Valdemar Habitzreuter
No vasto e infinito Universo
existe, como que um grão de areia, um planeta chamado Terra. É nele que há
vida, é nele que o ser humano vive e tudo o mais que o Criador fez vir a
existir. É nesse planeta que Ele teve outrora a intenção de fundar um paraíso
onde os seres viventes pudessem estar numa perene paz e felicidade e onde a
morte não tivesse vez. Portanto, uma vida eterna e feliz. E assim foi feito, um
paraíso na terra com um enorme rio de quatro braços (Pison, Gion, Tigre e
Eufrates – Gen 2) a serpenteá-lo. Ao ser
humano outorgou-lhe a razão (inteligência) para que pudesse com mais
intensidade usufruir e estar consciente dessa felicidade.
O Criador não levou mais que
seis dias para finalizar e deixar em ordem toda sua obra de criação e a
fundação do paraíso. Seu ato criador fez surgir também o tempo (os seis dias
perfazem uma duração temporal). O tempo é importante para que sua criação se
perpetuasse: os animais e plantas se multiplicariam; Adão e Eva encheriam o
paraíso com seus descendentes; e nada desapareceria, tudo seria eterno.
Mas há aí um problema: como
haveria espaço suficiente nesse paraíso terrestre se a morte não estava
prevista, e o espaço do paraíso na terra limitado? De duas, uma: ou o Criador
já teria criado tudo que precisasse de uma vez por todas, sem a presença da
corrupção (morte), e aí nós criaturas atuais não existiríamos, tão somente
aquilo que Ele criou nos seis dias e nada mais... ou o Criador enganou-se no
seu projeto inicial de um paraíso eterno na Terra.
O Criador percebeu isso.
Depois dos seis dias de ininterrupto trabalho de criação, Ele descansou no
sétimo e viu que não daria certo esse paraíso na terra que fundou, e teve de
bolar a ideia da dissolução do paraíso. (a procriação de Adão e Eva e dos
animais ainda não estava em curso!) ...
A ideia que lhe surgiu foi a
de jogar nos ombros de Adão e Eva a responsabilidade da extinção do paraíso. De
que forma? Com a armadilha de poderem comer das frutas das árvores existentes
no paraíso, menos a de uma. Ele de antemão já sabia que comeriam do fruto da
árvore proibida e assim poder expulsá-los do Éden – este paraíso fantástico na
Terra que ninguém ainda descobriu onde ficava...
Jogo sujo do Criador?... Por
que dar a Adão e Eva a liberdade de poderem comer do fruto proibido? Não teria
sido melhor nem ter plantado a árvore da fruta proibida e simplesmente
predeterminado a perfeita harmonia e felicidade como se requer em um paraíso,
sem a armadilha de perder o estado da inocência feliz?
Mas não! Extinguiu o paraíso
porque, além de ser um espaço delimitado na Terra e sempre mais seres surgindo,
haveria também matusaléns (falando de humanos) convivendo com recém-nascidos e
tudo estaria fora do contexto temporal... (Adão e Eva estariam por aqui ainda).
Portanto, era necessário acabar com esse paraíso e para isso expulsou Adão e
Eva e introduziu a morte a tudo que criou... Doravante, a ordem do Criador era
de que os seres viventes teriam de prover para sua própria subsistência,
limitando-os a uma certa duração na Terra e dando-lhes o poder da procriação
(“crescei e multiplicai-vos”). Em certo sentido, até que não foi ruim, pois cá
estamos nós existindo vivinhos da silva.
Agora vejam só: milênios
depois da decretação do fim do paraíso, o Criador arrependeu-se e teve pena dos
racionais, que somos nós seres humanos. Voltou atrás e prometeu novamente um
paraíso, mas, desta vez, não na Terra; um que ninguém sabe onde fica;
provavelmente acima das nuvens, no espaço sideral infinito, pois seu Filho, que
Ele mandou para nos dar a boa nova, fez questão, após sua morte, de subir ao
céu atravessando as nuvens em direção ao suposto paraíso. E deixou dito: “meu
reino (o paraíso) não é deste mundo” ...
Aliás, teve uma morte cruel por ter afirmado ser filho legítimo de
Deus... Todos viram na época seu voo direto ao paraíso junto ao seu Pai.
Afinal, mais uma armadilha do
Criador com a promessa de um novo paraíso? Por que não nos revelar onde fica? E
ademais, não é qualquer um que entrará nele, há exigências para merecer esse
paraíso. Quer dizer, este Deus Criador é durão. Primeiro, extingue o paraíso
terrestre; segundo, no novo paraíso prometido só entra quem cumprir seus
mandamentos de boa conduta na Terra. Portanto, tem muita gente ficando de fora
desse paraíso por não cumprir os mandamentos. Para onde irão então? Diz-se que
há lugares piores do que na Terra e é para lá que essa gente vai. Nem os nossos
entes queridos dos quais temos saudades e que a morte já levou nos dão uma
dica, um sinal de onde estão...
Se ao menos pudéssemos ficar
por aqui mesmo com todo esse mistério de paraíso, mas não é permitido, haveria
uma superpopulação que transformaria isto daqui num inferno... O negócio é
esperar qual será o destino de cada um de nós. A propósito, é aconselhável
levar uma vida justa e honesta aos olhos de Deus, vá lá que possa existir esse
paraíso! E, ademais, teríamos mais paz e harmonia entre nós já aqui na terra.
Um bom feriado a todos e
homenageiem seus entes queridos que já se foram!...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 1-11-2017
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Caro Filósofo, Colega de Profissão e Amigo!
ResponderExcluirO universo, as plantas, os animais racionais ou não, e a vida no Planeta Terra, o sol e outros astros, todos giram em um Universo de Energias, as boas e as más! Sim, as boas e as más!
E cada um de nós é capaz de as atraí-las!
A Áurea de cada um é seu destino! As escolhas de cada um, são seu destino! Cabe a cada um de nós escolher a sua Áurea!Temos o livre arbítrio!
A Livre expressão! Se é que a temos!!!!
Heitor Rudolfo Volkart