A receita da austeridade está
a funcionar. "Sinais de melhorias não são motivo para recuar - são motivo
para perseverar”, afirma o ministro alemão das Finanças.
“O mundo devia congratular-se com os sinais positivos que a Zona Euro tem enviado quase continuamente nestes dias. Apesar de a crise continuar a repercutir-se, a Zona Euro está claramente a ser reparada, em termos estruturais e cíclicos”. Quem o afirma é o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, num artigo de opinião publicado no Financial Times com o título “Ignore os pessimistas: a Europa está a ser consertada”.
“Em apenas três anos, os
défices públicos na Europa foram reduzidos a metade, os custos unitários do
trabalho e de competitividade estão rapidamente a ser ajustados, os balanços
dos bancos estão a recuperar e os défices das contas correntes estão a desaparecer.
No segundo trimestre, a recessão na zona do euro chegou ao fim”.
Schäuble diz que estes
resultados eram os esperados por quem seguiu políticas pensadas com “cabeça
fria” estudando o que foi feito para ultrapassar crises no passado, designadamente
na Alemanha – que ainda há uma década era o “doente da Europa” – mas também no
Reino Unido, na Suécia, na Finlândia e na Ásia nos anos 80 e 90.
“A receita funcionou e ela
está a funcionar agora, um pouco a contragosto dos seus inúmeros críticos”. O ajustamento,
prossegue, “era ambicioso e, por vezes doloroso, mas a sua implementação foi
flexível e adaptável”.
O ministro alemão faz um
paralelo com as reformas que a Alemanha encetou durante a governação de Gerhard
Schröder e considera que há duas lições que se podem tirar. A primeira é que as
reformas estruturais requerem tempo para surtir efeitos, pelo que os
responsáveis pela sua implementação precisam ser pacientes e capazes de ignorar
quem pede receitas de resultado rápido e os protestos de quem tem interesses
especiais. “Sinais de melhorias não são motivo para recuar - são motivo para
perseverar”, frisa.
"Em segundo lugar, mesmo
nos piores tempos, devemos lutar contra a tendência humana de extrapolar o
presente para um futuro perene". “O que está quebrado pode ser reparado. A
Europa é prova disso”, conclui.
Título e Texto: Eva Gaspar, Jornal de Negócios, 17-9-2013
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