"Por que é que, pelas
redes privadas, os produtos acabam em Cúcuta, em Bucaramanga, em Bogotá, em
Cali, em Aruba, em Miami e até em Portugal?", perguntou o presidente da
Venezuela.
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Nicolás Maduro, foto: Miguel Guitiérrez/EPA |
Agência Lusa
O Presidente da Venezuela
acusou no sábado os distribuidores privados de alimentos de estarem a fazer uma
“guerra económica” contra os venezuelanos e denunciou que os produtos
importados para abastecer o mercado local vão parar a outros países, incluindo
Portugal.
“Se investimos em dólares e em
bolívares para importar, para produzir (…) porque é que, pelas redes privadas,
os produtos acabam em Cúcuta, em Bucaramanga, em Bogotá, em Cali (todas elas
localidades na Colômbia), em Aruba, em Miami (EUA) e até em Portugal?”,
questionou Nicolás Maduro.
Nicolás Maduro falava no
palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, num discurso transmitido pelas
televisões venezuelanas, depois de regressar de um périplo pela Rússia, China,
Irão, Arábia Saudita, Catar e Argélia, que incluiu, na sexta-feira, uma paragem
técnica em Portugal, onde se reuniu com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.
“A distribuição de todos estes
produtos (escassos no mercado nacional) está nas mãos de empresas privadas,
parasitárias quase todas e ‘maioristas’ (venda por atacado). A nossa rede
(estatal) de distribuição e comercialização às vezes pode ter algum problema,
aqui ou acolá, mas o povo é atendido sempre e aí encontra o que necessita para
a sua família”, explicou.
Segundo Nicolás Maduro em apenas
quatro dias os distribuidores impuseram uma guerra psicológica que levou 18
milhões de pessoas a irem fazer compras aos serviços comerciais públicos e
privados, “três vezes mais do que em qualquer (outra) circunstância”.
“Há que mudar o modelo de
distribuição e comercialização que foi posto ao serviço da guerra económica
contra o povo. Há que mudar tudo e mudar já. Ou mudamos esse modelo ou eles vão
fazer graves danos à paz da República”, vincou.
O Presidente da Venezuela
explicou que o seu Governo já teve bastante paciência, que muitas vezes chamou
os empresários ao palácio presidencial para conversar e que ordenou à sua
equipa convocar novamente “todos os distribuidores e ‘maioristas’, um a um”.
“Façamos que assinem um ultimato
de respeito pelo povo e as leis da Venezuela ou atuarei com todo o peso da Lei
e da Constituição. Já basta de emboscadas e de guerra económica contra o povo”,
disse, vincando que o “grande repto histórico do ano 2015″ é derrotar essas
“mafias”.
Segundo o canal de estatal
Venezuelana de Televisão, a Associação Nacionais de Supermercados e Afins
(Ansa, presidida por portugueses) tem 71.000 estabelecimentos comerciais na
Venezuela, representando quase 80% da distribuição nacional de produtos.
Enlouquecido...
ResponderExcluirViva o Socialismo!
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