Leandro Ruschel
O artigo aborda a prisão do deputado Daniel Silveira, o perdão presidencial recebido por ele e sua anulação pelo Supremo, resultando em seu retorno à prisão.
"O caso de Daniel
Silveira demonstra o cerne da crítica às ações mais recentes do Supremo: há
momentos em que a Corte tem sido a vítima, investigadora e juíza, tudo ao mesmo
tempo. Os Ministros discordam, disseram que a vítima no caso é a democracia, e
não eles, os ministros."
O texto também explica a
origem dos superpoderes autoatribuídos aos ministros:
"No começo de 2019,
reportagens na imprensa sugeriram que a enorme operação anticorrupção Lava Jato
estava começando a investigar alguns ministros, inclusive o presidente do
Supremo na época, o ministro Dias Toffoli.
Ele repudiou veementemente
matérias que alegavam que o Supremo estava tentando sufocar a investigação.
“Atacar a cada um de nós já é um ataque a todos” o ministro disse a seus
colegas na Corte em 2019. “A calúnia, a difamação, a injúria não serão admitidos”.
Quando a revista mais tarde produziu evidências mostrando que a reportagem era precisa, ele permitiu que fosse republicada.
Na mesma época, o ministro
Moraes ordenou operações de busca e apreensão contra sete pessoas que
criticaram o Tribunal em postagens online. Algumas chamaram o Tribunal de
corrupto e exigiram a destituição dos ministros. A polícia entrou nas casas dos
investigados, confiscando telefones e laptops.
Anos depois, nenhuma
denúncia foi apresentada, mas bens apreendidos não foram devolvidos, segundo
uma das pessoas alvo das buscas."
Nos anos seguintes, o escopo
do Inquérito das Fake News se ampliou, passando a focar em
qualquer ataque às instituições. O ministro Moraes usou sua posição de relator
para assumir o controle de pelo menos outros oito inquéritos similares, a
maioria voltada às ações de Bolsonaro e seus apoiadores.
É também apresentada a
perseguição sofrida pela Revista Oeste, no caso exposto pelo Glenn Greenwald,
na Folha:
"O assessor do
Tribunal respondeu que só conseguiu encontrar “publicações jornalísticas” que
“não diziam nada” no site da Oeste, mostraram as mensagens. O auxiliar de
Moraes respondeu: “Use sua criatividade, rs”. O assessor disse que “daria um
jeito”.
Semanas depois, o YouTube
bloqueou temporariamente a Oeste de exibir anúncios em seus vídeos, alegando
que havia publicado “conteúdo prejudicial”, disse a Oeste. A revista depois
afirmou que processou o YouTube e encontrou, durante o processo, uma ordem do
ministro Moraes para bloquear a monetização da Oeste no YouTube. Uma porta-voz
do STF negou que Moraes tenha emitido a ordem. O YouTube reverteu a ação desde
então."
Chamou minha atenção uma
declaração em off dada por quatro procuradores: "em
entrevistas com o New York Times, quatro altos membros da Procuradoria Geral da
República descreveram as ações do Tribunal como uma abrangente tomada de poder,
disseram que o Tribunal carece de uma instância para a prestação de contas por
seus atos, e criticaram o fato de que as investigações têm se arrastado por
anos sem chegar a resoluções."
O final do texto expõe a
mentalidade que tomou conta da Corte, nas palavras do seu atual presidente:
"Nas entrevistas, os
ministros disseram que a democracia do Brasil continua sob séria ameaça, e
criticá-los é um ataque aos seus esforços para protegê-la.
“Nós estamos lidando com
gente perigosa”, disse o ministro Barroso, presidente do Tribunal. “E é preciso
não esquecer isso.”
Mas o que acontece se o
Tribunal errar?
“Alguém deve ter o direito
de errar por último”, disse ele. “Eu acho que nós não erramos, mas a última
palavra é a do Supremo.”
Faltaram alguns pontos
importantes na história, como a indicação mais precisa de todas as leis e
jurisprudências que foram atropeladas nesses inquéritos, além do nível de
censura contra a direita durante as eleições de 2022.
Ainda assim, é surpreendente
observar o esquerdista NYT expondo o Supremo.
Título e Texto: Leandro Ruschel, Substack, 16-10-2024
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