Violência chega à 'Miami brasileira’
O Dia
São cinco horas da tarde de um
dia de semana de muito sol na Barra da Tijuca. A ideia de João Paulo dos
Santos, de 30 anos, era curtir com a namorada um final de tarde gostoso num dos
muitos quiosques espalhados pela orla. O escolhido foi um situado no posto 7,
mas o rapaz não teve muita sorte. Mal sentou-se na cadeira de praia, um dos
atendentes do quiosque avisou que sua moto havia sido roubada.
"Eu ainda tentei fazer
alguma coisa, mas quando vi o cara estava armado com o maior trabuco",
disse o funcionário do quiosque, que por motivos óbvios, preferiu não se
identificar. O motociclista ficou chateado, mas como tinha seguro não se preocupou
tanto. "Fazer o quê, não é?", disse João Paulo, resignado.
Esse caso não é único na Barra
da Tijuca. Pelo contrário, assaltos e até assassinatos ocorrem faça sol ou
chuva num local que já foi um paraíso para muitos. Considerada a Miami
brasileira, há muito tempo que o bairro deixou de ser um lugar com total segurança
para o desespero de moradores que pagam caro pelo aluguel ou propriedade e para
os transeuntes e motoristas. Quem passa pela Avenida da Américas nem pensa em
abrir a janela do carro pois pode ser assaltado, seja de manhã, tarde ou noite,
e ficar sem seus pertences, principalmente aparelhos móveis de telefone.
Os condomínios de luxo também não fogem à regra. Uma jovem estava sentada em local estruturado aguardando um Uber e levaram o celular dela em frente do Condomínio Blue, em uma rua sem saída com segurança 24 horas. A jovem ficou assustada pois há pouco mais de um ano aconteceu um assassinato perto dali e há mais de dois um tiroteio, que deixou todos perplexos.
Dados do Instituto Segurança Pública (ISP) apontam um aumento de 13,4% no número de roubos a residência no município do Rio este ano. Foram 195 casos de janeiro a julho de 2024, frente aos 172 registrados no mesmo período de 2023. Já o total de roubos aumentou 27,3%.
Encontro de representantes
No mês passado, houve a 11ª reunião da Diretoria Biênio 2023/2025 do 31º Conselho Comunitário de Segurança que atende ao bairro e os adjacentes como Recreio e Vargem Grande e Pequena. Coordenador do Barra Presente, o tenente Couto, afirmou que estão de volta as assistentes sociais para a Operação Segurança Presente e com isso em 13 dias foi realizado um atendimento em sua área. O subcoordenador da Operação Recreio Presente, subtenente Bispo, falou sobre os índices do trabalho nos últimos 15 dias.
O subprefeito da Barra da
Tijuca, Raphael Lima, disse que implantação do Sistema de Câmeras da Prefeitura
reflete a preocupação da administração com a Segurança Pública. O Comandante do
31º BPM, coronel Silvio, narrou as ações do seu comando ao longo do período,
falou da celebração de um convênio da PMERJ com o Detran e respondeu as
demandas apresentadas, pela população da Barra e adjacências como Recreio,
Vargem Grande e Pequena.
Também participaram da reunião
a presidente do 31º CCS, Maria Lucia Mascarenhas, e os delegados Neilson dos
Santos Nogueira e Rodrigo Barros, respectivamente da 16ª DP (Barra da Tijuca) e
da 42ª DP (Taquara) além de Theo Salema, representante do Lajedo.
Trabalho rotineiro
Questionada sobre as ações que
estão fazendo para que os assaltos diminuam na região, a Assessoria de Polícia
Civil enviou o seguinte esclarecimento por e-mail:
“As delegacias da Polícia
Civil realizam rotineiramente o trabalho de investigação dos casos registrados,
bem como de recuperação e devolução de aparelhos de telefone celular roubados e
furtados no estado do Rio de Janeiro. Recentemente, o Departamento-Geral de
Polícia da Capital (DGPC) promoveu uma ação emblemática com a entrega de cerca
de 500 celulares recuperados no decorrer de investigações conduzidas pelas
delegacias do Rio.
No mês passado, uma ação da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a
Propriedade Imaterial (DRCPIM) e da 19ª DP (Tijuca) localizou 750 aparelhos
produtos de crime, no Mercado Popular da Uruguaiana. Quatro pessoas foram
presas. Em outra diligência, a equipe da 41ª DP (Tanque) prendeu o homem
apontado como maior receptador de iPhones de Jacarepaguá. Com ele, foram
apreendidos 28 aparelhos.
A Polícia Civil atua de forma
integrada com as demais forças de segurança do estado para reprimir a prática
de roubos e furtos, bem como a receptação dos aparelhos, atuando contra toda a
cadeia criminosa. Agentes realizam diligências para identificar e responsabilizar
criminalmente os envolvidos nesses delitos’’.
Saiba um pouco mais sobre
Conselhos Comunitários de Segurança
Os Conselhos Comunitários de
Segurança (Consegs) são canais de participação popular que tratam de assuntos
ligados à Segurança Pública. São de caráter consultivo e deliberativo, sem fins
lucrativos e de cooperação voluntária, e atuam como espaços para discussão e
análise de problemas que impactam essa área. são grupos de pessoas de uma mesma
comunidade que se reúnem para discutir, analisar, planejar e acompanhar a
solução de seus problemas de Segurança, assim como estreitar laços de
entendimento e cooperação entre as várias lideranças locais.
Diante disso, o Conselho Comunitário deve ser responsável por diagnosticar
problemas das comunidades, possibilitando ações preventivas na área de
segurança pública com realização de reuniões periódicas entre representantes
das comunidades, igrejas, escolas e outras.
Título e Texto: Redação,
O Dia, 20-10-2024, 0h
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