Cesar Maia
1. Dilma e Mantega tocaram o mesmo realejo. A economia brasileira
cresceu somente diminutos 2,7% em 2011 por culpa da crise econômica mundial.
Mantega também lembrou da inflação. A crise aflorou em 2008. Lula disse que era
só uma marolinha. Pelo que diz a Dilma, é muito mais do que isso. Pelo que diz
Mantega, a inflação é uma herança maldita. E esse mesmo 'tsunami' de liquidez
que ela reclama foi o que empurrou a economia brasileira. Antes eram os
derivativos. Os juros brasileiros só fazem atrair esse 'tsunami'. E se há mesmo
essa nuvem de liquidez, Dilma não deveria reclamar, pois de outra forma a
recessão europeia seria muito maior com os reflexos recitados.
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Realejo. Foto: AD |
2. Realmente. Lula respondeu à crise com um keynesianismo juvenil.
Um dólar baixo e um juro alto lubrificaram de dólares as reservas brasileiras
em divisas e ajudaram a conter, por um tempo, a inflação. Mas o tempo passa e o
Disney-dólar fez a festa dos turistas brasileiros e abriu um rombo nas contas
correntes do balanço de pagamentos. E a combinação do Disney-dólar e do
consumismo arrasou a competitividade da indústria brasileira que, em 5 anos,
passou de um superávit de 18 bilhões de dólares para um déficit de 50 bilhões
de dólares. E com um pé eleitoral no acelerador keynesiano, a economia -dopada-
cresceu 7,5% em 2010.
3. E agora vem a conta, na forma de inflação, estrangulamento
crescente nas contas correntes e a indústria brasileira de joelhos. Mas Dilma
não pode reclamar, pois ela é esse próprio processo e meta eleitoral. E está
numa cama de gato: se baixar os juros para um nível pelo menos chileno, pode
ser que a saída de capitais fluídos seja antecipada e acelerada. A política econômica do binômio
Lula-Dilma é sub-neo-colonial. Ou seja: exportar matérias primas e importar
produtos industrializados.
4. Vergonhosamente, o que cabe, agora, a Dilma é romper o acordo
automotivo com o México, pedir ao vice-presidente da China que reduza as
exportações e programar uma conversa com Obama para que este ajude a corrigir
nossa balança comercial com os EUA, que passou a ser deficitária.
Colonialmente, de joelhos.
5. Sugestão deste Ex-Blog. A projeção para o Brasil é muito pior
para 2013, com o refluxo de dólares. É bom esquecerem a eleição de 2012 e
adotar as medidas que a economia brasileira precisa em relação aos juros, em
relação ao câmbio, ao custo Brasil de infraestrutura, etc. e tal.
Título e Texto: Ex-Blog do
Cesar Maia, 07-03-2012
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