Isabel Stilwell
Portugal é um país onde é bom
ser mãe, revela o State of the World’s
Mothers 2012, o estudo publicado ontem pela associação Save the Children, que deixa Portugal classificado em 15º lugar. Por cá, a taxa de mortalidade materna baixou
extraordinariamente: se qualquer morte é trágica, uma morte em cada 9800 partos
é uma conquista, quando há um século a percentagem era perto de 25%. A taxa de
mortalidade infantil seguiu-lhe os passos, e os nossos bebés têm uma
probabilidade enorme de sobreviverem e serem saudáveis. Quanto a garantias, as
mães, pelo menos as que trabalham, têm direito a uma licença de parto
remunerada, alargada ao pai. As mães têm
uma escolaridade mais alta e são mães mais tarde, o que traz desvantagens, é
bem preferível a gravidezes na adolescência, que até há bem pouco tempo ainda
eram das mais altas da Europa. O acesso aos cuidados de saúde e à escolaridade
são garantidos à totalidade da população (sim, apesar de todas as nossas
queixas), e o aumento de creches públicas, embora longe do desejável, é
positivo. E depois há mil outros factores que tornam Portugal fantástico para
as mães e para as crianças, e que estes estudos não contemplam. O sol e o céu
azul, que voltaram!, os laços familiares estreitos onde avós e tios funcionam
como rede de apoio, e uma atitude generosa e aberta para com os mais pequenos.
Se conseguirmos aproximarmo-nos dos indicadores de saúde e educação dos países
que estão à nossa frente, óptimo, mas maravilha das maravilhas era que importássemos
o bom, mas deixássemos longe as paranóias (em cada estranho um pedófilo!), os
sanitarismos (filho, cuidado que te sujas!) e a superprotecção (se tu vais, a
mãezinha vai contigo!) que ensombram a infância e poluem o coração das mães.
Título e Texto: Isabel Stilwell, Destak,
11-05-2012
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