Cristina Miranda
Obviamente que não demite
ninguém. Obviamente que não assume responsabilidades. Obviamente que não pede
desculpas. Obviamente! Foi de férias tranquilamente e obviamente tranquilo,
regressou com a narrativa óbvia de quem obviamente passa a vida a mentir.
Não se pode esperar mais de alguém que por deformação de carácter não vê
os erros nesta conduta. É intrínseco. Logo assumir seja lá o que for
não é para o Costa que continua convicto que é mais inteligente que o povo e
por isso faz dele parvo.
Enquanto degustava de férias o
seu mojito lembrou-se: “… já sei… chego lá reúno com o CEMGFA, inventamos que
aquilo era sucata, não valia um “chavo”, era material para abate e que por
isso, não há crise… fazemos depois uma comunicação ao país com ar muito sério e
saímos fininho da história… Com Pedrógão insistimos na catástrofe natural que
só foi pior por causa da operadora Altice (essa malvada que é preciso abater
antes que compre a TVI) porque a outra esteve bem”. E está feito! Obviamente
que pensando que o povo é parvo, não hesitou em seguir por esta via. Nem sequer
ponderou a hipótese de cair no ridículo. Claro que não! Os parvos comem tudo
cegamente. Então não tem sido assim ao longo dos anos? E quem vai duvidar
se a Comunicação Social dá cobertura à mentira?
O problema é que até os parvos
um dia deixam de o ser. Não é garantido que uma sociedade se mantenha cega e
ignorante por tempo indeterminado. E por ser uma variável, muitos “Costas”
acabam por cair no seu próprio lodo. Não é por acaso. Os embustes têm prazo. O
problema é o tempo que muitas vezes é maior do que deveria até revelar a dura
verdade e nesse intervalo, ser profundamente destruidor. Sem precisar de
exemplos vindos de fora, veja-se o que 3 bancarrotas socialistas fizeram ao país.
Contrariar isto é demencial.
O modus operandi desta gente
está-lhes no ADN. Agem conscientemente convictos que na plateia a maioria é
asno e a restante asseguram como clientela. Logo, devidamente
“controlados” não hesitam em usar e abusar deste estratagema que já lhes rendeu
muitos biliões nos bolsos dos camaradas. A técnica é sempre a mesma:
primeiro é preciso dar, dar, dar, dar, dar sem limites. Agradar a uma sociedade
de incautos crentes que o dinheiro do Estado é inesgotável e não sai do bolso
do contribuinte nem de credores a quem depois é preciso pagar (sim, ainda há
gente que acha que o dinheiro do Estado é do Estado!!!). Aumentam depois os
impostos dizendo que é para termos um Estado mais forte, mais social e mais
justo, mas… o dinheiro não chega nunca onde mais falta faz. E ficam bem na
fotografia porque até ficarmos doentes ou morrermos incinerados numa estrada
nacional, jamais saberemos que tudo não passa de fachada. Depois, acaba-se a
festa, acusa-se a política externa, o Papa Francisco e os Marcianos, deixando
um país completamente depenado para os seguintes resolverem. Com quê? Ora, com
as medidas INEVITÁVEIS impopulares e injustas com que depois, ELES na
oposição culpam o novo executivo por EMPOBRECER os portugueses!! E
sabem que mais? Ainda há parvos que não veem isto. E ELES sabem-no muito bem.
Porque além de serem políticos
indecorosos sabem que temos um problema cultural muito sério. E é aqui
o grande trunfo destes abutres.
Mudar isto leva tempo às vezes
tempo demais. Mas como todos os desafios que abracei na vida, não vou
parar até conseguir retirar o maior número de pessoas possível desta letargia. Ajudar
meu país passa em primeiro lugar por ajudar as pessoas a compreender como
funciona a política e o que devemos mudar nela para depois melhorar Portugal. Dirão
que sou louca, que ambiciono o impossível, que não vale o esforço. Eu respondo:
na vida já vi o impossível acontecer e só aconteceu porque eu NUNCA desisti.
Tudo é possível até o
impossível. Basta acreditar metendo mãos à obra e jamais desistir!
Porque não admito que me façam
de parva! Muito menos um Primeiro-Ministro!
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias, 14-7-2017
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