
12 anos submetidos à ditadura vagabunda dos valores estatistas. Venham cá:
vocês acham que uma empresa privada faria certas coisas que faz a Petrobras?
Vocês acham que uma empresa privada doaria quase R$ 8 milhões para uma ONG
restaurar uma igreja sem que ela fosse especializada no assunto? Vocês acham
que uma empresa privada pagaria US$ 1,3 bilhão por uma refinaria que custara
US$ 42,5 milhões dois anos antes? Vocês acham que uma empresa privada seguraria
a onda de um diretor que, num processo de aquisição, omitisse informações
essenciais ao Conselho de Administração?
Sempre que alguém começar a
defender as glórias do estado empresário na sua frente, leitor, das duas uma:
ou é um bobalhão desinformado, com os platinados já colados pela ideologia
estatista, ou é um potencial ladrão de dinheiro público.
No Brasil dos companheiros,
todo santinho é do pau oco.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 08-04-2014
Respeito Reinaldo e algumas de suas opiniões. A história do Brasil vê de maneira diferente. Quem estatizou o estado foram os militares, fugiam do comunismo, mas aparelharam o estado para eles. Quem intentou desestatizar o estado foi FHC, mas não quis mexer com os elefantes brancos como as agências reguladoras, que são grandes cabides de empregos. O governo detém certos monopólios, mas não se livra das multinacionais. Para facilitar a vida das grandes multinacionais acabam com as empresas brasileiras. Digamos que os contratos escusos sejam obrigações para manter-se no mercado. Quem gasta mais do que ganha obriga-se a contratar certos acordos para receber algumas regalias por fora. Hoje 90% dos aposentados são vítimas do empréstimo consignado. 40% vítimas do cheque especial e cartões de crédito. Os ICMS cobrados pelas empresas de água, luz, telefones, TV à cabo, gás de cozinha, remédios, material didático vão de 27% à 43% dependendo do estado da federação, e são serviços essenciais garantidos constitucionalmente. e muitas dessas empresas, pode-se dizer que na maioria são estatais. Aqui no Rio Grande do Sul a CEEE e o DMAE cobram 27 reais para cada 100 gastos com água e luz. Ainda embutido na conta está os 4 reais do boleto recebido pelos bancos ou lotéricas. País comprometido com o social não deveria cobrar nada de imposto nos serviços acima.
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