Rodrigo Constantino
Vários países celebraram ontem
o Dia do Trabalho. A data tem origem em uma manifestação grevista ocorrida em
Chicago no final do século 19, que acabou em tragédia. Desde então, os
socialistas utilizam o 1º de maio para manifestações de cunho ideológico contra
o capitalismo. Mas faz sentido isso?
Quem fez mais pelos
trabalhadores: o capitalismo ou o socialismo? Quem permitiu crescentes salários
e melhores condições de trabalho: a concorrência de empresas em busca do lucro
ou os sindicatos?
Os trabalhadores que desfrutam
dos maiores salários são justamente aqueles dos países mais capitalistas. Via
de regra, há menos intervenção estatal na economia desses países, assim como no
próprio mercado de trabalho. Vários desses países ricos sequer contam com
salário mínimo, férias remuneradas, 13º salário ou outras “conquistas”
celebradas por aqui. Entretanto, isso não é impeditivo para rendimentos
melhores. Qual o segredo?
Não há mágica. Esses
trabalhadores recebem mais porque são mais produtivos, em boa parte pela melhor
qualificação, e também porque há maior concorrência entre as empresas. Quando
muitos empregadores disputam a mão de obra escassa, seu valor tende a aumentar.
Faz sentido: se uma empresa pagar um salário baixo para alguém eficiente, então
outra empresa poderá contratá-lo pagando mais e ainda assim lucrar com isso.
É o capitalismo liberal o
maior aliado dos trabalhadores. Sim, é verdade que nos primeiros anos da
revolução industrial a vida dos trabalhadores não era nada fácil. Mas é preciso
comparar isso com a alternativa da época. Se na Inglaterra a vida era árdua,
com longas jornadas e baixos salários, na Polônia, distante do advento
capitalista, a situação era infinitamente pior.
O que hoje vemos na China
ilustra bem isso. As condições de trabalho ainda são péssimas na média. Mas
representam um enorme avanço frente ao passado socialista. E se engana quem
pensa que para melhorar bastam decretos do governo e sindicatos fortes. Não se
cria riqueza e produtividade com canetadas estatais. O que a China precisa é
justamente de mais liberdade, de mais concorrência.
O país em melhor situação na
Europa é a Alemanha, com desemprego muito inferior aos demais. Curiosamente,
foi um governo de esquerda, de Gerhard Schroder, que fez as reformas
liberalizantes no mercado de trabalho. As mudanças reduziram as restrições às
demissões (o que facilita as contratações) e cortaram os benefícios para
desempregados que recusavam ofertas de emprego ou participar de programas de
treinamento. Os sindicatos, sob pressão, aceitaram moderar suas demandas
salariais.
A Alemanha se tornou o país
mais competitivo da região, enquanto vizinhos bem mais camaradas nas leis
trabalhistas enfrentam enorme desemprego, especialmente entre os mais jovens.
Na Itália, as máfias sindicais impedem qualquer reforma que torne seu mercado
mais competitivo, e até assassinato já fez parte do rol de intimidação aos
reformadores.
O Brasil, infelizmente, parece
com os países periféricos da Europa nesse sentido. Para começo de conversa, o
trabalho aqui nunca foi valorizado como deveria. A Corte portuguesa considerava
trabalho coisa de escravo. Segundo conta Jorge Caldeira em seu livro sobre o
Barão de Mauá, o Imperador D. Pedro II jamais perdoou o empresário por tê-lo
feito se curvar com uma pá de prata em um gesto simbólico na cerimônia de
inauguração de uma estrada de ferro em 1852.
Nossa língua fala em “ganhar”
dinheiro para designar o salário, como se ele fosse um presente, enquanto em
inglês se fala “fazer” dinheiro, denotando a necessidade de esforço e mérito.
Muitos jovens sonham com um bom “emprego”, de preferência estável em alguma
repartição pública, mas poucos enaltecem o trabalho meritocrático. Isso precisa
mudar. Não é necessário ser calvinista para reconhecer a importância de uma
ética do trabalho para o progresso de um povo.
Mas existem ainda inúmeros
obstáculos, além do cultural, que dificultam a vida dos trabalhadores
brasileiros. Eles são criados justamente pela ausência de um modelo de maior
liberdade econômica. Os encargos são absurdos, a educação é precária e os
sindicatos concentram muito poder. O imposto sindical representa uma afronta
aos trabalhadores. Qualquer associação deveria ser facultativa. Somente assim
os sindicatos terão incentivos para representar efetivamente os interesses dos
trabalhadores.
Portanto, trabalhadores
brasileiros, uni-vos! Não temos nada a perder além dos grilhões impostos pelo
governo em conluio com as máfias sindicais.
Título e Texto: Rodrigo
Constantino
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