quarta-feira, 21 de maio de 2014

Três eleições neste fim-de-semana têm peso e risco estratégicos

Cesar Maia
 
1. Domingo, 25 de maio, ocorrerão três eleições em três regiões diferentes, mas todas com enorme peso estratégico. A começar pelas eleições para o Parlamento Europeu, onde o crescimento dos candidatos xenófobos (lideram as pesquisas no Reino Unido e França), do social-anarquismo (antipolítica na Itália...), do crescimento dos partidos “residuais” (vide Espanha onde se aproximam dos 30%) e da esquerda ácida (Alemanha...), coloca em risco a garantia de maioria absoluta da soma populares do PPE (centro-direita) e socialistas (socialdemocratas). A soma das bancadas ficando abaixo dos 50%, abre espaço para rever eixos constituintes da União Europeia. Nesse momento esta fronteira está apenas um pouco acima dos 50%, segundo as pesquisas.

2. Na Colômbia há uma eleição imprevisível entre três candidatos. O ex-favorito absoluto à reeleição, o presidente Santos, teve queda acentuada a partir do escândalo com seu publicitário flagrado por hackers em suas estranhas relações com traficantes. Santos joga tudo no acordo com as FARC. Seu principal adversário – Zuluaga – candidato de Uribe,arqui-inimigo das FARC, cresceu ao denunciar o escândalo com Santos. Mas em seguida o governo conseguiu grampear o hacker, seu informante, criando outro escândalo. Nessa luta de foice, cresceu o ex-prefeito de Bogotá, Peñalosa, que se aproximou dos dois a ponto de não se poder prever a dupla que irá para o segundo turno. Peñalosa representaria algo como a socialdemocracia. Haverá segundo turno. A vitória de Zuluaga alterará radicalmente o processo de negociação com as FARC, a começar pela impossibilidade de perdões aos crimes de sangue e sequestros, assim como as relações com a Venezuela.

3. Finalmente, na Ucrânia, que vive uma crise econômica sem precedentes, transformada em crise política com a rebelião que depôs o presidente, seguida da secessão da Crimeia (sul), do plebiscito das regiões do leste que também querem se integrar a Rússia e a necessidade da Rússia de ter um caminho por terra dentro da Ucrânia para alcançar a Crimeia. As pesquisas divulgadas apontam Piotr Poroshenko, empresário produtor de chocolate, como favorito com mais de 35% e crescendo. Segue a ex-primeira ministra Yulia Timoshenko com uns 10% e – apesar de um governo desastrado – tem apoio de potências ocidentais. Finalmente com algo como 5%, o banqueiro Serguei Tiguipko, antigo assessor eleitoral do deposto presidente. Poroshenko é considerado o principal patrocinador da revolta que derrocou em fevereiro, Yanukóvich. O mandato será de cinco anos.
Título e Texto: Cesar Maia, 21-05-2014

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