Ernesto Caruso
Não há como separar os dois conceitos ao longo do tempo das gentes do
marxismo-leninismo. Um só viés, expropriar em nome da ideologia como cerne da
questão. Assaltos a bancos
para obter recursos financeiros e aprimorar a logística, roubo de armamento dos quartéis para a
luta armada e desmoralizar as instituições. Hoje, aprimorada pela
corrupção, não só para enriquecer, como para chegar ao poder e consolidar
posições, manter a aliança com os corruptos de outras áreas, desde que não se
constituam em ameaça política.
Se pilhados nas falcatruas servem para a desconstrução da instituição,
se tornam mais servis e não causam respingos na autoridade maior, sempre
apontados como apresentados como do partido “A” ou “B”, que foi impregnado ao
senso comum nessa composição ministerial por cota destinada à respectiva
agremiação, “livrando a cara” do governo central. Uma irresponsabilidade
consentida pela sociedade. (Que falta faz um Carlos Lacerda.)
Um absurdo. Sete ministros já foram afastados por suspeita de corrupção em um ano de governo
da presidente Dilma, somado aos escândalos dos oito anos de Lula; o mensalão do
PT é um exemplo.
A nomeação do presidente da Casa da Moeda é o malfeito da vez. Ora a
responsabilidade é do governo federal e não do partido que o indicou. O mar de
lama não chega aos pés dos responsáveis.
A corrupção dos costumes é outra aliada.
Discute-se o BBB e se esquecem as mazelas de outras ordens.
Assim, não rouba, não furta, simplesmente “expropria”. Subtrai dos
burgueses para atender aos seus propósitos. A mídia escrita aborda com mais
profundidade, mas é pouco lida, não atinge as massas.
A comunicação verbal conta com jornalistas de expressiva audiência que
de forma velada separam as grandes dificuldades vividas pela população mais
carente, como na saúde e segurança, da responsabilidade central, cobrando do
prefeito e do governador, como no caso de São Paulo, quando se sabe que as leis
mais rígidas contra o crime — alteração na progressão da pena e redução da
maioridade penal — não estão nas diretrizes do governo petista, com maioria no
Congresso Nacional. Se quisesse, teria condições de implantar.
Por um lado pratica assistencialismo altamente motivador no resultado
das urnas, somado a uma lavagem cerebral. Qualquer fato negativo de expressão
nacional tem como resposta imediata a apresentação de planos estratosféricos de
milhões de reais para emprego "em curto prazo", através a propaganda
paga e intensamente divulgada pelas emissoras de rádio e TV.
Os problemas de saúde, o povo sente na carne. O SUS é o grande plano de
saúde nacional, administrado pelo governo central, espertamente mascarado, mas
que não tem a obrigação de prestar uma consulta em sete dias da solicitação,
nem cumprir uma cirurgia em certo prazo, que a gestão pública impõe aos planos
privados.
Os altos valores da propaganda institucional geram submissões.
Há que se destacar uma aliança importante. O capital antes combatido,
fonte de recursos, faz parte do contexto e ajuda a permanência no poder com
duplo interesse, contribuições, obras e favores.
As marcas da ideologia estão presentes. Os direitos humanos não são
problemas em Cuba e lá são investidos capitais que fazem falta ao brasileiro.
As greves que eram incentivadas pelo petismo, hoje são execradas, até
declarando que os
policiais grevistas possam estar por trás das manifestações que objetivam gerar
o pânico
No
ano de 2001, a Bahia não era governada pelo PT e a greve da PM era apoiada pelo
atual governador, que era deputado. Segundo o SD PM Marco Prisco, citado
como líder, além de Jacques Wagner, teriam contribuído com o movimento
parlamentares do PT, PSB e PCdoB, inclusive com fornecimento de alimentação aos
grevistas.
As lições do marxismo-leninismo estão presentes nos
movimentos populares, nos distúrbios civis organizados com objetivo de intuito
de agitar a sociedade (AGIT) e divulgá-lo, chamar a atenção para o protesto, se
possível com observadores internacionais (PROP): agitação e propaganda.
Exercitaram por muito tempo antes da chegada ao poder, inclusive na fase mais
sanguinária com a realização de atentados terroristas (Aeroporto dos
Guararapes/1966) e sequestros de embaixadores. Crianças no colo e mulheres à
frente colaboraram intensamente e, hoje, a reação do MP da Bahia impôs que as
crianças fossem retiradas do meio onde se encontram os policiais militares
cercados. O mesmo não se dá nas agitações provocadas pelo MST, aceitas.
Paralelamente, desafiando a lei, lançam nomes como candidatos a cargos
eletivos muito antes dos outros partidos. Foi o caso da candidata e, hoje,
presidente da República. Um nome imposto e aceito pelo PT, enquanto os outros
debatem democraticamente para se chegar ao nome do candidato.
De forma sutil já começaram para as eleições municipais, como se pode
ver na repetição da mensagem “o Brasil está em boas mãos...” No contexto, e no
interesse maior de ganhar as eleições no município de São Paulo, o PT já tem o
candidato, que certamente será sufragado na convenção. O ex-presidente lá
estava na troca de ministros, e o candidato, que era da Educação, vai
posteriormente visitar o ex-presidente em tratamento de saúde em São Paulo.
Fotos aparecem em todos os telejornais e “todos” já sabem quem é o candidato do
PT a prefeito daquele município. Lula mesmo doente e em tratamento está nessa
campanha e aparece em fotos adredemente planejadas ao visitar o ator Gianecchini em tratamento contra o câncer. Esteve com outros em situação
semelhante?
Esse tipo de corrupção inclui a geração de crises na mesma região, como
a ocupação dos estudantes nas dependências da USP, tendo como alvo o emprego da
PM, quiçá com algum mártir, para atingir o governado local e a ação de
reintegração de posse na região de Pinheirinho bastante tumultuada com
incêndios de lojas e veículos. As fotos, não as dos telejornais, mostraram os
invasores até com capacetes e escudos para a reação.
A combinação de ideologia e corrupção contribui com a prescrição dos
crimes arrolados no processo de mensalão, lá do governo Lula; o da formação de
quadrilha já foi para o saco.
Título e Texto: Ernesto Caruso, 06-03-2012
Grifos: Peter Wilm Rosenfeld
Edição: JP
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