João Bosco Leal
Apesar de sempre procurar
aprender e participar das novas tecnologias que surgem no mercado, muitas
coisas deixam de interessar àqueles que já possuem ou já passaram dos cinquenta
e muitos – como eu -, que preferem cada coisa em seu devido lugar, como um celular
que seja usado para a comunicação oral e não para ficar sendo teclado o dia
todo, em diversas outras atividades além da de telefonar.
Os jovens, ao contrário, são
capazes de se reunir em torno de uma mesa e lá ficar, durante horas, sem se
comunicar entre si, cada um jogando, recebendo ou enviando e-mails, ouvindo
músicas através de seu moderno equipamento smartphone iQualquer, ou até mesmo se comunicando, mas com pessoas distantes
dali.
Atualmente podemos participar
de diversas atividades tecnológicas que sequer eram imaginadas na minha
juventude, como programas de controles financeiros, internet, compras em lojas
virtuais, pagamentos de contas, e-mails, sites de notícias, de buscas de músicas
e de redes sociais.
Através dos diversos programas
de comunicação do tipo Voip, como o Skype, nos comunicamos vendo nossos
interlocutores, o ambiente onde estão e o que fazem naquele momento, mesmo que
do outro lado do planeta.
No Facebook reencontramos
pessoas que não víamos, ou de quem não ouvíamos falar há muitos anos, tornando
essa ferramenta muito útil, além de divertida. É uma oportunidade valiosa,
gratuita e de fácil acesso para todos, o que explica a sua popularidade
mundial.
Alguns insistem em utilizá-la
indevidamente, postando propagandas de seus negócios, assuntos nada
interessantes como o que comeu ou comerá no jantar ou sobre programas
televisivos nada culturais e bastante emburrecedores como o BBB, desvirtuando a
finalidade principal do programa que é a de encontrar, rever ou fazer novas
amizades, mas isso faz parte de tudo o que é realmente democrático.
Outro ponto interessante que
podemos observar é como as pessoas se respeitam, cada um expondo suas ideias,
suas preferências musicais ou políticas e mesmo quando existem discordâncias,
isso não provoca nenhum tipo de agressividade ou respostas menos educadas. É a
maturidade agindo e a democracia sendo exercitada.
Na rede podemos encontrar, ou
saber o que ocorreu com pessoas queridas, que a vida afastou de nossos olhos,
mas não de nossas mentes ou corações. Como estão, onde moram, se constituíram
ou não família, quantos filhos, netos e tudo mais que a curiosidade humana
possa nos despertar sobre pessoas de quem mais nada sabíamos.
Amizades e até amores antigos
acabam sabendo da história de vida do outro e mesmo aquelas com quem durante a
infância ou a juventude tivemos algum desentendimento, agora nos são queridas,
pois a maturidade já nos ensinou o que realmente é importante e desavenças juvenis
nada mais significam, ou sequer são lembradas.
Sempre é muito agradável o
reencontro com essas pessoas, que tomaram rumos distintos, construíram vidas
totalmente diferentes das nossas, mas que nos trazem lembranças diversas da
nossa história, da nossa vida.
Nesses reencontros, os
sentimentos de carinho, afeição e tantos outros, acabam aflorando até mesmo em
pessoas de coração menos sensível, mas incapazes de fugir de sua história, seu
passado.
Isso provoca uma onda de bons
sentimentos nas pessoas, atualmente tão ocupadas com seus compromissos da vida
moderna, que não possuem tempo para viver a vida.
O lado negativo dessas redes é
que independentemente de se estar com amigos, parentes, namoradas ou esposas,
as pessoas acabam dedicando mais tempo aos relacionamentos virtuais e menos aos
reais.
As redes sociais aproximam as pessoas fisicamente distantes, mas
afastam ainda mais as que estão próximas.
Título, Imagem e Texto: João
Bosco Leal
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