José Manuel
Eu não sou economista, tampouco
representante de um país em foro internacional, mas jamais me atreveria a
dizer algo semelhante. Isso é porque eu tenho mancômetro e acima de tudo não
quero passar vergonha em ser responsabilizado por afirmações
levianas.
"Decidiu Mudar"?! Desculpe senhor
Levy, mas nada muda, nem as pessoas nem um organismo social, como um país, por
exemplo.
Países não mudam, apenas e no
máximo se recusam a continuar blefando com os contribuintes, com a
sociedade, como o faz neste momento o Brasil varonil.
Parece que o senhor desconhece
um ditado antigo que diz "pau que nasce torto, morre torto".
Pois é, esse monte de bobagens
que assola o país, nasceu torto e a única saída é morrer torto, para o nosso
bem, é claro, pois já foi longe demais.
A vaselina de resultados, a
que o senhor tem se referido ultimamente, já é sobejamente conhecida e,
mais uma vez, não vai chegar a nenhum resultado positivo para o país.
— Nós decidimos mudar.
Por algum tempo, nosso crescimento foi baseado no consumo, mas estamos mudando
um pouco a demanda para o lado do investimento. Para isso, nós precisamos de
confiança e menos incerteza. Estamos adotando algumas medidas para garantir que
a confiança na economia vai crescer
Palavras suas, lá
em Davos.
Vamos tentar traduzir essas
palavras para uma linguagem de um país que não muda, um país comprometido com a
seriedade.
Primeiro, não há nada de
errado com o consumo, desde que o mesmo seja feito aqui dentro de nossas
fronteiras, pois o consumo é o motor que impulsiona a indústria, fortalece a
moeda, gera empregos e conforto em toda a extensão de seu significado a uma
sociedade moderna.
Agora, permitir e mesmo autofinanciar
com um câmbio artificial, eleitoreiro, o consumo no exterior, como aconteceu
neste mês de dezembro de 2014 em que os brasileiros gastaram no exterior, em
consumo, a fabulosa quantia de vinte e cinco bilhões de dólares, é um absurdo!
O senhor, por acaso, tem
ideia do que é esse valor em Reais e o que poderia ser feito aqui dentro
socialmente com empregos, consumo e impostos?
Se o senhor disser que
existem mecanismos para o controle efetivo deste tipo de desvio, aí eu
acredito, mas gastar o que foi gasto irresponsavelmente com uma Copa
do Mundo, mais financiamento de obras no exterior, que agora com
o Petrolão sabemos a razão de tamanho desvario e depois dizer
que vai mudar passando uma borracha inclusive nas consequências, aí
Ministro, é forte demais.
O senhor tem ideia das
empresas que estão e vão fechar ao longo de 2015? O senhor tem ideia dos
empregos que vão ser perdidos neste período?
O senhor fala em
investimentos, confiança na economia, como se nós estivéssemos navegando em mar
de Almirante.
Como é que o senhor quer
confiança, quando no mundo inteiro o petróleo desaba para os níveis mais baixos
e por aqui se aumenta o preço da gasolina que já é uma das mais caras?
Como é que o senhor quer
confiança, se onde há enorme carência como na saúde e na educação e são
aplicados cortes inexplicáveis de verba, mas que nunca poderiam
acontecer.
Investimentos, como?! Se
o senhor manda aumentar os impostos do comércio e da indústria?!
Como é que se faz essa mágica?
O resultado da economia
que o governo está pretendendo com este novo pacotaço, todos já conhecem,
porque isso tem nome e herança cultural. Chama-se vaselina de resultados.
Primeiro, um retrocesso ao
tempo dos descalabros anteriores ao Real.
Segundo, a insatisfação
popular crescente pois lhes mostraram com uma mão um doce, uma torta de
paraíso, e com a outra lhe roubaram as fatias.
Senhor Ministro, nada
muda, e para que haja melhoras substanciais, apenas se retira do poder aqueles
que são os responsáveis pela tragédia a que o país está sendo levado. É mais ou
menos como uma faxina em nossa casa. A casa é a mesma, mas o ar fica
respirável.
Título e Texto: José Manuel, apenas um cidadão,
25-1-2015
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