domingo, 11 de agosto de 2013

Críticas do presidente do Paraguai desancam Mercosul

O presidente, que sai agora no dia 15 e transmite o cargo para o presidente eleito Horácio Cartes, fez duras críticas ao MERCOSUL, dizendo que “quem deu o golpe foi o Brasil e a Argentina, admitindo a entrada da Venezuela no bloco ‘pela janela’ e de forma ilegal”.
Francisco Vianna

O Presidente Federico Franco (esq.) do Paraguai, que passa o cargo no próximo dia 15 de agosto ao presidente eleito Horacio Cartes, conforme determina a Constituição do país. À dir. o Secretário da OEA, José Miguel Insulza. Foto: AFP/Getty Images
O atual presidente paraguaio, Frederico Franco – que ocupa o cargo de Presidente da República Interino, após a deposição de Fernando Lugo em meados de 2012 mediante um “julgamento parlamentar e judiciário” onde fora considerado incompetente e conspirador de um golpe de estado inspirado e insuflado por Hugo Chávez Frías da Venezuela – disse que os seus vizinhos e sócios do MERCOSUL, principalmente Brasil e Argentina, “têm sido um rosário de dor e amargura” durante o seu mandato-tampão, que se encerra no próximo dia 15 de agosto. Franco explicou a eles que “tudo o que ocorreu no Paraguai foi dentro da legalidade e conforme o que reza a Constituição do país, que infelizmente ou não conheciam ou a ideologia falou mais alto do que a legalidade”.

Na terça-feira passada, ele denunciou, em declarações à Rádio Primeiro de Março, que os sócios do MERCOSUL submeteram seu país a uma “marginalização injusta e ilegal”. “A comunidade vizinha dos países limítrofes, com ênfase para Brasil e Argentina, só causaram um rosário de dor e de amargura”.

O atual presidente do Paraguai, Federico Franco (à esq.), e o presidente eleito, Horacio Cartes
Após a destituição de Lugo, o Paraguai foi suspenso do MERCOSUL e da “União das Nações Sulamericanas (UNASUL) ”, que se negaram a reconhecer o governo de Franco. O presidente guarani criticou com veemência os países do MERCOSUL alegando que “eles permitiram o ingresso arbitrário e ‘pela janela’ da Venezuela, enquanto o Paraguai era suspenso do boco, ou seja, o verdadeiro golpe foi dado por eles”.
O presidente eleito, Horacio Cartes, tomará posse na próxima sexta-feira, 15 de agosto, e ressaltou que "um fato fundamental da política internacional é a vigência do direito internacional. A política não é força e nem arbítrio, bem como não legitima também qualquer fato ou procedimento que ignore o direito e a lei".
Em Montevidéu, Carter agradeceu o reconhecimento de sua eleição por todos, mas manifestou sua estranheza “com a decisão do MERCOSUL de anular a suspensão do Paraguai apenas a partir de 15 de agosto”, e reafirmou "que jamais aceitamos (a suspensão) pelos motivos que a originaram, especialmente por não se ajustar às normas jurídicas estabelecidas no Protocolo de Ushuaia".

Durante a visita do Papa Francisco ao Brasil, o presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, declinou ao convite de Dilma Rousseff para assistir à missa que o papa Francisco celebrou em 28 de julho, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
O diplomata Eladio Loizaga, assessor de Cartes para política externa, afirmou que “o futuro mandatário agradeceu o convite, mas o rejeitou porque ainda não assumiu o cargo”, sem dúvida, uma desculpa esfarrapada para evitar o desprestígio de estar junto com uma autoridade estrangeira que foi hostil ao seu país.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional), 10-8-2013

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