segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Joaquim Levy está magoadinho. Então pede para sair, ministro

O Antagonista
Merval Pereira, colunista de O Globo, é um habitué do Fórum Econômico Mundial. Há dois anos, depois de passar por Davos, ele esteve em Paris, onde jantou com o antagonista Mario, então correspondente da Veja na Europa. Além de ser dono de uma conversa agradabilíssima, Merval é um dos jornalistas mais bem informados do país.

Pois bem, na sua coluna de hoje, ele transmite o desconforto de Joaquim Levy, o ministro-júnior da Fazenda. Joaquim Levy disse que o jornal inglês Financial Times distorceu suas declarações sobre os benefícios sociais. O ministro afirmou ao FT que o modelo do seguro-desemprego brasileiro estava ultrapassado e que muita gente por aqui estava disposta a pagar pelos serviços (públicos, subentendeu-se). O Antagonista se dispõe a ouvir um disco de cavaquinho do começo ao fim no dia em que o Financial Times distorcer uma entrevista. A impressão é de que o ministro-júnior levou um puxão de orelha da patroa instalada no Planalto, depois que alguém traduziu a entrevista para ela.

Joaquim Levy também está chateado com as críticas que recebe, principalmente dos tucanos, o seu partido de coração. O Antagonista sabe que Levy foi aconselhado a não aceitar o convite para ser ministro de Dilma, a ex-guerrilheira de esquerda, porque estava claro que ele não poderia empreender as reformas necessárias -- serviria apenas como fachada "neoliberal" para realizar o serviço sujo de aumentar impostos. Apesar dos conselhos de gente sábia, Joaquim Levy foi para o ministério, alegando que se tratava de uma irresponsabilidade recusar a oferta.

O Antagonista compreende que o ministro-júnior esteja magoadinho. Mas não dá para aliviar. O senhor se meteu numa roubada, prezado Joaquim Levy, e a coisa mais responsável a fazer, para si próprio e para o Brasil, é o exato oposto do que pensa ser o certo. É cair fora, pedir para sair, pegar o chapéu, dar no pé -- e deixar essa gente do PT afundar o país porque, infelizmente, essa a única chance de bani-la para sempre da nossa vida. E de reerguer a nação.
O Antagonista, 26-1-2015

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