quinta-feira, 22 de maio de 2014

É preciso corrigir um grave erro na Argentina

É incompreensível que a administração Kirchner tenha se prestado ao engano... E o atentado terrorista antissemita iraniano em Buenos Aires permaneça ainda não resolvido. Qual seria o motivo?

Beatriz W. De Rittigstein

Manifestante portenha portando cartaz de indignação dizendo que acordo com Irã seria uma traição à memória nacional argentina
Na semana passada, há mais de um ano depois da aprovação, pelo Congresso argentino, a Câmara Federal de Buenos Aires declarou como sendo inconstitucional o “Memorando de Entendimento” firmado pelo governo nacional argentino e o então governo de Ahmadinejad, do Irã, com o suposto objetivo de permitir que a justiça argentina interrogasse, em Teerã, os imputados pela explosão do prédio da AMIA em Buenos Aires. Além disso, o tribunal ratificou a vigência dos pedidos de captura dos iranianos acusados e instou a INTERPOL a manter as circulares vermelhas de busca dos suspeitos.

Tal sentença veio da apresentação de amparo do DAIA, à AMIA e do Promotor Nisman, os quas consideraram que o acordo negociado pelo então chanceler argentino Timerman viola garantias constitucionais.

Desde o início, a comunidade judaica argentina e diversos organismos dedicados aos direitos humanos, tanto na Argentina como no mundo, indicaram que tal memorando não era um instrumento adequado para resolver a questão e, muito pelo contrário, se percebia às claras uma tática iraniana para remover do caminho o obstáculo que impedia que fossem estabelecidas plenas relações do Irã com a Argentina e dar prosseguimento ao seu plano de penetração na América Latina.

O incompreensível é que o governo Kirchner, três anos depois de ser um denunciante consistente, tenha se prestado ao erro. Mais surpreendente ainda foi a assinatura do documento em si própria, feita à guisa de acordo entre um governo democrático, apesar de seus desatinos, e outro que sabidamente patrocina o terrorismo em diversas partes do mundo.

Cabe ainda a possibilidade de apelação, por parte do Irã, mas espera-se que, depois de vinte anos do ataque islâmico jihadista contra a sede da AMIA, de uma vez por todas, os organismos pertinentes façam esforços verdadeiros para o total esclarecimento desse crime e, finalmente, ainda que na sua ausência física, os culpados sejam condenados.
Título e Texto: Beatriz W. De Rittigstein, EL UNIVERSAL, Caracas, Venezuela, 20-05-2014
Tradução: Francisco Vianna, 22-05-2014

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