De autoria de Adalberto
Leister Filho, a revista Gowhere,
traz uma extensa reportagem sobre a estreia da CNN Brasil. Separei o trecho
abaixo que finaliza a matéria.
(...)
Mas, afinal, a nova CNN será
um canal ligado a alguma ideologia política? Em um Brasil extremamente
polarizado, dividido em posições extremas, essa é uma das perguntas mais comuns
feitas para quem toca o dia o dia do novo canal. “Não seremos nem de direita,
nem de esquerda. Faremos jornalismo”, assegura Tavolaro. Um dos grandes
desafios – e, quem sabe, uma grande oportunidade – da CNN Brasil é nascer em um
momento de abalo sobre a credibilidade da imprensa brasileira, que foi
intensificado pela proliferação das fake news nas redes sociais e pela cisão
política do país. A emissora promete seguir os preceitos do bom jornalismo:
contar os fatos e dar voz à pluralidade de pontos de vista. “Temos a
responsabilidade de ser a marca de notícias mais importante do mundo. E notícia
não tem ideologia. Opinião, sim, tem lado. Teremos um jornalismo plural, como o
público tem buscado”, defende Leandro Cipoloni, vice-presidente de Jornalismo.
A CNN Brasil, garantem seus
executivos, não tem a pretensão de divulgar notícias em primeira mão sem que
tenha sido feita uma ampla checagem de sua veracidade. Assim, o “furo” dá lugar
a um jornalismo preocupado em evitar a propagação de notícias falsas. “Queremos
chegar primeiro à notícia, mas não temos a necessidade de veiculá-la primeiro.
Em tempos de fake news, abrimos mão de sermos os primeiros, se a informação não
estiver confirmada. Nosso objetivo é um só: estarmos certos”, afirma Américo
Martins.
Em março, Martins e Cipoloni,
ao lado de outros profissionais brasileiros, foram a Atlanta, Nova York e Miami
para a imersão no projeto da CNN. Na cidade-sede, tiveram reuniões com Jeff
Zucker, presidente mundial da marca. Também conheceram Ted Turner, fundador do
canal. Desses encontros foi implantado o conceito rigoroso de checagem de
informação batizado de tríade. Três setores fazem parte da tríade: “the row” (a
linha), formado por editores-executivos; “the legal” (parte legal), constituído
por advogados, que analisam as implicações jurídicas do material; e “standard
and practices” (padrão e práticas), composto por diretores que analisam se o
conteúdo da reportagem segue o manual de normas e práticas da CNN. Esse
terceiro grupo tem que questionar e ajudar a responder a três questões: “Como
fazemos isso?”, “Podemos fazer isso?” e “Devemos fazer isso?”. “A CNN Brasil
não só importará o conceito, como criará uma inovação sobre ele: a tríade
estará presente fisicamente no meio do nosso newsroom”, afirma Cipoloni. Após
anos de tentativas frustradas, a tríade que consagrou o jornalismo da CNN como
o principal canal de notícias do mundo estará finalmente disponível ao público
brasileiro nos próximos meses.
Texto: Adalberto Leister
Filho, Gowhere,
março de 2020
Tudo aparentemente lindo, asséptico, cheio de boas intenções... mas, de boas intenções está o inferno cheio. Pois que se o 'jornalismo' for do mesmo gene do da "casa mãe", o presidente Jair Bolsonaro vai ter saudades da Globo News... Esperemos para ver, e a ver veremos.
Tudo aparentemente lindo, asséptico, cheio de boas intenções... mas, de boas intenções está o inferno cheio. Pois que se o 'jornalismo' for do mesmo gene do da "casa mãe", o presidente Jair Bolsonaro vai ter saudades da Globo News... Esperemos para ver, e a ver veremos.
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