domingo, 24 de fevereiro de 2019

[As danações de Carina] Nem sempre a “curiosidade” mata o gato

Carina Bratt

Vivemos tempos inusitados. Pais matam filhos, filhos executam suas mães, postes fazem xixis em cachorros, girafas frequentam shoppings, tartarugas usam hoverboards para andarem com mais velocidade. Estamos na quadra desenfreada do celular apavorante. Hoje em dia, não há um ser humano, na face da terra, que não tenha um destes aparelhos ultramodernos que se ocupam de tudo, inclusive de nos fazerem idiotizados.

Eles cantam, choram em velórios, fazem piadas, tagarelam da vida alheia. Todavia, às vezes, emudecem. Ficam afônicos, deixando seus usuários em estado de desassossego, ou na mais completa loucura, mandando em paralelo, toda a tecnologia de ponta que dizem possuir, para os tempos em que Canaã ainda era conhecida como Palestina e nem havia sido prometida a Moisés.

Existe uma palavrinha que vem embutida numa frase disponibilizada em todos os aparelhos. Não importa a marca. Assim que abrimos, por exemplo, nosso “WhatsApp” para o envio de uma mensagem, aparece uma janelinha tão pequena, tão minúscula que (dependendo do modelo disponível) o “trocinho” vem com uma lupa para que o usuário consiga ler sem embaralhar as vistas.  


Que frase é, ou melhor, que palavrinha está tauxiada no supracitado período? Vejamos primeiro a elocução em si. “AS MENSAGENS E CHAMADAS DESTA CONVERSA ESTÃO PROTEGIDAS COM A CRIPTOGRAFIA DE PONTA A PONTA. TOQUE PARA MAIS INFORMAÇÕES”. Quem não é curioso, pouco se lixa. Os que não perdem a sádica mania do bisbilhotamento, vão em frente. Tocam.

Tateiam delicadamente sobre a base amarelinha. Ao se fazer isto, aparece uma segunda veneziana, agora em letras brancas com os seguintes dizeres. “AS MENSAGENS E CHAMADAS DESTA CONVERSA ESTÃO PROTEGIDAS COM A CRIPTOGRAFIA DE PONTA A PONTA, O QUE SIGNIFICA QUE O WHATSAPP E TERCEIROS NÃO PODEM LÊ-LAS NEM OUVI-LAS”.

Bonitinha a frase, minhas caras leitoras e meus amados leitores vocês não acham? Legal! Tudo bem. Mas e a tal palavrinha? Cadê o bendito brocardo embutido na sentença acima a que fizemos referência? Calma pessoal, aqui está ela. “CRIPTOGRAFIA”. Repetindo um pedacinho da dita. “AS MENSAGENS E CHAMADAS DESTA CONVERSA ESTÃO PROTEGIDAS COM A CRIPTOGRAFIA...”. Meu Deus, CRIPTOGRAFIA! Que vem a ser isto?

A pergunta que os abelhudos trazem à baila. Criptografia o que é? Alguma coisa que se coma? Seria um sanduíche McDonald’iano recém-posto à venda em sua rede de lojas? Um prato raro, tipo arroz cozinhado com leite de jumenta braxafuscadiana servido em restaurantes chiques? Criptografia, meus amigos, nada mais é que uma escrita secreta. Tão secreta, mas tão secreta que ninguém lê. Tampouco entende.

É um código então? Sim. É um código. Em linguagem simples, a arte de escrever com sinais metafóricos, contendo alegorias disfarçadas, ou mascaradas, entre duas ou mais pessoas. Ei, espera lá. Entre duas ou mais criaturas não deixou de ser privado?! Não importa. A criptografia (nosso foco) tem origem antiguíssima.

Há quem afirme que o Apocalipse de São João, teria sido composto originariamente desta forma reconditada. Logo após São João ter terminado seu brilhante livreto, não conseguiu mais ler uma palavra. Precisou chamar o ministro das comunicações da época para reaver tudo o que havia posto no papel.

