Paulo Hasse Paixão
Como as pessoas vivem
enclausuradas em bolhas de informação digital, cujos algoritmos só lhes dão
os inputs que gostam de receber, formam ideias completamente
divergentes da realidade. E se o fenómeno acontece principalmente à esquerda do
espectro político, há que reconhecer que também se plasma com significado à
direita.
Vem este parágrafo a propósito
da percepção que muita gente parece ter de que Donald Trump lidera neste
momento as sondagens para as presidenciais de 5 de novembro. Como já em 2020 sucedeu,
esse otimismo não tem razão de ser. Eu explico.
Para já: não é verdade que Trump lidere as sondagens. Há
sondagens que lhe dão vantagem, curta, no total nacional, mas a maior parte dá
empate técnico ou vantagem, curta, a Kamala. Umas como outras, estão dentro da
margem de erro.
O candidato republicano é
favorito no contexto do colégio eleitoral, ou seja, no mecanismo que faz dos
EUA uma república federal, mais do que uma democracia, e que, de forma a dar
voz aos estados menos populosos, valoriza o número de votos colegiais sobre a
votação nacional.
Como aconteceu em 2016, Trump poderá ser eleito mesmo que não tenha a maioria dos votos, desde que vença nos estados tradicionalmente vermelhos e em quatro ou cinco dos seguintes estados-chave: Georgia, Pensilvânia, Carolina do Norte, Florida, Wyoming, Michigan e Arizona.
Porém, a Pensilvânia está
tremida e o Michigan é sempre difícil para um candidato republicano, seja ele
quem for. Donald Trump terá assim forçosamente que vencer nos restantes
estados. E não é líquido que o faça na Georgia e no Arizona, por exemplo.
O seu favoritismo, ainda
assim, decorre principalmente de três fatores: A dinâmica da sua campanha, o
desastre da actual administração democrata e a imbecilidade de Kamala Harris. O
facto do candidato republicano ser generoso em presenças públicas, entrevistas
e comícios, bem como as duas tentativas de assassinato de que foi alvo,
oferecem momento e entusiasmo ao seu esforço eleitoral. O legado do regime
Biden foi de tal forma catastrófico, tanto em termos económicos como de
política externa, que até Harris, que é ‘segunda em comando’ desta
administração, se está a apresentar como uma candidata “de mudança”. O problema
é que Kamala, de cada vez que abre a boca, demonstra à audiência que é
paralítica do cérebro.
E é por isso que nas casas de
apostas, por exemplo, Trump lidera por mais de 20 pontos.
Ninguém no seu perfeito juízo
quer pôr o seu dinheiro num cavalo que não tem capacidade intelectual para o
galope.
Ainda assim, e pondo de parte
a alta probabilidade da fraude eleitoral, não é de todo um dado adquirido que o
candidato republicano tenha a eleição no bolso.
A verdade, verdadinha, é que
tudo pode acontecer na noite de 5 de novembro, na madrugada de 6 e até mesmo
nos dias seguintes, já que em certos estados a contagem de votos pode
estender-se loucamente. E tudo pode acontecer também, nos dias que ainda restam
cumprir até lá chegarmos.
Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 23-10-2024
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