sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Desvalorizar dados das exportações é menosprezar esforço de empresas

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, afirmou hoje que desvalorizar os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o crescimento das exportações é menosprezar o trabalho das empresas.


Num discurso durante a cerimónia de apresentação do Centro de Competências de Inovação e Desenvolvimento de produtos e Serviços da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Carlos Costa salientou que os dados publicados hoje sobre a evolução das exportações são a prova da resposta "notável" da indústria nacional de bens transaccionáveis.

"Desvalorizá-los é, digamos, menosprezar o esforço de empresários e de empresas que estão a diversificar mercados e que estão a aumentar as suas quotas de mercado em mercados externos, porque o aumento das exportações portuguesas acontece num momento particularmente difícil do ponto de vista dos mercados externos", disse o governador do Banco de Portugal.

Carlos Costa fez questão de realçar que estes números representam aumentos de quota de mercado no exterior e não são um "efeito de arrastamento da evolução desses mercados". "O que significa que as empresas portuguesas reagiram bem a uma contracção da procura doméstica desviando a sua produção e a sua presença para mercados onde estavam menos presentes ou inclusivamente para novos mercados. Temos de valorizar esse esforço e esse esforço é que há-de permitir que as empresas consigam atingir níveis de utilização de capacidade e absorver desemprego no curto prazo", referiu o governador do banco central.

As exportações mantiveram uma tendência de subida em Julho, com uma variação homóloga de 5,5% e as importações avançaram 10,5%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
As estatísticas do comércio internacional do INE, hoje divulgadas, apontam também para uma subida das exportações e das importações de bens no trimestre terminado em Julho, face a igual período do ano passado.
Também hoje o INE confirmou o crescimento de 1,1% do PIB no segundo trimestre do ano, face ao trimestre anterior, mas piorou a estimativa da contracção em termos homólogos de 2% para 2,1%.
Jornal de Negócios, 06-9-2013, 19h24

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