Ainda que sejamos contra a
pena de morte, a nossa opinião sobre a nota do governo brasileiro a respeito do
fuzilamento de Marco Archer, condenado na Indonésia por tráfico de drogas, é
que ela é mais uma trapalhada de um anão diplomático. É do jogo lamentar a
decisão do governo indonésio, depois dos reiterados apelos de clemência do
Brasil, mas chamar o embaixador em Jacarta para consultas é trivializar um
gesto que, no meio diplomático, significa quase um rompimento de relações.
A nota lida pelo ministro Mauro
Vieira tem, ainda, duas bobagens: a primeira é que a pena de morte é contra os
preceitos constitucionais do Brasil. Ora, e daí? Faz parte do ordenamento
jurídico da nação em que Marco Archer cometeu crime. Segunda bobagem: que o
nosso povo rejeita a pena de morte. Não é verdade. Nas pesquisas, em geral, os
brasileiros costumam dividir-se sobre a questão. E, nas sondagens sobre a
condenação de Mauro Archer, especificamente, a maior parte se mostrou
favorável, como forma de dar um exemplo aos traficantes.
Um coro para estimular o
embaixador do Brasil em Jacarta, durante as 30 horas de avião: "Eu vou, eu
vou, eu vou pra casa eu vou..."
Título e Texto: O
Antagonista, 18-1-2015
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