
Foto: VIA Lx
Inaugurada em 1914, a Carreira
28 assume-se como a mais interessante de quantas constituem a rede de elétricos
da CARRIS, não só pelas zonas da cidade por onde passa, mas também pela
estreiteza da via em certos locais do percurso e pela relação de proximidade
que os carros mantêm com os edifícios envolventes.
Viajar na Carreira 28 é
atravessar momentos vários da história da cidade. O percurso tem início no
Largo do Martim Moniz, que foi buscar o seu nome ao de um cavaleiro de Afonso
Henriques e que foi figura proeminente na conquista do castelo de São Jorge aos
mouros, no século XII, prosseguindo pela Rua da Palma em direção aos Anjos,
depois a Sapadores e ao Largo da Graça.
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Foto: AD |
Segue-se Alfama, com as suas
ruas tão estreitas que quase parecem impedir a circulação do elétrico, ainda
que em via única, a Rua das Escolas Gerais, lembrando os primórdios do Ensino
Superior de Portugal e a Sé de Lisboa, construída após a conquista da cidade
aos mouros.
Às ruas da Baixa segue-se o
Chiado, com as estátuas do poeta daquele nome e de Fernando Pessoa. Continua a
subida contornando a Praça Luís de Camões, com o monumento evocativo ao autor
de Os Lusíadas, para logo descer a íngreme Calçada do Combro, rumar ao Palácio
de São Bento, que alberga a Assembleia da República, e à Estrela, com o seu
jardim e a sua Basílica, mandada construir por D. Maria I em finais do século
XVIII.
A viagem chega ao fim no Largo
dos Prazeres, com entrada para o cemitério do mesmo nome, construído na
primeira metade do século XIX e com a estátua de São João Bosco.
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Praça de Luís de Camões, 20-04-2013, foto: JP |
Uma história
de mudanças
Inaugurada
em 1914, (1 de março), a Carreira 28 sofreu alterações e prolongamentos vários
ao longo da sua existência.
À data da
inauguração ligava a Praça de Camões à Estrela, tendo sido alongada do Camões
ao Rossio em 1928, 19 de dezembro.
Em 1 de
janeiro de 1936 foi prolongada da Estrela aos Prazeres.
Em 1973, 18
de fevereiro, chegou à Graça e em 1984, 5 de março, na sequência de alterações
na rede, foi estendida ao Martim Moniz.
Títulos e Textos: Revista VIA Lx, Transportes de Lisboa, janeiro/fevereiro/março de 2014
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