domingo, 11 de março de 2012

"Um regime autoritário, onde a arbitrariedade toma o lugar das leis, nasceu..."

Cristina Azevedo
Leio nos jornais que o Ministério Público pretende processar os militares por crimes da época em que governaram o Brasil. Um dia antes, soube que a reforma do Código Penal abrigará a “flexibilização” do aborto e a eutanásia. A Lei da Anistia foi rasgada pela metade e o MP vai processar apenas um dos lados da História, e as mudanças do Código Penal atropelarão a vontade da esmagadora maioria dos brasileiros, que rejeitam o aborto e a eutanásia. Militares reformados, por sua vez, são ameaçados de processo por, digamos, “crime de opinião”, ao publicarem críticas a duas ministras em página de seu Clube. O Supremo Tribunal julga um determinado ato inconstitucional em um dia, e muda de ideia no outro, por “generosidade”, de acordo com as palavras do Ministro Fux. No Rio Grande do Sul, um juiz determinou a retirada de símbolos religiosos de escolas e repartições públicas. Há ainda o fantasma da censura prévia à imprensa, que não deixou de nos rondar. Os sinais estão dados. Um regime autoritário, onde a arbitrariedade toma o lugar das leis e a Constituição nada vale, nasceu. Hoje são os militares, a nossa vontade manifesta em pesquisas, os símbolos cristãos; amanhã a imprensa, e depois...  Por precaução, é melhor que os leitores parem de enviar suas opiniões aos jornais imediatamente. Talvez ainda haja tempo de salvarmos nossas peles.
Texto: M.Cristina Rocha Azevedo, Florianópolis, SC, 11-03-2012
Colaboração: Rivadávia Rosa 

Membros da Gestapo e da Polícia de Segurança [Schutzpolizei] ocupam e fazem buscas na sede do Partido Comunista Alemão, 23 de fevereiro de 1933. Foto: © Bildarchiv Preußischer Kulturbesitz / Carl Weinrother
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