Ainda há tempo!

José Serra

Peter Wilm Rosenfeld

Faltam só umas poucas horas para que tenha início o processo de votação.

De uma das votações mais disputadas mas, ao mesmo tempo, a mais manipulada de que terei participado como eleitor.

E, por que não dizer, com tristes perspectivas.

Como o Sr. da Silva se compraz em dizer, nunca antes neste País, desde seu descobrimento, um Presidente da República, que deveria ser o mais graduado magistrado a presidir o processo, portou-se de forma tão absurda, inconveniente e abjeta em uma eleição. E o fez às custas do erário brasileiro.

Não só devido às despesas diretas, não calculáveis para fins de ressarcimento, como por todas as despesas indiretas, inerentes a qualquer viagem presidencial.

Mas também pelo engodo que representa a eventual eleição da Sra. Rousseff, uma pessoa que jamais teve que lutar para conseguir seu sustento. Construiu toda sua vida profissional às custas de dinheiros públicos, sem jamais ter prestado qualquer concurso ou recebido um único voto; devendo ser mencionado que fracassou em todos os cargos que ocupou: Diretora Geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Secretária da Fazenda e de Minas e Energia do RS; Ministra de Minas e Energia do Governo Federal; Ministra-Chefe da Casa Civil do Governo do Sr. da Silva.

Emulou o comportamento de seu último e ainda atual chefe, em alguns dos aspectos pelos quais o Sr. da Silva demonstrou sua própria fraqueza: jamais confessou que tinha conhecimento de algo indevido ou criminoso que se passava em sua seara; logo, jamais fez o que qualquer chefe tem obrigação de fazer: assumir a responsabililidade pelos eventuais erros de seus subordinados diretos.

Em meu entender, esse procedimento revela uma baixeza de caráter imperdoável.

Em meu conceito, o verdadeiro chefe assume a responsabilidade (perante terceiros) de tudo o que acontece em sua seara.

Pode, depois de assumir a responsabilidade perante terceiros, despedir ou punir de  alguma forma seu subordinado.

MAS É O RESPONSÁVEL PRIMEIRO.

E, repito: nem o Sr. da Silva nem a Sra. Rousseff agiram assim em qualquer uma das ocasiões em que deveriam tê-lo feito.

Outra triste característica da personalidade do Sr. da Silva e de sua ex-subordinada é a de, com uma freqüência irritante, alegarem, pasmem, desconhecimento de fatos que haviam ocorrido sob suas presidenciais e ministeriais narinas. Mensalão, apagão e dezenas de outros acontecimentos eram ignorados...Pode ? O Brasil todo sabia; só eles desconheciam...

Realmente, é desencorajador.

Mas, o que fazer. ? De acordo com todas as pesquisas de opinião, o Sr. da Silva tem uma aprovação popular de mais de 80% dos entrevistados !

E aí está o pulo do gato. Quem é analfabeto vota (graças ao espírito “altruísta” dos parlamentares constituintes de 1987/8). Milhões dos alfabetizados mal sabem garatujar seus nomes. Logo, não sabem ler. U’a multidão dos que lêem não entendem o que estão lendo. E os entrevistados não são escolhidos a esmo, em todo o tipo de território...

Então, de onde vem a popularidade ? Em parte, pela profusão de “bolsas” que andam distribuindo Brasil afora; em outra parte, pelo forte e inegável carisma do Sr. da Silva.

Aliás, há muitos traços em comum entre os Srs. Da Silva e Hitler (esse último alcançou níveis de popularidade superiores aos que alcança o Presidente brasileiro...).

Bem, para terminar: nossas garantias de liberdade de expressão e de imprensa, como ficarão com o famigerado PNDH-3, assinado tanto pelo Sr. da Silva quanto pela Sra. Rousseff ?

Se realmente acreditassem em suas próprias promessas, já o teriam revogado de “A” a “Z”.

Aqui, para terminar, meu alerta:

NÃO CONFIEM NAS PROMESSAS DO ATUAL PRESIDENTE E DE SUA CANDIDATA! 

Peter Wilm Rosenfeld