Carina Bratt
Vivemos tempos inusitados.
Pais matam filhos, filhos executam suas mães, postes fazem xixis em cachorros,
girafas frequentam shoppings, tartarugas usam hoverboards para andarem com mais velocidade. Estamos na quadra
desenfreada do celular apavorante. Hoje em dia, não há um ser humano, na face
da terra, que não tenha um destes aparelhos ultramodernos que se ocupam de
tudo, inclusive de nos fazerem idiotizados.
Eles cantam, choram em
velórios, fazem piadas, tagarelam da vida alheia. Todavia, às vezes, emudecem.
Ficam afônicos, deixando seus usuários em estado de desassossego, ou na mais
completa loucura, mandando em paralelo, toda a tecnologia de ponta que dizem
possuir, para os tempos em que Canaã ainda era conhecida como Palestina e nem
havia sido prometida a Moisés.
Existe uma palavrinha que vem
embutida numa frase disponibilizada em todos os aparelhos. Não importa a marca.
Assim que abrimos, por exemplo, nosso “WhatsApp” para o envio de uma mensagem,
aparece uma janelinha tão pequena, tão minúscula que (dependendo do modelo
disponível) o “trocinho” vem com uma lupa para que o usuário consiga ler sem
embaralhar as vistas.
Que frase é, ou melhor, que
palavrinha está tauxiada no supracitado período? Vejamos primeiro a elocução em
si. “AS MENSAGENS E CHAMADAS DESTA CONVERSA ESTÃO PROTEGIDAS COM A CRIPTOGRAFIA
DE PONTA A PONTA. TOQUE PARA MAIS INFORMAÇÕES”. Quem não é curioso, pouco se
lixa. Os que não perdem a sádica mania do bisbilhotamento, vão em frente.
Tocam.
Tateiam delicadamente sobre a
base amarelinha. Ao se fazer isto, aparece uma segunda veneziana, agora em
letras brancas com os seguintes dizeres. “AS MENSAGENS E CHAMADAS DESTA
CONVERSA ESTÃO PROTEGIDAS COM A CRIPTOGRAFIA DE PONTA A PONTA, O QUE SIGNIFICA
QUE O WHATSAPP E TERCEIROS NÃO PODEM LÊ-LAS NEM OUVI-LAS”.
Bonitinha a frase, minhas
caras leitoras e meus amados leitores vocês não acham? Legal! Tudo bem. Mas e a
tal palavrinha? Cadê o bendito brocardo embutido na sentença acima a que
fizemos referência? Calma pessoal, aqui está ela. “CRIPTOGRAFIA”. Repetindo um
pedacinho da dita. “AS MENSAGENS E CHAMADAS DESTA CONVERSA ESTÃO PROTEGIDAS COM
A CRIPTOGRAFIA...”. Meu Deus, CRIPTOGRAFIA! Que vem a ser isto?
A pergunta que os abelhudos
trazem à baila. Criptografia o que é? Alguma coisa que se coma? Seria um
sanduíche McDonald’iano recém-posto à venda em sua rede de lojas? Um prato
raro, tipo arroz cozinhado com leite de jumenta braxafuscadiana servido em
restaurantes chiques? Criptografia, meus amigos, nada mais é que uma escrita
secreta. Tão secreta, mas tão secreta que ninguém lê. Tampouco entende.
É um código então? Sim. É um
código. Em linguagem simples, a arte de escrever com sinais metafóricos,
contendo alegorias disfarçadas, ou mascaradas, entre duas ou mais pessoas. Ei,
espera lá. Entre duas ou mais criaturas não deixou de ser privado?! Não
importa. A criptografia (nosso foco) tem origem antiguíssima.
Há quem afirme que o
Apocalipse de São João, teria sido composto originariamente desta forma
reconditada. Logo após São João ter terminado seu brilhante livreto, não
conseguiu mais ler uma palavra. Precisou chamar o ministro das comunicações da
época para reaver tudo o que havia posto no papel.
Os mais entendidos no assunto,
aduzem como prova, de um modo geral, que esta linguagem é quase (e não
totalmente) incompreensível. Vem abastecida ou robustecida de elementos
desconhecidos, iguais ou piores que os garranchos dos parlamentares
recém-empossados numa das pocilgas existentes em Brasília.
