domingo, 25 de janeiro de 2015

Entretanto, na Grécia

Luís Naves
As sondagens indicam uma provável vitória da extrema-esquerda nas eleições gregas, o que muitos consideram ser um evento capaz de produzir mudanças drásticas na Europa. Mas basta ver durante dez minutos as televisões mais influentes (BBC ou CNN) ou ler os jornais estrangeiros para compreender que nada de importante vai mudar. Atenas terá de aceitar a estratégia das grandes potências, ou seja, o princípio de que sem reformas não há dinheiro.

Os membros da União Europeia vão continuar a controlar as contas públicas e a reduzir as dívidas. A dose de austeridade foi excessiva na Grécia? Claro. Isso é reconhecido por todos os intervenientes, mas os europeus acham que estão a fazer a sua parte, pagaram os resgates e há outras ajudas disponíveis, nomeadamente o estímulo monetário do BCE ou os fundos europeus.

A Grécia endividou-se de forma irresponsável, não se financia sozinha e terá de aceitar as condições ou sair do euro, caminho que representa uma calamidade bem maior do que os actuais sacrifícios. É assim que a Europa do norte vê a questão e não compreendo o argumento de que, no caso das exigências gregas serem rejeitadas, está em causa a democracia.

Seria viável sobrepor a vontade dos gregos à da opinião pública dos países credores? Afinal, o governo alemão responde perante os seus eleitores e enfrenta os seus próprios desafios populistas. 
Título e Texto: Luís Naves, Fragmentário, 25-1-2015

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