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The Complete English Gentleman (1630), de Richard Brathwait, que
mostra a qualidade exemplar de um Gentiluomo
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Jonathas Filho
Ontem,
estava sentado à mesa, almoçando, quando um pensamento me colocou dentro destas
perguntas:
–
O que está havendo conosco? Por que estamos tão hostis atualmente? Por que nos
destemperamos e elevamos o tom de voz? Por que discutimos e brigamos?
–
Parece que após acordarmos do sono de uma tranquila noite, nos travestimos de
monstros e nos preparamos para que, ao abrir a porta da nossa casa para
sairmos, estejamos prontos para enfrentar os leões cruéis e esfomeados na arena
da vida. Precisamos nos policiar para não nos embrutecer e a receita para isso
ser remediado e extinto ainda é a Educação.
Continuei
refletindo, considerando que apesar de não ser Pedagogo, tenho a certeza de que
o ensino escolar, em determinadas situações, pode sobressair mais do que a
educação de “berço” ou complementá-la, otimizando o aprendizado e resultando em
atitudes educadas, típicas de um ser humano civilizado.
Entretanto,
continuaremos sendo hostis por um único motivo: a competição. Devido à
competição, só o melhor é consagrado e os demais esquecidos, tratados com
indiferença e até desrespeitados.
Comecei
a divagar querendo entender e poder me dar as respostas quando relembrei uma
conversa que tive há alguns dias com um colega de trabalho, o kirido Mario Joaquim, que conhecia de
passagem, mas que não tinha tido o privilégio de poder intercambiar pensamentos.
Dizia-lhe eu que se a sorte a mim se apresentasse e, consequentemente, eu
tivesse o poder, construiria uma grande escola para ensinar algumas disciplinas
bem diferentes das atuais que compõem o conjunto de matérias escolares,
utilizadas para o 1º Grau ou Ensino Elementar para as crianças de 7 a 12 anos. Concomitantemente
seriam ensinadas outras disciplinas comuns ao ensino básico, consideradas
elementares tais como Língua Portuguesa e Matemática.
Um
ser humano bem-educado e doutrinado para escolher o argumento ao invés do
embate, sempre será um pacifista.
Depois
que foi definitivamente instalada a “Sociedade de Consumo”, onde todos temos de
“TER” o melhor, até a melhor classificação dos alunos se tornou uma obrigação e
não um ideal. Nos meus tempos de aluno do Primário, numa Escola Pública, na Lapa, Rio de
Janeiro, vi inúmeras vezes as professoras apontar para um aluno com melhor
aproveitamento e dizer: “Fulano obtém sempre a maior nota; vocês deveriam
seguir o exemplo pois... estão muito aquém!” Todos ficavam calados, mas na hora
do recreio desabafavam suas mágoas, pois também tinham estudado, mas uns
ficaram nervosos, outros tiveram o famoso “branco” para as respostas. Isso é
comum até em adultos considerados calmos e comedidos. Considero que não é
pedagógico enaltecer um, em detrimento dos demais. Considero que todos se
orgulhariam se a Professora, ao invés de proceder de forma excludente como
mencionei, dissesse que todos foram excelentes, que ultrapassaram a média, que
eram muito inteligentes, mas que precisavam somente ler atentamente as
perguntas e interpretá-las, e respondendo sem pressa e assim, com todo o
cuidado, errariam menos. Resumindo: um elogio vale muito, e quanto mais
verdadeiro for mais valioso será. O elogio da massa, sempre será um grande fortalecedor
de egos, nivelando todos pela linha mais alta, ao mesmo tempo.
Concluí
que a seria uma escola do tipo liceu, com a pedagogia adaptada e aplicada às
crianças de 7 aos 12 anos.
