sábado, 11 de dezembro de 2010

Dona Marisa terá de suportar as crises de abstinência de Lula

Como costumo dizer aqui, Lula pode ir contando as suas inverdades que eu vou denunciando. Sem problemas. Ele não cansa. Nem eu. Abaixo, em vermelho segue uma reportagem do Portal G1. Comento em azul.
Ao discursar durante a cerimônia de lançamento das obras da Ferrovia da Integração Oeste-Leste, em Ilhéus (BA), nesta sexta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma crítica aos que consideram que o governo “só cuida de pobres” e afirmou que a parcela “rica” da população brasileira “não precisa do Estado”.
“As pessoas pensam que o Lula só cuida de pobre. Bolsa Família é só pobre, pobre, pobre… Primeiro, porque o Estado é para cuidar de pobre. Os ricos não precisam do Estado. Quem precisa do Estado é a parte mais pobre do país”, afirmou Lula.
Ninguém diz que “Lula só cuida dos pobres”. Essa é a crítica que ele gostaria que lhe fizessem porque, obviamente, é fácil responder. Por que ele não dá nome aos críticos? Onde estão? Quem são eles?

Mas a questão proposta pelo Babalorixá merece uma reflexão mais acurada. Eu, por exemplo, nunca disse que Lula “só cuida de pobres”. Os banqueiros jamais afirmariam uma besteira como essa. Os setores da indústria eleitos para os benefícios da renúncia fiscal também não! Os que pegaram polpudos empréstimos no BNDES a juros camaradas  não entrariam nessa. Lula, vamos convir, é uma excelente surpresa para os ricos. Que eu saiba, os potentados do capital investiram mais na sua candidatura do que na de José Serra, não? Os petistas sugeriam que o tucano é que seria fonte da instabilidade para… os ricos!
Mas é evidente que a fala de Lula tem uma base verossímil. De fato, setores médios da sociedade, que pagam um carga tributária escorchante, podem se irritar não exatamente com o Bolsa Família, mas com essa retórica pobrista. O problema é que Lula chama “companheiros” os representantes do grande capital e “ricos” esses setores médios descontentes — os que, de fato, pagam a conta de algumas generosidades.
Sob aplausos da plateia que lotou o Auditório Jorge Amado, no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, em Ilhéus, Lula disse que o governo estimula o crescimento econômico do país quando “leva R$ 10, R$ 15 na mão de um pobre”, porque, afirmou, ele “não vai comprar dólar.”
“Quando você leva R$ 10, R$ 15 na mão de um pobre, aqueles R$ 10 se transformam num produto de crescimento econômico, porque a pessoa não vai comprar dólar. Ela vai na bodega comprar um feijãozinho e aquele dinheiro retorna ao comércio”, discursou Lula.
Bem, hoje em dia, as pessoas estão vendendo dólares, não é? Os “ricos” do mundo inteiro vêm ao Brasil comprar reais, que o Bolsa Juros do Apedeuta remunera como em nenhum outro lugar do mundo. As coisas não são assim porque Lula seja um homem mau, perverso. É que seu governo gasta demais. Com o Bolsa Família? Não, com o Bolsa Campanheiro.
Ainda de acordo com o  presidente, o Brasil de “antes do seu governo” estava administrativamente desorientado: “Não sabia crescer sem inflação, não sabia exportar e fortalecer o mercado interno, e nós tivemos de provar que algumas coisas poderiam ser feitas concomitantemente sem uma coisa prejudicar a outra.”
O Brasil cresceu sem inflação, sim. E quem a domou foi o país de “antes do seu governo”. Lula não precisou provar coisa nenhuma!  Os fundamentos estavam dados. O resto foi decidido pela expansão da economia mundial e pelo preço das commodities, que triplicou no seu governo.
A 21 dias do fim do seu segundo mandato, Lula foi ao Nordeste para marcar o início de etapas de obras importantes de infraestrutura, como a Ferrovia Norte-Sul. Ao lado de líderes políticos locais, o presidente ainda participará nesta sexta da Cerimônia de formatura do Programa Todos pela Alfabetização, no Centro Administrativo do Governo da Bahia.
Providencial! O Brasil ainda tem 14 milhões de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais, segundo o Pnad de 2009,  uma taxa de 9,7%, o que é escandaloso. A meta é chegar a 6,7% em 2015, com uma redução de 3 pontos. Vamos ver. Em 2004, era de 11,5% — uma queda de apenas 1,8 ponto em cinco anos, bem abaixo dos 3 pretendidos.
Para encerrar
Pobre Marisa Letícia! Até Lula voltar a se encontrar com o palco e com o palanque — e não vai demorar muito, aposto! —, a Galega será sacudida à noite por crises de abstinência do maridão. Como é que ele vai suportar a ausência de uma platéia para se dedicar a seu divertimento predileto: falar bem de si mesmo? A saída?
Deve existir por aí uma AEA, Associação dos Ególatras Anônimos. “Ah, mas Lula seria reconhecido”. Ora, ele aparece fantasiado de Alexandre, o Grande, para esconder a sua empáfia.
Reinaldo Azevedo
Busto de Alexandre conhecido como Azara Herm. Cópia romana em mármore do original de Lisipo, de 330 a.C. (museu do Louvre).

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