O conhecidíssimo número do
ex-Inocente Lula, perdão, amigas, o afamado número 666, atribuído à Besta e
usado pelo Apostolo São João, com (ou em) sentido simbólico, seria um exemplo
típico desta assertiva. Nas ruinas da antiga Babilônia, na Mesopotâmia, às
margens do Eufrates, temos um adensado inconcebível de inscrições ababeladas.
Provavelmente, segundo o
chinês Confúcio, “diálogos entre os chefes militares” das potencias futuras em
como destruir o mundo sem fazer esforço.
Sabemos, com certeza, que o primeiro tratado de criptografia, vem
remontado do começo do século XVI, segundo escreveu um alemão chamado Johannes Trithemius
ou João Tritêmio (abade de
Spoheim, distrito de Bad Kreuznach, em 1518) há exatos 501 anos atrás.
Mais tarde, lá pelos idos de
1563, o matemático italiano Giovanni Battista Della Porta (que não podia ver
uma fechada ou não, logo começava a escrever as suas teorias matemáticas que só
ele entendia, de certa feita chegou a ser preso pela policia federal por
pichação à Torre de Pizza, quando ela ainda nem brincava de desafiar as leias
da gravidade), deu ao público outra obra de importância significativa.
Grafou criptograficamente uma
poesia de 1532 versos para sua amada esposa Rebbeca, filha do alquimista
Domenico Pizzimenti, que morreu (pobrezinha), sem saber o que o maluco do seu
idolatrado Giovanni havia realmente alinhavado para ela.
Em nossos dias, existem vários
métodos de encriptações disponíveis. Eis alguns. Método de Scott, método
japonês, método de Lorde Bacon (aquele que é vendido em fatias em supermercados
e açougues e encontramos, a toda hora, em pizzas os mais diversos sabores),
método de paralelogramos, etc.
Uma coerência bem corriqueira,
sem dúvida alguma, o método Dilma Rousseff. Um sistema de criptografia
intercambiável que só a “ex-presidenta” entendia. Por esta razão, fora de
circulação em face de um despacho com galinha de macumba e cachaça da 25 de
março, de Gilmar Mendes do STJ. Dizem as más línguas, Dilma usava muito esta
bitola de bits algoritmos, para se comunicar com Lula, no tempo em que dona
Mariza vivia e ele, o Lula, ainda possuía o “puteirístico” sítio de Atibaia.
A palavra criptografia para
quem tem interesse em aprender, vem do grego, sendo uma composição de Chico
Buarque (Kryptós), com Tom Jobim, que significa oculto, escondido, secreto, e
(gráphein) que pode e deve ser traduzido literalmente por escrever. Como minhas
leitoras podem perceber, é bom estar por dentro das coisas, das curiosidades
que nos cercam cotidianamente.
Ser especuloso, ou
intrometido, ou, ainda, xereta e intrujão não nos traz nenhum mal considerado
danoso ou maléfico. Quem disse uma besteira destas, com certeza nunca meteu o
bedelho ou o nariz em coisa alguma. Em resumo, amigas e amigos, estas criaturas
tidas como metediças ou doidivanas, que conhecemos e vemos por aí, jamais
colocam as vidas dos seus respectivos bichanos à beira de um perigo
iminente. Basta apenas saber como fazer.
Fiquem na paz! Tchau e até a próxima.
Título e Texto: Carina Bratt, da Lagoa Rodrigo de
Freitas, no Rio de Janeiro. 23-2-2019
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Ca, de novo, meus parabéns. Estou, cada texto seu, aprendendo. Não sabia o que é Criptografia. Até ainda a pouco, pensava que Cripto era o marido da Cripta, ou pior, imagine!, coloquei na cabeça que cripto nada mais que as pessoas que nasceram e habitavam naquele planeta de onde veio o herói Super-homem. Em seus filmes, lembro que ele, o Crark, era alérgico à criptonita. Espirrava muito quando se via perto de uma. Logo!... em outro passo, associava criptografia à linguagem dos mortos. Nos cemitérios não encontramos uma porção de criptas espalhadas? Seu fã Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.
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