1. As notícias e os analistas entrevistados insistem que as manifestações
de rua nesta conjuntura estão vazias, que são ou pequenos grupos ou não
conseguem atrair mais que umas cinco mil pessoas. E que as manifestações dos
grevistas atraem mais que as mobilizações difusas. Será?

3. As pesquisas de opinião – mesmo não sendo suficientes – permitem
avaliar como andam as ruas virtuais. E mais do que elas, as mensurações
técnicas específicas do uso das redes e dos temas que debatem e incorporam. Há
que sublinhar que os temas difusos – catalisados pela rejeição aos políticos e
a perplexidade com os fatos de corrupção – que estavam nas ruas reais em abril
de 2013, passaram à ordem do dia.
4. Além da ordem do dia das redes sociais, para a ordem do dia da
imprensa. Impulsionados pelas ruas virtuais os meios de comunicação passaram a
dar uma centimetragem e um tempo de exposição proporcionalmente muito maior aos
vetores mobilizadores de abril de 2013. Curiosamente, as redes sociais
multiplicam o noticiário da mídia e especulam a respeito, mas a audiência das
TVs e rádios e a circulação dos jornais até caem.
5. Dessa forma, as projeções oficiais para a Copa do Mundo que
extrapolam a quantidade de pessoas nas ruas e programam a contenção das mesmas
devem tomar muito cuidado. Nas ruas virtuais são multidões de manifestantes. O
que poderá levá-los às ruas reais. E durante a campanha eleitoral? A rejeição
aos políticos e à política, anotada em pesquisas, que em geral dobrou após
abril de 2013, levará as ruas virtuais a um não-voto (abstenção + brancos +
nulos) recorde?
6. Ou haverá “impulsionadores” levando as ruas virtuais para as
ruas reais em passeatas – não de apoio a candidatos – mas de protestos contra
todos? Portanto, as lentes dos analistas focalizadas nas ruas reais deveriam
estar mais preocupadas e com foco muito maior nas ruas virtuais.
Título e Texto: Cesar Maia, 27-05-2014
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