Cristina Azevedo
Leio nos jornais que o
Ministério Público pretende processar os militares por crimes da época em que
governaram o Brasil. Um dia antes, soube que a reforma do Código Penal abrigará
a “flexibilização” do aborto e a eutanásia. A Lei da Anistia foi rasgada pela
metade e o MP vai processar apenas um dos lados da História, e as mudanças do
Código Penal atropelarão a vontade da esmagadora maioria dos brasileiros, que
rejeitam o aborto e a eutanásia. Militares reformados, por sua vez, são
ameaçados de processo por, digamos, “crime de opinião”, ao publicarem críticas
a duas ministras em página de seu Clube. O Supremo Tribunal julga um
determinado ato inconstitucional em um dia, e muda de ideia no outro, por
“generosidade”, de acordo com as palavras do Ministro Fux. No Rio Grande do
Sul, um juiz determinou a retirada de símbolos religiosos de escolas e
repartições públicas. Há ainda o fantasma da censura prévia à imprensa, que não
deixou de nos rondar. Os sinais estão dados. Um regime autoritário, onde a
arbitrariedade toma o lugar das leis e a Constituição nada vale, nasceu. Hoje são
os militares, a nossa vontade manifesta em pesquisas, os símbolos cristãos;
amanhã a imprensa, e depois... Por
precaução, é melhor que os leitores parem de enviar suas opiniões aos jornais
imediatamente. Talvez ainda haja tempo de salvarmos nossas peles.
Texto: M.Cristina Rocha
Azevedo, Florianópolis, SC, 11-03-2012
Colaboração: Rivadávia Rosa
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