sexta-feira, 6 de março de 2020

A CNN Brasil estreia no domingo, 15 de março de 2020

De autoria de Adalberto Leister Filho, a revista Gowhere, traz uma extensa reportagem sobre a estreia da CNN Brasil. Separei o trecho abaixo que finaliza a matéria.


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Mas, afinal, a nova CNN será um canal ligado a alguma ideologia política? Em um Brasil extremamente polarizado, dividido em posições extremas, essa é uma das perguntas mais comuns feitas para quem toca o dia o dia do novo canal. “Não seremos nem de direita, nem de esquerda. Faremos jornalismo”, assegura Tavolaro. Um dos grandes desafios – e, quem sabe, uma grande oportunidade – da CNN Brasil é nascer em um momento de abalo sobre a credibilidade da imprensa brasileira, que foi intensificado pela proliferação das fake news nas redes sociais e pela cisão política do país. A emissora promete seguir os preceitos do bom jornalismo: contar os fatos e dar voz à pluralidade de pontos de vista. “Temos a responsabilidade de ser a marca de notícias mais importante do mundo. E notícia não tem ideologia. Opinião, sim, tem lado. Teremos um jornalismo plural, como o público tem buscado”, defende Leandro Cipoloni, vice-presidente de Jornalismo.

A CNN Brasil, garantem seus executivos, não tem a pretensão de divulgar notícias em primeira mão sem que tenha sido feita uma ampla checagem de sua veracidade. Assim, o “furo” dá lugar a um jornalismo preocupado em evitar a propagação de notícias falsas. “Queremos chegar primeiro à notícia, mas não temos a necessidade de veiculá-la primeiro. Em tempos de fake news, abrimos mão de sermos os primeiros, se a informação não estiver confirmada. Nosso objetivo é um só: estarmos certos”, afirma Américo Martins.

Em março, Martins e Cipoloni, ao lado de outros profissionais brasileiros, foram a Atlanta, Nova York e Miami para a imersão no projeto da CNN. Na cidade-sede, tiveram reuniões com Jeff Zucker, presidente mundial da marca. Também conheceram Ted Turner, fundador do canal. Desses encontros foi implantado o conceito rigoroso de checagem de informação batizado de tríade. Três setores fazem parte da tríade: “the row” (a linha), formado por editores-executivos; “the legal” (parte legal), constituído por advogados, que analisam as implicações jurídicas do material; e “standard and practices” (padrão e práticas), composto por diretores que analisam se o conteúdo da reportagem segue o manual de normas e práticas da CNN. Esse terceiro grupo tem que questionar e ajudar a responder a três questões: “Como fazemos isso?”, “Podemos fazer isso?” e “Devemos fazer isso?”. “A CNN Brasil não só importará o conceito, como criará uma inovação sobre ele: a tríade estará presente fisicamente no meio do nosso newsroom”, afirma Cipoloni. Após anos de tentativas frustradas, a tríade que consagrou o jornalismo da CNN como o principal canal de notícias do mundo estará finalmente disponível ao público brasileiro nos próximos meses.
Texto: Adalberto Leister Filho, Gowhere, março de 2020

Tudo aparentemente lindo, asséptico, cheio de boas intenções... mas, de boas intenções está o inferno cheio. Pois que se o 'jornalismo' for do mesmo gene do da "casa mãe", o presidente Jair Bolsonaro vai ter saudades da Globo News... Esperemos para ver, e a ver veremos.

Um comentário:

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