Do
currículo atual retiraria a Geografia, pois a meu ver, a sua utilidade poderia
ser postergada para aqueles que se inclinassem a ter tal conhecimento mais
aprofundado. No seu lugar, colocaria NUTRICIONISMO
e ensinaria à petizada, o verdadeiro compromisso do nosso organismo com a
alimentação e vice-versa, fazendo dessa matéria o melhor conhecimento do nosso
corpo e como ele funciona mal alimentado, fazendo com que sejam prevenidos
todos os problemas causados pelo que chamam de “alimentos”, mas que, na
realidade, são “venenos e tóxicos”, muitas vezes colocados à venda nas gôndolas
dos supermercados sem quaisquer restrições e informações sobre o mal que causam
por serem consumidos por décadas consecutivas. Este seria o maior e o melhor
investimento em Saúde para o futuro.
Ensinaria
RELAÇÕES HUMANAS dando ênfase
especial à Diplomacia, pois
indivíduos ainda com a personalidade em formação teriam acrescentado esse
enfoque humanista, passando a ter uma abordagem comportamental sem tendências
ao ataque verbal, à hostilidade e à agressividade, que são criados pelo
antagonismo gerado pela competição ou rivalidade. Nessa área cultural
prevaleceria a colaboração, a cooperação e a solidariedade.
Trocaria
Religião por FILOSOFIA, pois significaria
aprender, desde a infância, o amor à sabedoria, com estudos fundamentais
relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos
valores culturais, morais, éticos e estéticos, à mente e à linguagem. Seria inserido na Filosofia o estudo
da nossa LÍNGUA MATER, priorizando o
efetivo saber e em particular, a interpretação e entendimento do que se lê e do
que se ouve.
Ao
invés de Ciências ensinaria ARTES. Todas
elas: Música, Literatura, Pintura, Escultura, Dança, Poesia, Representação. Assim possibilitaria a
fruição de mais beleza para as vidas futuras. Todos sabem que o ser humano que
lida com arte é mais harmonioso, mais sensível e mais observador. Todo artista,
seja da arte sonora, cênica ou plástica, encontra-se à frente daqueles que não
têm contato com o objeto estético. O artista não é belicoso; é pacífico e se
recria a todo instante sendo um amante da Paz.
Manteria
a HISTÓRIA, mas com uma modificação substancial.
O início da História, para as crianças, teria características peculiares
contidas nas informações de hoje, mas objetivando em primeiríssimo lugar a verdade
dos fatos. O ponto de partida seria o Big Bang e daí toda a História
Universal seria mostrada.
Aos
doze anos de idade, este ser humano, mesmo que ainda em formação, terá
conhecimento suficiente em número e em grau, compatíveis para ser chamado
respeitosamente de CIDADÃO BRASILEIRO
e, consequentemente, será um indivíduo pacifista, ético e honrado, ávido pelo
saber e que, certamente, terá as escolhas bem-feitas, para a complementação dos
seus estudos para a devida formação destinada ao ofício desejado.
Parece
utópico, entretanto, não é, pois a aproximação dos indivíduos se dá pelo
entendimento e pelo relacionamento harmonioso que é gerado pela paz. Um olhar
atual nos mostra um mundo em que todos nós estamos com pressa, dispostos a
atacar para nos defender, explodindo com destemperança, com medo de dobrar uma
esquina e sermos abordados pelo perigo à nossa integridade física ou ao nosso
patrimônio. Tenho a certeza de que essa Escola produziria efeitos substanciais
para a erradicação da agressividade individual e do medo ao desconhecido.
Pode
levar algumas gerações, mas, com certeza, mudaremos pouco a pouco, efetivamente,
para um mundo melhor.
Nota: O NUTRICIONISMO
ao lado da DIPLOMACIA precede tudo
isso, pois quando estamos adequadamente alimentados, pensamos melhor e nos
comportamos mais humanamente.
Creio
que, se todas as situações de crises fossem antecedidas com uma boa refeição
entre indivíduos pacíficos, provavelmente não teriam acontecido tantas guerras
e sim mais divisões dos alimentos, dos conhecimentos e das artes, o que geraria
o entendimento entre os povos deste nosso planeta azul.
Título
e Texto: Jonathas Filho, 22-05-2014
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