“O STF joga há mais de cinco
anos uma partida que só tem piores momentos, mas ainda assim consegue jogar cada
vez pior. É natural. Os ministros perderam a capacidade de fazer qualquer coisa
certa, como o organismo vai perdendo a audição ou os glóbulos brancos – e no
espaço aberto pela ausência das coisas certas só podem entrar as coisas
erradas. Não é que os ministros pensem errado. O problema é que eles não sabem
o que é pensar.
Num momento em que a
integridade do STF está sendo cada vez mais contestada, e se multiplicam as
evidências de que o Tribunal se tornou o maior inimigo da democracia no Brasil,
o que fazem os ministros? Vão para um piquenique em Roma pago, entre outros, por
empresários que confessaram crimes de corrupção ativa. Pior: devolveram
dinheiro roubado, e agora o ministro Dias Toffoli lhes deu de volta os R$ 10
bilhões que tinham prometido pagar para sair da cadeia.
É incesto explícito. As
empresas que levam os ministros para passear nas capitais do mundo rico têm
causas a serem julgadas no STF. A mulher de Dias Toffoli é advogada do
escritório que representa a JBS – a que foi presenteada pelo marido com aqueles
R$ 10 bi. As mulheres de Alexandre Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin
também advogam no SFT. Só a sra. Moraes está em dezoito processos. O ministro
Barroso acha tudo isso normal.
O presidente do tribunal, aliás, achou uma boa ideia defender a boca livre de Roma com o seguinte enunciado: registrar que empresários corruptos patrocinaram o “evento” é ter “preconceito contra a iniciativa privada”. O que ele sugere, então? Que a presença de ladrões confessos deve ser mantida em sigilo, para não levantar dúvidas sobre a reputação da liberdade empresarial? Aí já é levar a jaca para o palco e enfiar o pé em cima.
O STF está vendo, finalmente,
a sua conduta entrar em julgamento – até pela imprensa internacional, essa que
os ministros veneram com a mesma intensidade com que odeiam as redes sociais.
Indaga-se, é claro, como um tribunal de justiça possa ter formado contra si um
prontuário tão óbvio de proteção à roubalheira. Mas indaga-se, mais ainda, se o STF é hoje um defensor ou um agressor da democracia no
Brasil.
O tribunal parece ter decidido
acabar, de uma vez por todas, com qualquer dúvida que ainda possa haver a
respeito. O ministro Flavio Dino decidiu intimar o deputado Marcel van Hattem,
um dos líderes da oposição, a depor numa delegacia de polícia. Ele sabe
perfeitamente que o artigo 53 da Constituição proíbe isso: “quaisquer”
opiniões, palavras e votos de membros do Congresso, está escrito ali, são
“invioláveis”. Porque viola, então?”
Via João Luiz Mauad, X, 19-10-2024, 21h34
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