Leandro Ruschel
Nos últimos dias, após os resultados desastrosos para a esquerda nas eleições municipais, tenho observado várias tentativas da militância de redação e de outros setores esquerdistas para explicar por que perderam o apoio popular.
O professor Olavo de Carvalho
já apontava a crise da esquerda em 2014, quando o entrevistei: a esquerda,
liderada pelo PT, se fundiu ao estamento burocrático, tornando-se parte do
problema, e não uma alternativa ao corrompido establishment brasileiro.
Todo brasileiro SABE que o
sistema é corrupto até o osso. Algumas pessoas não se incomodam com o fato de o
sistema ser corrupto, mas sim por não estarem participando da
"festa". Outras simplesmente se resignam, encarando a corrupção como
uma característica imutável do país.
Por outro lado, creio que a
maioria da população almeja um país diferente, e apenas a direita oferece essa
visão. É por isso que Bolsonaro, ou qualquer outro líder da direita, perde
apoio quando sinaliza uma maior proximidade com o sistema. Ao mesmo tempo,
figuras como Marçal ganham força ao se apresentarem como candidatos
antissistema, mesmo que essa postura seja, em muitos casos, artificial.
A esquerda perdeu relevância porque deixou de oferecer uma alternativa viável. Lula, por exemplo, nada mais é do que um escudo para o sistema. Ele foi descondenado e elevado à presidência para cumprir esse papel, e muitos na própria esquerda já perceberam isso. Daí a desilusão.
O "defesa da
democracia", mantra do sistema desde o surgimento de Bolsonaro e do
movimento de revolta popular, é, na verdade, a defesa de um establishment corrupto
em todos os sentidos. Na boca desse grupo, "democracia" passou a
significar o contrário, pois agora ela é "protegida" por meio de
censura e perseguição política.
A solução para o sistema será
encontrar um candidato que PAREÇA ser oposição a tudo o que está aí, mas que,
na realidade, integre e proteja a velha oligarquia política. O teste para
determinar a verdadeira oposição no Brasil de 2024 é simples: se a pessoa está
sendo perseguida ou não.
Para a esquerda, não há saída.
Ou ela adota pautas cada vez mais impopulares, como o socialismo soviético no
campo econômico, ou a defesa de criminosos e da ideologia de gênero no campo
moral, tornando-se uma força minoritária, no estilo do PSOL. Ou então abraça de
vez o estamento burocrático, tornando-se uma ferramenta do Centrão e se
ancorando no controle de instituições como o Supremo, para manter sua agenda e
seu poder por meio de canetadas, em um arranjo politicamente frágil e instável.
Este caminho leva à necessidade de repressão cada vez mais intensa.
A terceira alternativa seria
seguir o caminho que Boulos tentou em São Paulo: abraçar uma visão econômica
mais liberal, apoiando o empreendedorismo e um estado mais eficiente, além de
adotar uma postura política moderada e pragmática. Mas, quem cairia nessa?
Cabe à direita explorar de
forma sistemática a contradição da esquerda, que se tornou aquilo que tanto
criticava: parte do estamento burocrático. Ao mesmo tempo, a direita deve
manter viva a chama da reconstrução nacional. Quem for capaz de fazê-lo com habilidade,
resistindo à repressão, contará com o apoio popular de forma consistente,
impulsionando um verdadeiro projeto de resgate dos valores fundamentais e das
nossas liberdades.
Título e Texto: Leandro
Ruschel, Substack,
27-10-2024
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