Os mais entendidos no assunto, aduzem como prova, de um modo geral, que esta linguagem é quase (e não totalmente) incompreensível. Vem abastecida ou robustecida de elementos desconhecidos, iguais ou piores que os garranchos dos parlamentares recém-empossados numa das pocilgas existentes em Brasília.

O conhecidíssimo número do ex-Inocente Lula, perdão, amigas, o afamado número 666, atribuído à Besta e usado pelo Apostolo São João, com (ou em) sentido simbólico, seria um exemplo típico desta assertiva. Nas ruinas da antiga Babilônia, na Mesopotâmia, às margens do Eufrates, temos um adensado inconcebível de inscrições ababeladas.

Provavelmente, segundo o chinês Confúcio, “diálogos entre os chefes militares” das potencias futuras em como destruir o mundo sem fazer esforço.  Sabemos, com certeza, que o primeiro tratado de criptografia, vem remontado do começo do século XVI, segundo escreveu um alemão chamado Johannes  Trithemius  ou  João Tritêmio (abade de Spoheim, distrito de Bad Kreuznach, em 1518) há exatos 501 anos atrás. 

Mais tarde, lá pelos idos de 1563, o matemático italiano Giovanni Battista Della Porta (que não podia ver uma fechada ou não, logo começava a escrever as suas teorias matemáticas que só ele entendia, de certa feita chegou a ser preso pela policia federal por pichação à Torre de Pizza, quando ela ainda nem brincava de desafiar as leias da gravidade), deu ao público outra obra de importância significativa.

Grafou criptograficamente uma poesia de 1532 versos para sua amada esposa Rebbeca, filha do alquimista Domenico Pizzimenti, que morreu (pobrezinha), sem saber o que o maluco do seu idolatrado Giovanni havia realmente alinhavado para ela.

Em nossos dias, existem vários métodos de encriptações disponíveis. Eis alguns. Método de Scott, método japonês, método de Lorde Bacon (aquele que é vendido em fatias em supermercados e açougues e encontramos, a toda hora, em pizzas os mais diversos sabores), método de paralelogramos, etc.

Uma coerência bem corriqueira, sem dúvida alguma, o método Dilma Rousseff. Um sistema de criptografia intercambiável que só a “ex-presidenta” entendia. Por esta razão, fora de circulação em face de um despacho com galinha de macumba e cachaça da 25 de março, de Gilmar Mendes do STJ. Dizem as más línguas, Dilma usava muito esta bitola de bits algoritmos, para se comunicar com Lula, no tempo em que dona Mariza vivia e ele, o Lula, ainda possuía o “puteirístico” sítio de Atibaia.

A palavra criptografia para quem tem interesse em aprender, vem do grego, sendo uma composição de Chico Buarque (Kryptós), com Tom Jobim, que significa oculto, escondido, secreto, e (gráphein) que pode e deve ser traduzido literalmente por escrever. Como minhas leitoras podem perceber, é bom estar por dentro das coisas, das curiosidades que nos cercam cotidianamente.

Ser especuloso, ou intrometido, ou, ainda, xereta e intrujão não nos traz nenhum mal considerado danoso ou maléfico. Quem disse uma besteira destas, com certeza nunca meteu o bedelho ou o nariz em coisa alguma. Em resumo, amigas e amigos, estas criaturas tidas como metediças ou doidivanas, que conhecemos e vemos por aí, jamais colocam as vidas dos seus respectivos bichanos à beira de um perigo iminente.  Basta apenas saber como fazer. Fiquem na paz! Tchau e até a próxima.
Título e Texto: Carina Bratt, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. 23-2-2019

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Um comentário:

  1. Ca, de novo, meus parabéns. Estou, cada texto seu, aprendendo. Não sabia o que é Criptografia. Até ainda a pouco, pensava que Cripto era o marido da Cripta, ou pior, imagine!, coloquei na cabeça que cripto nada mais que as pessoas que nasceram e habitavam naquele planeta de onde veio o herói Super-homem. Em seus filmes, lembro que ele, o Crark, era alérgico à criptonita. Espirrava muito quando se via perto de uma. Logo!... em outro passo, associava criptografia à linguagem dos mortos. Nos cemitérios não encontramos uma porção de criptas espalhadas? Seu fã Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

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