terça-feira, 17 de setembro de 2013

Schäuble: “Ignore os pessimistas porque a Europa está a ser consertada”

Eva Gaspar
A receita da austeridade está a funcionar. "Sinais de melhorias não são motivo para recuar - são motivo para perseverar”, afirma o ministro alemão das Finanças.


“O mundo devia congratular-se com os sinais positivos que a Zona Euro tem enviado quase continuamente nestes dias. Apesar de a crise continuar a repercutir-se, a Zona Euro está claramente a ser reparada, em termos estruturais e cíclicos”. Quem o afirma é o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, num artigo de opinião publicado no Financial Times com o título “Ignore os pessimistas: a Europa está a ser consertada”.
“Em apenas três anos, os défices públicos na Europa foram reduzidos a metade, os custos unitários do trabalho e de competitividade estão rapidamente a ser ajustados, os balanços dos bancos estão a recuperar e os défices das contas correntes estão a desaparecer. No segundo trimestre, a recessão na zona do euro chegou ao fim”.

Schäuble diz que estes resultados eram os esperados por quem seguiu políticas pensadas com “cabeça fria” estudando o que foi feito para ultrapassar crises no passado, designadamente na Alemanha – que ainda há uma década era o “doente da Europa” – mas também no Reino Unido, na Suécia, na Finlândia e na Ásia nos anos 80 e 90.

“A receita funcionou e ela está a funcionar agora, um pouco a contragosto dos seus inúmeros críticos”. O ajustamento, prossegue, “era ambicioso e, por vezes doloroso, mas a sua implementação foi flexível e adaptável”.

O ministro alemão faz um paralelo com as reformas que a Alemanha encetou durante a governação de Gerhard Schröder e considera que há duas lições que se podem tirar. A primeira é que as reformas estruturais requerem tempo para surtir efeitos, pelo que os responsáveis pela sua implementação precisam ser pacientes e capazes de ignorar quem pede receitas de resultado rápido e os protestos de quem tem interesses especiais. “Sinais de melhorias não são motivo para recuar - são motivo para perseverar”, frisa.

"Em segundo lugar, mesmo nos piores tempos, devemos lutar contra a tendência humana de extrapolar o presente para um futuro perene". “O que está quebrado pode ser reparado. A Europa é prova disso”, conclui.
Título e Texto: Eva Gaspar, Jornal de Negócios, 17-9-2013

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