quarta-feira, 9 de abril de 2014

O absurdo dos absurdos


Almir Papalardo
ABSURDO, conforme ensina o dicionário, é a palavra que significa “contrário à razão, ao bom senso”. Portanto, uma palavra perfeitamente adequada ao aposentado brasileiro, que, coitado, tem todos e tudo contra si, inclusive o próprio INSS.

Um procedimento injustificável que nenhum Poder Público por razões óbvias consegue explicar, uma lamentável mediocridade na atuação insensata dos poderes Executivo e Legislativo, há muito destruindo de forma desastrosa, covarde e infeliz, a honradez do nosso confuso e injusto sistema previdenciário.

Justamente, para infelicidade do cidadão brasileiro, este absurdo comportamento anti-aposentado, contradiz a benemérita PREVIDÊNCIA SOCIAL, outrora sustentáculo da sociedade por manter o trabalhador protegido, garantindo-lhe a manutenção da saúde, assistência social e do suprimento básico das suas necessidades, quando se aposenta.

Há muito perdeu essa condição de guardiã do povo pela estapafúrdia política adotada contra o trabalhador. Este, ao se aposentar, perde um grande percentual do que deveria receber, sendo punido pelo Fator Previdenciário, arcando ainda com os prejuízos anuais sistemáticos que lhes são infringidos por ocasião dos reajustes salariais, achatando cada vez mais a sua aposentadoria, até que ficará inexoravelmente limitada apenas a 01 salário mínimo!

Então é este o absurdo que de modo absurdo lidera entre todos os outros absurdos que germinam neste país, de justiça social embaralhada e comprometida. É muito ABSURDO junto, tornando o fardo do trabalhador absurdamente pesado e supra-absurdamente desumano para aposentados.

E que argumentos usam para justificar tamanha incompetência e deslealdade ao trabalhador? Para explicar este problema originado pela falta de criatividade dos governantes, alegam déficits existentes na Previdência, o que lhes obrigam a prejudicar 1/3 de aposentados que ganham acima do salário mínimo, em detrimento dos outros 2/3 que recebem o mínimo, muitos dos quais jamais contribuíram para o INSS. Usam dois percentuais diferentes de reajuste na atualização das aposentadorias. Desvincularam o reajuste do aposentado do reajuste do salário mínimo, transgredindo assim artigos da Constituição que não permitiam defasagens nas aposentadorias! E, diante disto tudo, teimam em permanecer cegos e acomodados!

Daqui a pouco todos os aposentados do RGPS estarão ganhando o mesmo benefício (01 SM)! Chamam a isto melhor distribuição de renda, enquanto o bom senso, justiça e coerência indicam um criminoso preconceito e absurda discriminação, causadores de infartos e depressão mórbida ao velho aposentado, que assiste perplexo tudo o que construiu na vida ativa ser desmoronado impiedosamente. Isto é criminoso! Isto não está legal. Isto não é governar...

Confrontando as afirmações da equipe econômica do governo de que a Previdência é deficitária, e as do senador Paulo Paim de que ela é superavitária, fico com as afirmações do senador, que mesmo sendo do PT, tem demonstrado maior sensibilidade às justiças sociais do que muitos pretensiosos e gabolas líderes petistas.

Além do mais, mesmo que a Previdência Social fosse de fato deficitária, o governo não tinha o direito de prejudicar o idoso aposentado, indefeso, cortando sistematicamente o seu provento, porque recebe acima do salário mínimo. Não poderia nunca quebrar um contrato assinado pelo Trabalhador, Empregador e INSS, ignorando um direito adquirido e desrespeitando artigos da nossa Carta Magna e do Estatuto do Idoso! Tinha que arrumar recursos de outras fontes para honrar os direitos de aposentados e pensionistas. Está tudo errado! Crianças e Idosos deveriam ser cidadãos intocáveis e prioritários para serem resguardados. Teriam que ser os últimos a serem atingidos por qualquer medida impopular que o governo fosse obrigado a aplicar na população.

A Câmara dos Deputados está com enorme débito perante os velhos e descartados aposentados, por ter permitido que manobras sorrateiras por parte dos líderes partidários da situação, impedissem até hoje a votação de projetos favoráveis ao previdenciário, o que já perdura por cinco longos anos! Lembrem-se senhores deputados, que neste ano haverá eleições para renovação dessa Casa Legislativa! Surpresas poderão acontecer...
Título e Texto: Almir Papalardo, 09-04-2014

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