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Foto: Pedro Cunha |
Raquel Martins
Na greve da próxima
quinta-feira, os sindicatos vão ficar a falar sozinhos. O Governo decidiu
suspender a recolha e divulgação de informação em tempo real.
De acordo com um comunicado
publicado esta tarde na página electrónica da Direcção-Geral da Administração e
do Emprego Público (DGAEP), o Governo decide parar com os procedimentos de
recolha e divulgação de informação sobre a adesão à greve dos trabalhadores da
Administração Central do Estado.
A medida tinha sido tomada
pelo anterior Governo para tentar acabar com a disparidade entre os números do
Governo e os apresentados pelos sindicatos. A iniciativa, que tinha como
intuito tornar a informação mais transparente, foi retomada pelo actual executivo.
Agora, o despacho do
secretário de Estado da Administração Pública considera que isso não foi
conseguido. “Tais procedimentos não só não evitaram a ocorrência de
significativas divergências entre a informação recolhida e disponibilizada pela
DGAEP e a informação veiculada pelas associações sindicais, como alimentaram,
ao invés, uma discussão em torno da qualidade e da veracidade dos números
apurados, que em nada contribuiu para o esclarecimento público, nem para a
melhoria da informação relacionada com o exercício do direito à greve”, refere
o despacho assinado por Hélder Rosalino.
O fim destes procedimentos,
salienta o secretário de Estado, “em nada interfere com os direitos nem com os
efeitos legalmente previstos para os trabalhadores que faltem por motivo de
greve”.
O Governo admite que só se
consegue saber com rigor o número de trabalhadores que aderiram à greve na
altura do processamento dos vencimentos. Só aí é possível saber quantas pessoas
justificaram as faltas por motivo de adesão à greve.
Nesse sentido, os serviços são
obrigados a comunicar à Direcção-Geral do Orçamento o número de trabalhadores
que faltaram por terem aderido à greve, com impacto no salário.
A CGTP convocou uma greve
geral para quinta-feira da próxima semana, dia 22 de Março, contra as medidas
de austeridade e a revisão das leis laborais.
Texto: Raquel Martins,
Público, 16-03-2012, 19h45
Perfeita decisão! Funcionários púbicos contando quantos aderiram à greve...para quê e por quê? Primeiro, a "adesão" é bastante subjetiva: quantos "aderem" porque não têm como chegar ao trabalho?
Segundo, para quê contar se o partido comunista através do seu departamento sindical, além de refutar esses números, dizendo-os abaixo da "realidade", ainda insultará - e instigará os seus seguidores a fazer o mesmo - o ministro da Administração Interna e outros governantes??
Assim, o Governo, com esta decisão, tira-lhes o alvo dos insultos! Ótimo!
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