Exatamente, generoso leitor,
foi isso que leu: recebi um cartão de Boas-Festas, pelo correio, dias antes do Natal passado. Foi uma (bela) surpresa
e tanto!
Quando abri a caixa de correio e vi os remetentes pensei, de primeira, que eles tinham depositado, pessoalmente, o cartão na ranhura. Que nada! Veio pelo correio mesmo!
Que barato! Até à década de 80
era de bom tom enviar, pelo correio, cartões de boas festas aos familiares,
amigos e conhecidos. Lembro de trazer de Nova Iorque cartões grandinhos que
tocavam uma musiquinha (de Natal, claro!) ao serem abertos.
Pessoalmente, ia a uma loja
dos Correios enviar os cartões de Natal, sempre no dia 7 de dezembro.
Raciocinava assim: como no mês de dezembro os Correios sempre atrasam a entrega
da correspondência, mesmo considerando sete dias de demora, o meu cartão
chegará ANTES do dia 24 de dezembro!
Os cartões que recebia ficavam
expostos no buffet da sala de jantar.
Quantos mais, melhor, sinalizava a minha ‘popularidade’, well...
Não era difícil ter mais de
dez cartões de boas-festas, considerando, à partida, o do carteiro, o do
entregador do JB, o porteiro, o zelador, o chefe dos porteiros, o piscineiro, o
gari da sua rua, o lixeiro da COMLURB, os vereadores, os deputados estaduais,
etc...
Mas chegou a internet e os
cartões passaram a seguir via e-mail. Mandava muitos, mais do que pelos
correios no passado. Afinal, era muito barato enviar duzentos, ou mais, cartões
de boas-festas...
Atualmente, pelo que posso
perceber, os cartões de boas-festas são enviados via WhatsApp (que não tenho),
e pelo Facebook. Nem mais por e-mail.
Por tudo isso, o generoso leitor
já captou a minha surpresa e alegria em receber, pelo correio, um cartão de boas-festas.
Tanto mais vindo de um casal muito jovem, recém ajuntado.
Sim, uma alegria em constatar
que os meus netos serão, apesar ou por causa da tecnologia e tecnocracia, os
revitalizadores de uma tradição ocidental: a de ESCREVER e LEVAR a uma agência
de correios cartões de boas-festas!
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