O governador do Banco de
Portugal, Carlos Costa, afirmou hoje que desvalorizar os números divulgados
pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o crescimento das
exportações é menosprezar o trabalho das empresas.
Num discurso durante a
cerimónia de apresentação do Centro de Competências de Inovação e
Desenvolvimento de produtos e Serviços da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Carlos Costa salientou que os dados publicados hoje
sobre a evolução das exportações são a prova da resposta "notável" da
indústria nacional de bens transaccionáveis.
"Desvalorizá-los é,
digamos, menosprezar o esforço de empresários e de empresas que estão a
diversificar mercados e que estão a aumentar as suas quotas de mercado em
mercados externos, porque o aumento das exportações portuguesas acontece num
momento particularmente difícil do ponto de vista dos mercados externos",
disse o governador do Banco de Portugal.
Carlos Costa fez questão de
realçar que estes números representam aumentos de quota de mercado no exterior
e não são um "efeito de arrastamento da evolução desses mercados".
"O que significa que as empresas portuguesas reagiram bem a uma contracção
da procura doméstica desviando a sua produção e a sua presença para mercados
onde estavam menos presentes ou inclusivamente para novos mercados. Temos de
valorizar esse esforço e esse esforço é que há-de permitir que as empresas
consigam atingir níveis de utilização de capacidade e absorver desemprego no
curto prazo", referiu o governador do banco central.
As exportações mantiveram uma
tendência de subida em Julho, com uma variação homóloga de 5,5% e as
importações avançaram 10,5%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
As estatísticas do comércio
internacional do INE, hoje divulgadas, apontam também para uma subida das
exportações e das importações de bens no trimestre terminado em Julho, face a
igual período do ano passado.
Também hoje o INE confirmou o
crescimento de 1,1% do PIB no segundo trimestre do ano, face ao trimestre
anterior, mas piorou a estimativa da contracção em termos homólogos de 2% para
2,1%.
Jornal de Negócios, 06-9-2013, 19h24
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