O FC Porto não perde fora de casa para a
Taça de Portugal desde 2018
Evandro Delgado
O FC Porto somou a 22.ª vitória seguida na Taça de Portugal, ao derrotar ao final da tarde de domingo o Sintrense por 3-0, na 3.ª ronda, no jogo que marcou a estreia das equipas da Primeira Liga na prova rainha do futebol nacional.
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Foto: José Sena Goulão/Lusa |
Os azuis e brancos, detentores
do troféu, dominaram as operações, sem permitir nada à equipa da Serra de
Sintra, aumentando assim o seu recorde de jogos sem perder na Taça de Portugal.
Recorde de invencibilidade
agora é de 22 jogos na Taça
03 de março de 2021. A data
pode dizer pouco a muitos portistas, mas foi nessa noite que os dragões
averbaram a última derrota na Taça de Portugal. Precisamente em casa diante do
SC Braga por 3-2, depois de um 1-1 na Pedreira, na 1.ª mão das meias-finais da
prova.
De lá para cá, os dragões
venceram todos os 22 jogos disputados, aumentando assim o recorde de
invencibilidade na prova. É do Benfica a segunda sequência de invencibilidade,
com 16 jogos, entre 1979 e 1982, cabendo novamente ao FC Porto o terceiro
melhor registo (13 jogos), alcançado entre 1976-1978, tal como o Sporting que
esteve 13 jogos sem perder na prova, entre 2006 e 2008, de acordo com dados do
'playmaker_PT' do 'zerozero'.
Dos jogadores que estavam na
última derrota portista na prova rainha do futebol português, só restam Diogo
Costa, Zaidu, Grujic e Marcano no atual plantel portista.
Se quase quatro anos sem perder na prova já é de si, um feito fantástico, que dizer então da invencibilidade na Taça em jogos fora de casa? Desde 18 de abril de 2018 que os portistas não sabem o que é perder na segunda competição mais importante de Portugal. Nesse dia em Alvalade, um golo de Coates aos 85 minutos empatou as meias-finais, que seriam ganhas pelo Sporting na grandes penalidades (5-4), depois de os dragões terem ganho em casa também por 1-0.
O 22.º triunfo na Taça de
Portugal foi selado na tarde de domingo, com uns 3-0 ao Sintrense, emblema
líder da Série D do Campeonato de Portugal. E quis o destino que fosse um
senhor papa-Taças cortar o caminho para a 22.ª vitória com uma tesoura. A acrobacia de Galeno, logo aos 25 minutos, dava por
terminada a resistência dos homens da Serra de Sintra, embora o FC Porto nem
estivesse a fazer assim tanto.
Galeno, diga-se, soma quatro
Taças de Portugal seguidas, ele que estava nessa equipa do Braga que aplicou a
última derrota ao FC Porto na prova, antes de os minhotos vencerem no Jamor o
Benfica por 2-0. Se vencer a Taça esta época, conseguirá chegar às cinco taças
seguidas, algo inédito em Portugal.
Os outros dois golos que
materializaram a superioridade portista foram apontados por Iván Jaime aos 54,
num grande remate colocado, e Tiago Djaló aos 58, de cabeça. O internacional sub-21
estreou-se no FC Porto e logo com golo, tal como Cláudio Ramos, elevando para
29 o número de jogadores utilizados esta época pelo técnico Vítor Bruno.
Apesar das derrotas contra o
Sporting na I Liga e Bodo/Glimt na Liga Europa e o empate caseiro com o
Manchester United, o trabalho de Vítor Bruno à frente do FC Porto é positivo.
De recordar que começou a época a vencer a Supertaça diante do Sporting.
A equipa está em crescimento
face à mudança técnica no final da época passada, há muitos jogadores novos,
novos métodos, mas os números até são bons: 30 golos marcados em 12 jogos,
quando na época passada, por exemplo, só tinha 16; o FC Porto marcou dois ou
mais golos em 11 dos 12 jogos realizados (só não marcou ao Sporting em Alvalade
na derrota por 0-2), e já fez três golos ou mais em metade dos jogos
disputados.
Depois do Sintrense, o nível
terá de subir porque na 5.ª feira há duelo com o Hoffenheim em casa, na 3.ª
jornada da Liga Europa. Os dragões ainda procuram a primeira vitória na prova.
Momento-chave: Iván Jaime nem lhes deixou sonhar
O Sintrense até tinha tentado
algumas aproximações à área portista a terminar o primeiro tempo, pelo que era
necessário dar uma resposta a esse atrevimento logo a abrir a segunda parte.
Iván Jaime, de regresso à titularidade, recebeu de fora da área, tirou um
adversário do caminho e colocou a bola no cantinho, rente ao poste. O guardião
contrário nem se mexeu. A equipa da Serra de Sintra sentiu nesse momento que o
Golias haveria de se manter de pé.
Os Melhores: os homens dos
golos e a festa nas bancadas
Galeno, Iván Jaime e
Tiago Djaló não foram os melhores apenas pelos golos marcados. O extremo
brasileiro fez um golaço de tesoura, num jogo onde estava a ser, a par de Iván
Jaime, dos mais mexidos no ataque portista, procurando sempre a baliza
contrária. Tiago Djaló destacou-se a nível defensivo, impondo
o físico e a sua velocidade, num jogo onde poderá ter ganho a corrida ao lugar
a Otávio e Zé Pedro para a dupla com Nehuén Pérez.
Destaque também para o fantástico
ambiente na Reboleira lotado, com mais de seis mil pessoas a
assistirem o jogo, na sua esmagadoria maioria portistas. Ambiente são nas
bancadas, com adeptos das duas equipas misturados e em clima de festa.
Em noite 'não': Navarro
alérgico ao golo
Fran Navarro tentou
de todas as formas. Fez os 90 minutos, teve algumas bolas de golo, mas não
conseguiu acertar nenhuma. A que acertou no fundo das redes, foi anulado por
fora de jogo. Nota-se alguma pressão no avançado espanhol e ansiedade para
mostrar serviço. Teve três golos nos pés, mas atirou um para fora e os outros
dois foram parados pelo guarda-redes Rodrigo Dias.
Título e Texto: Evandro Delgado, SAPO Desporto, 21-10-2024, 8h30
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