Arthur Virgílio
Não vou discutir essa história de esquerda e direita. Isso não me interessa e realmente não está me interessando. O que quero dizer é que temos algo muito grave a resolver neste país.
Vejo agora o Supremo Tribunal Federal pretender anular a anistia dada aos que participaram da ditadura de 1964 a 1984. Na época, essas pessoas mereciam tudo de ruim na vida, mas muitos já morreram. Estamos em 2024, já se passou tanto tempo, e isso não cabe mais. É passado. Um erro clamoroso.
Faço um breve comentário sobre a prisão do General Braga Netto. Ele foi preso como se fosse um batedor de carteiras, como se não tivesse sido o comandante das tropas que mantiveram a paz no Haiti, ou o responsável pela intervenção militar e social no Complexo do Alemão, que, sabemos, é frequentado por alguns ministros do governo atual.
Para onde vai o Brasil? Para que lado? Vamos continuar nessa lenga-lenga de esquerda e direita, ou o Brasil vai, finalmente, entender que quem defende a democracia precisa escolher com firmeza seus aliados? Não é possível alianças com qualquer um que apresenta mil ideias sem peso ou responsabilidade. É revoltante.
Espero que haja bom senso neste país. Jamais vi algo tão tolo como caçar a anistia dos que participaram da ditadura — algo defendido, muitas vezes, por pessoas que provavelmente nunca lutaram contra ela.
Eu lutei contra a ditadura! Eu apanhei, fui preso, meu pai foi cassado, minha mãe foi humilhada, minha casa invadida no dia 3 de janeiro de 1964. Sofremos muito, mas não entregamos, não jogamos a toalha, não desistimos da luta pela democracia.
Agora, vejo pessoas sendo presas de maneira arbitrária. Se alguém deve ser preso, deve ser julgado pelo tribunal competente, como o Superior Tribunal Militar, e não assim, de forma simplória, por um ministro que acumula papéis de vítima, acusador e julgador ao mesmo tempo.
É preciso deixar claro: um ministro não pode ser vítima, acusador e juiz de um caso envolvendo seus supostos inimigos. Isso não é justiça. O Brasil precisa colocar a cabeça no lugar e perceber a gravidade do momento que estamos vivendo. Chega de tricotagem! Precisamos levar a sério a necessidade de o Brasil se reerguer, de voltar a ser um país com postura, capaz de tomar decisões que impactem a América do Sul e ecoem pelo mundo.
O Brasil tem que ser respeitado e independente.
Faço esse desabafo. Vejo tanta coisa degradante e deprimente. Precisamos unir quem quer democracia no Brasil e deixar de lado quem não quer. Não se faz acordo com quem deseja implantar ditadura. Não se negocia com quem quer submeter as liberdades ao crivo de um ministro ou outro. Isso não tem futuro no Brasil. É preciso repensar tudo e agir rápido!
Desejo que as pessoas tenham lucidez como nunca antes, porque este momento é crucial para a vida nacional. Quando prendem um general sem consultar o STM, então por que não acabar logo com esse tribunal?
O mesmo lugar onde se julgaram os humildes no caso de 8 de janeiro agora é o palco para tudo e todos. Já cassaram deputados, senadores, uma anistia presidencial… vivem ameaçando. Esse país de ameaças não pode prosseguir.
Sei que isso pode desagradar tanto a esquerda quanto a direita, mas não me importa. Não sou "macaco de auditório". Tenho minha opinião, respeito-a e luto por ela. Organizamos uma luta pela democracia no Brasil, lutamos pelas Diretas Já, pela eleição de Tancredo no colégio eleitoral. Podemos fazer o Brasil andar de cabeça erguida outra vez. Por enquanto, estamos num fracasso pleno.
Vivemos uma guerra medíocre, pequena, sem propósito.
Agradeço a quem leu, concordando ou discordando. Estou farto desse "nenhenhém". O Brasil precisa crescer e sair dessa polarização absurda. Precisamos de valores sólidos e de pessoas que lutem pela democracia. Espero que nos unamos nessa causa legítima, com força e coragem.
É preciso lutar, mesmo que
isso custe o risco de prisão ou agressão. Jamais jogarei a toalha.
Título e Texto: Arthur Virgílio, X, 16-12-2024, 18h53
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No Brostil, perdão, no nosso querifodido e armado braszzzil, pode. Aliás, aqui tudo é válido. Tudo é permitido. Por aqui não existe lei, não existe constituição, não existe lisura, como também não existe um presidente eleito democraticamente, mas sim DEMONIACRATICAMENTE eleito pelo polvo. O polvo dá as ordens por ter a força da caneta enfiada no pescoço de seus tentáculos. O povo não tem força nem para sentar no vaso e cagar - meu Deus, defecar. Por esta bunda - perdão, por esta banda, quem governa é o STF, ou (Superioterror Tribundal de Falcratuas). Talvez em outro país ainda se encontre respeito seriedade, justeza... hombridade e não "ombridade", soberania, decência, coragem, compostura, e outros predicados que por aqui são inteiramente desconhecidos. Aqui, em "Terras de Ninguém," as leis são meras figuras decorativas publicadas em livros. Existe uma bosta -, ou melhor dito -, um calhacagamaço -, eu quis dizer calhamaço que se chama Consticonceição. Existe até uma música que foi gravada por Cauby Peixoto, cuja letra é assim: (Esculhambação, eu me lembro muito bem... vivia no morro a sonhar... com coisas que o morro não tem...) que é muito respeitada, por aquela vagaba sentada na puta, digo, na porta da "Casa da Mãe Joana," conhecida como J U S T I Ç A, ou como o povo esperto e ladino a chama, respeitosamente de "J u s t r a ç a.". Por estas esquinas das cracolândias espalhadas de norte a sul, ainda se fala muito na "dentadura militar." Alguém, por ai, acaso viu a tal da dentadura militar??!!.
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.
O povo brasileiro, desde que o mundo é imundo, se transformou num eterno STF, ou seja, toda essa galera não passa de um bando de "Sujeitos Totalmente Fodidos."
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro